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Comecei a comer antes mesmo de chegar no refeitório, minha barriga estava roncando de fome e aquele croissant parecia delicioso. Acho que nunca tinha comido algo tão gostoso na minha vida e achei fofo da parte de Klaus pensar em mim, ele estava realmente disposto a cuidar de mim pelo visto e as vezes na calada da noite é tudo o que eu desejava a qualquer força superior que pudesse me ouvir, para me fazer companhia. Apesar do que Klaus me contou tudo ainda era tão confuso, sua história era um mistério, apesar de já ter visto ele em inúmeras revistas e entrevistas na televisão, nada conseguia me convencer de que eu deveria arriscar ter algo com ele principalmente por ele ser uma pessoa tão pública. Ao mesmo tempo que apenas pensar nele me dá um arrepio na espinha, receber o carinho e a atenção dele me faz querer tê-lo por perto...

- Merda!! - xinguei comigo mesmo

Quando eu terminei com Adrian, ou melhor, parei de ter qualquer contato com ele, eu prometi a mim mesmo que não ia me envolver com mais ninguém antes de resolver primeiro toda a minha situação primeiro, faculdade, emprego, ajudar minha família. Eu tinha me entregado tanto, doado tanto de mim por uma relação inexistente que eu mal conseguia parar de chorar nos primeiros dias, a falta dele do meu lado, de acordar todo dia com uma mensagem fofa de bom dia, estava acabando comigo, aí veio Connor que me consolou, me deu um ombro amigo, me deixou chorar e colocar tudo para fora, me fez sentir que eu era desejado mais uma vez, mas a obsessão dele acabou com a gente. Desde então eu tento pensar apenas em mim, pelo menos uma vez na vida, viver por mim e mais ninguém

Era assim que eu pensava, até Klaus aparecer

Entrei no refeitório e estavam todos amontoados em um grande círculo e uma discussão bastante acalorada estava acontecendo no centro dele

- Puta que pariu - chegou Charlie ofegante do meu lado com um meio sorriso no rosto - Connor e Adrian estão saindo na mão bem no meio de todo mundo ali e o motivo você já deve imaginar

- É o que? - eu a encarei por meio segundo antes de correr em direção à multidão que se amontoava ao redor dos dois, comecei a empurrar com pressa as pessoas que estavam do meu lado para que eu conseguisse chegar a ter a beirada

Quando cheguei parecia que as coisas já haviam se acalmado um pouco, Connor estava no chão com um dos cotovelos apoiando o corpo enquanto usava a outra mão para limpar o sangue no canto da boca, ele estava com o lado direito do rosto completamente vermelho e inchado pelos socos que provavelmente Adrian tinha dado nele. Mesmo jogado no chão apoiado apenas pelo cotovelo ele ainda mantinha um sorriso cínico e sem vergonha no rosto

- Eu te tratei com um irmão toda a minha vida - esbravejou Adrian. Do outro lado da roda estava sua namorada horrorizada com o que via, ela tinha prendido os longos cabelos castanhos em um rabo de cavalo desde a hora que eu a vira no corredor minutos atrás - Você praticamente morava na minha casa, comia da minha comida, usava até as mesmas roupas que eu, mas para você não bastava não é?

- Que caralhos Adrian - respondeu Connor no mesmo tom se levantando do chão, ele era mais alto e forte, mas por algum motivo, ele parecia não querer revidar, apesar de Adrian ter também algumas marcas no seu rosto das mãos de Connor - Vocês nem mesmo estavam juntos, foi só uma diversão, uma brincadeirinha de amigos e já acabou, você quer mesmo acabar com a nossa amizade por causa de uma bobagem dessas?

Diversão, brincadeirinha de amigos, bobagem... Eu deveria mesmo perder meu tempo tendo que escutar aquele tipo de conversa?

- Você estava fodendo com meu namorado porra - gritou Adrian puto, naquele momento ouve um silencio ensurdecedor

Quando ouviu isso, Karen, a namorada de Adrian apenas virou as costas e saiu, minha vontade era de fazer o mesmo, mas Charlie chegou por trás de mim e segurou meu ombro com as duas mãos

Caso de Amor Entre EstranhosOnde histórias criam vida. Descubra agora