Prólogo

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Notas da Autora:

Olá, docinhos! Finalmente consegui ajeitar o prólogo para publicá-lo!

Alguns avisos antes de tudo:

• Os personagens não pertencem à mim.

• Carol e Natália têm três anos de diferença. Carol 33 e Natália 36.

• A história não será tão longa assim! E não esperem desastres. Aqui o negócio é alegre, quente - muito quente - e com bastante amor pra dar.

• As atualizações podem demorar um pouquinho, até porque eu tenho inúmeras responsabilidades fora daqui. Espero que possam aguentar firme.

Quem quiser me seguir lá no tt é @itsponard! Espero ansiosamente vocês por lá, principalmente para saber o que estão achando.

Não esqueçam das estrelas e comentários. Isso faz a autora voltar mais rápido, haha!

- Carol, precisamos conversar.

Ester avisou quando entrou no quarto da filha com cara de poucos amigos. A menina que estava bem entretida no livro de poesias levantou os olhos curiosos até a mãe.

- Eu fiz alguma coisa?

- Não, defitivamente não.

Deixando o livro de lado, Carol voltou a sentar na cama, com as costas encostadas na cabeceira. Apoiou as mãos sobre as pernas e esperou que a mãe continuasse.

- Primeiro de tudo, mantenha a calma. - A mulher pediu. - E segundo... - Ela voltou a mostrar as mãos. - O seu passaporte.

O documento estendido na mão de Ester deixou Carol confusa.

- Como assim?

- O seu passaporte. - Ester voltou a dizer, abandonando o documento sobre a cama. - Você não disse que queria viajar para a Europa?

Carol permaneceu quieta por um tempo. A dúvida estava evidente em seus olhos verdes.

- O que disse? - Carol indagou, tentando ter certeza do que tinha acabado de escutar. - O que... Do que está falando?

Ela olhou para o documento azulado sobre a cama e ficou assim por alguns minutos. Podia sentir seu coração bater tão forte ao ponto de alcançar os próprios ouvidos e as mãos já ameaçavam começar a tremer.

Carol olhou para Ester novamente e esperou que a mãe revelasse sua pegadinha. Porém, sua seriedade era tamanha e, conhecendo a mulher mais velha como conhecia, Carol sabia que estava longe de ser uma brincadeira de mal gosto.

- Mãe? - Ela voltou a indagar, desacreditada.

- Eu e o seu pai decidimos que talvez seja a hora de você realizar o seu maior sonho, Carol. Nós achamos uma boa ideia que estude fora do país.

- Não brinca! - Ela exclamou com um sorriso gigante nos lábios e, sem pensar duas vezes, se arrastou até Ester e se jogou em seus braços. - Meu Deus, mãe! Você tá falando sério? Por favor, me diz que não é mentira!

- Não é, querida. - Ester sorriu enquanto abrigava Carol em seus braços. Alisou os fios levemente claros da jovem menina e deixou um beijo casto sobre sua testa. - Eu jamais brincaria com isso.

Elas se afastaram, ao que Carol não conseguiu esconder a tamanha felicidade em seus olhos marejados. Passou as mãos gentis sobre o próprio rosto, completamente ofegante e eufórica. Se tinha sido feliz em outro momento de sua vida, não recordava, pois aquele momento parecia único e exclusivo.

Conseguia lembrar das inúmeras vezes que tinha implorado aos pais para que eles a deixasse ir embora. Mas como sempre, ela recebia o mesmo não, às vezes mais leve, às vezes mais brutal. O fato era que Carol, na época, era muito nova para entender que sua família não tinha condições de bancar uma viagem e, acima de tudo, os estudos. E ela era jovem demais para entrar sozinha em um avião, assim como para se virar em um país que nunca esteve antes.

Mas o que não sabia era que seus pais estavam trabalhando duro para permitir que seu sonho fosse real. Aos quinze anos, já levaram a filha para fazer o passaporte, com uma desculpa de tê-lo caso quisessem fazer alguma viagem mais "acessível". Na verdade, eles só estavam esperando o tempo certo em que Carol fizesse dezoito anos para permitir o seu vôo.

- Quando eu vou? - Carol indagou ofegante, descendo da cama, andando de um lado para o outro, já pensando em como contaria aos amigos sobre tal evento marcante. - Vai demorar muito?

Ester estava se divertindo com a situação por mais que seu coração estivesse um pouco aflito.

- Nós temos dois meses de planejamento. A faculdade já escolhemos, pensamos naquele que você queria muito. Então vamos fazer a sua matrícula, resolver o resto das papeladas e poderá ir.

- Dois meses? - Carol parou no meio do quarto, pensativa. - Não é tão perto, mas também não é longe.

- Sim, de fato. - Ester apontou. - Mas pense que terá dois meses com os seus amigos. Você gosta muito deles.

Com a felicidade já muito controlada, Carol deixou-se cair na poltrona azul do quarto, em frente à escrivaninha. Braços descansando no meio das pernas e os ombros caídos.

- Eu vou realizar o meu sonho mas pra isso terá de custar os meus amigos. - Ela lamentou em voz em baixa, sentindo-se pesar em tristeza por um momento. - E ainda tem a Natália, mamãe. Somos tão apegadas.

- Agora consegue entender? - A mulher de cabelos loiros se aproximou, ajoelhando-se na frente de Carol. - Para conquistar certas coisas, precisamos abdicar outras. Essa é a vida adulta! Não se pode ter tudo de uma vez.

Carol queria ser adulta. Desde pequena, no ensino fundamental exatamente, ela costumava observar os jovens do ensino médio na hora do intervalo e pensava em qual seria a sensação de resolver tudo por ela mesma, sem precisar dos pais ou de alguém para fazer por ela. Isso parecia ser incrível! Sentir-se validado por alguma coisa, a todo momento, sem interrupções. Mas aparentemente, quando fez os seus dezessete e teve uma prévia do que tinha fantasiado, não parecia nada fácil.

E o pior disso tudo era perceber que por mais que fosse legal ter tudo em suas mãos, boa parte dessas coisas não estavam em seu controle.

- Vai dar tudo certo. - Carol suspirou, tentando convencer mais a si mesma do que a qualquer outra pessoa. - Não será o fim do mundo, não é? São só alguns anos.

- Uns seis anos. - Ester soltou. - Mas claro que você poderá voltar ao Brasil durante esse tempo.

- Então tá tudo bem. - Ela voltou a dizer. - Vai dar tudo certo. Eles ficarão alegres por mim e eu sei que tenho o maior apoio do mundo.

Com sorrisos esperançosos, as duas mulheres se abraçaram. Ficaria sim tudo bem e Carol seria a mulher mais realizada e feliz do mundo ao redor das pessoas mais importantes da sua vida. Natália seria capaz de entender suas escolhas, não?

Notas da Autora:

E aí? Gostaram? Querem o capítulo um já?

O melhor de escrever isso é de saber que tô me planejando pra ir embora do Brasil. Enfim, nós mulheres TOTALMENTE Carol (vocês irão entender mais pra frente).

Aquele Momento do Depois • NarolOnde histórias criam vida. Descubra agora