Clay se permite ser solitário por puro comodismo. Desde a separação da sua antiga banda formada por ele e seus irmãos, o contador se esconde em seu escritório e não sai de lá por nada.
Cherry, por outro lado, é um pouco desorganizada em relação as s...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Cherry demorou um pouco para abrir os olhos. Na verdade, o seu corpo estava tão cansado que ela mal o sentia. A pequena troll sabia que tinha mais alguém além dela na cozinha, entretanto, seu senso de realidade naquele momento não era um dos mais aguçados, ela conseguia apenas ouvir a conversa enquanto babava sobre a mesa.
- Estou muito grato por comparecerem. - Aquele era definitivamente o seu pai, disso ela não tinha dúvidas.
- Viemos o mais rápido possível, sr. Smith. - A voz rouca feminina entrou em cena. Esta que costuma ser um pouco brincalhona, acabou sendo séria naquele momento. - Honestamente, eu não imaginava que ela tivesse tanto trabalho assim.
- Ela não deveria. Se pedisse ajuda ou aceitasse menos do que realmente aguenta... - O velho troll carregava um ar envergonhado na voz.
Viva ficou em silêncio após tocar as mãozinhas no ombro do senhor de idade. Soltou um olhar compreensivo a ele e sorriu logo em seguida.
- Tanto eu quanto o senhor sabemos como ela é. - A mesma troll comentou.
Eles estão mesmo falando de mim como se eu não estivesse aqui? Cherry pensou, franzindo a sobrancelha involuntariamente.
A troll dorminhoca estava em estado de exaustão, mas curiosamente conseguia ouvir o que tinham a dizer sobre ela.
O terceiro troll que estava presente na cozinha era alguém que Cherry não conhecia, ao menos não tão profundamente.
O tom de pelagem azul relativamente desbotado por conta da idade se destacava entre aquelas paredes rosadas. Os cabelos verdes quase amarelos parece que não viam um pente há algum tempo e o seu andar de um lado para o outro, curiosamente explorando os cantos da cozinha, emanava um ar misterioso. O troll em questão tinha uma postura genuinamente cômica, digo, ele não parecia sério, mas também não parecia ser um palhaço total.
- Clay, o que você acha? - Viva quebra o silêncio investigativo do troll que olha na direção dela e começa a tecer os seus argumentos em cima do que descobriu.
- Pedidos atrasados. Ambiente bagunçado... Despesas desnecessárias. - A despensa ainda estava recheada, Cherry comprou mais do que deveria, Clay percebeu isso rapidamente. - E falta de sono. - Apontou para a troll em questão.
Ele definitivamente não era sério.
Smith revirou os olhos e bateu o rosto com a mão.
- Tudo bem, Sr. Smith. Nada que não podemos consertar. - Clay se aproxima do senhor tentando acalmá-lo com alguns tapinhas nas costas.
- Entendo, Clay. Mas fico preocupado com essa teimosia. Sinto muito por ter ocasionado tudo isso.
- Ei, nada disso! - Viva o repreende. - Cherry é ótima em fazer e entregar estes bolos maravilhosos. Ela definitivamente está levando a sua tradição familiar muito à sério. - A doçura que a troll transmitia acalmou levemente o coração do senhor presente na conversa.
