♡ 𓆪 ;; reconhecimento.

35 5 1
                                    

Cherry estava preparando o café da manhã enquanto pensava seriamente na proposta de Clay. Claro, ela ainda não havia deixado a sua cabecinha em paz sobre o troll um minuto sequer. Ela ainda tinha claras memórias de seus olhos, encará-los era como olhar diretamente para um céu azul cheio de nuvens. O sorriso gentil então? Cherry nunca tinha visto nada igual.

Ela involuntariamente balançava sua cauda toda vez que lembrava do rosto do troll específico e se repreendia todas as vezes por tal.

Cherry não pensou na proposta o suficiente para formular uma resposta concreta, apenas se perguntava o porquê daquele cara ter roubado sua atenção de uma maneira surreal.
Quer dizer, ele tem o triplo de sua idade. É alguém claramente vivido o suficiente para não ter mais o mesmo pique de lidar com os problemas joviais de Cherry. Então por que a empolgação?

- Pensando muito? - O velho Smith comenta ao notar a feição relaxada da filha. Ele sim a conhecia o suficiente para notar algo de diferente apenas com a sua leitura facial. Cherry era um enigma na maioria das vezes. Nem todos os seus sentimentos são decifráveis ou expostos de maneira crua para os outros perceberem.

- Mais ou menos. - Ela respondeu, balançando a xícara que continha café dentro sem tirar a concentração do ponto imaginário que insistia em encarar. O troll mais velho coçou a garganta e juntou-se à ela no balcão. - Hoje o dia está cheio. - Fez referência aos pedidos e mais algo que ela deveria fazer, apenas não lembrava o quê.

- Imagino. - Smith, com dificuldade, tomou uma das cadeiras altas e suspirou fundo ao conseguir sentar. Ele definitivamente não tinha mais a mesma mobilidade de antes, já por ser um troll de idade avançada. - Mas quando aceitar a proposta do Sr. Clay e da Viva, as coisas ficarão mais leves por aqui. - Disse como quem não queria nada. Apenas um sopro no ouvido de Cherry.

- Ainda não me decidi sobre isso.

- Filha, você não deve pensar demais. Apenas um ''sim'' está ótimo. Além de que, será bom para os negócios, vejo apenas grandes vantagens em aceitar a ajuda.

Cherry fechou os olhos buscando paciência. Aquele assunto estava rendendo uma forte dor de cabeça para a querida confeiteira que, claramente, já não aguentava mais tocar a mesma fita várias vezes.

- O senhor precisa descansar. Não pense demais nesse assunto. - Cherry tocou os ombros do pai numa tentativa de acalmá-lo.

- Não vou conseguir curtir a aposentadoria com você trabalhando demais. Você precisa me dar essa garantia que ficará bem.

- Eu estou bem. - Cherry enfatizou. - Vou estar melhor fazendo essas deliciosas encomendas para entregar hoje. - Ela sorriu. Depositou um beijo estalado na bochecha do pai e tratou de buscar por seu avental favorito.

Cherry passou pelos corredores de sua casa. Entre eles, havia vários quadros que enfeitavam as paredes e contavam a trajetória da sua família até aqui. Ela e seu pai ainda não tiveram uma conversa profunda sobre este dia, tudo o que ela sabe, é que antigamente os trolls eram devorados por criaturas imensas e infelizes.

A verdade é que os trolls são presas de qualquer raça superior à eles. As pequenas criaturas sempre estão à deriva de situações perigosas por conta do seu tamanho e vulnerabilidade, devidamente, presas fáceis de se conseguir.

Antigamente não era diferente, visto que os trolls moravam na árvore que ficava no meio de uma cidade Berguen. Cherry era apenas um ovinho quando foi decidido que os trolls fugiram por túneis escavados. Há vinte anos atrás.

Enquanto crescia no campo de mini-golfe, Cherry observava seu pai cuidar da padaria com todo cuidado do mundo. Ele amava o que fazia e definitivamente era o melhor trabalho que ele poderia ter. Por vezes, ela o ajudava com os doces e as entregas. Uma moldura onde um bebê está todo sujo de glacê em cima da arquibancada entregava a sua dedicação precoce pelo trabalho.

𝐒𝐖𝐄𝐄𝐓𝐍𝐄𝐒𝐒, clayOnde histórias criam vida. Descubra agora