Divine Blood

II

Algumas horas antes..

Nas montanhas distantes do Olimpo, um garoto observava as ilhas flutuantes ao longe, Louis sorria ao ver os pequenos coelhinhos saltarem de uma ponte a outra, enquanto brincavam. Ele suspirou antes de levantar e voltar a sua atividade anterior.

Louis era um garoto gentil e calmo, ele era um pouco distraído e também gostava de beber um pouco. Vinho, para ser mais específico. Amava sair do Olimpo e ir para as terras de Gaia, a fim de vadiar um pouco, mesmo que seu pai não gostasse muito da ideia. Ele gostava de viver sua vida da forma que queria, ninguém lhe dizia “não”, a não ser seu pai.

Em algum momento, Louis sentiu que, de alguma forma, perdeu o controle de sua própria vida. Ele estava, nesse momento, terminando de juntar suas coisas para ir para o acampamento que seu pai havia falado em alguma conversa antiga, mas ele estava tonto demais para prestar atenção. Naquele momento o garoto estava se perguntando somente uma coisa: POR QUE CARALH-!!!

— Louis, já está pronto? A carruagem está lá fora te esperando. — A voz imponente de Zeus se fez presente no quarto enorme do garoto, que estava mais para lá do que para cá em sua mente. Perdido numa confusão de sentimentos.

— Já estou indo, pai. — seu cenho franziu com o adjetivo que usou para referir-se a Zeus, pois não costumava o chamar daquilo, ainda mais em tais circunstâncias. — Vai mesmo me obrigar a ir pra lá?

— Sabe que é meu favorito, meu filho, mais do que a Hércules, mas sua falta de limite e respeito comigo me obrigam a te mandar para lá. Quem sabe lá você muda de alguma forma. — Zeus disse se retirando dali em passos largos e calmos.

O incômodo interior era mútuo. Zeus nunca foi de se apegar, principalmente com suas crias, mas Louis era diferente. Em muitos sentidos.

— Uhum…

Louis já estava pronto para ir até a carruagem e descer até o local onde seria torturado a longos dias de treinamento, sem nem um tempinho para distração, sexo, ou diversão. Para ele, o acampamento seria como uma prisão, onde a maior parte de suas vontades seria reprimida ou ignorada.

Estava quase chegando na carruagem, quando sentiu a mão de seu pai em seu ombro e olhou para trás.

— Só mais uma coisa.. não se envolva com os filhos de Hades, ok? — Ele não entendeu muito bem, mas concordou com a cabeça sem dizer nada a respeito. — Tchau, até daqui um tempo. E por favor, se esforce lá!

— Taaa! — Disse arrastado.

Louis foi andando novamente até a carruagem e adentrou ela com calma e cuidado, esperando que fosse levado até o acampamento. Acenando falsamente para seu pai, mal percebeu que já estava no ar, sendo levado na carruagem por quatro pégasos.

O caminho era um pouco longo, mas Louis não se incomodou. Afinal, conseguia ver o céu pela janela da carruagem. O olimpiano sorriu. Ele não era tão ruim assim, só precisava de um pouco de espaço e tempo para perceber as coisas com mais clareza. Louis era um tanto carente de atenção e aprovação, desde sempre, mas seu pai não o dava nem um dos dois, o que o fez se tornar quem é.

As nuvens faziam desenhos diversos e divertidos para Louis, enquanto o sol se punha atrás delas. O garoto estava um pouco assustado, mas ele se esforçou para não se importar com aquilo. Embora mudar fosse difícil para qualquer pessoa, principalmente quando precisaria largar toda uma vida para ir em busca de outra, ele sentia que, lá no fundo, algo bom esperava por si. Devido ao tempo da viagem, ele acabou dormindo sem que percebesse. Quando finalmente acordou, sua carruagem já estava parada em terra firme.

No lado de fora, Louis notou que já estava parado em frente ao seu alojamento. E, aparentemente, suas coisas também já estavam lá dentro. Ele olhou para cima, vendo uma placa em cima do grande portão branco: “Filhos de Zeus.”