True Love

Capítulo III

True Love III

Ehanna

Senhor Vil me ajudou com os documentos, tive que trocar de identidade, meu nome agora é Christina Ferrara, a minha idade será a mesma, o que muda é que eu tenho que me acostumar com esse nome e o apelido "Tina".

Octávio e eu, conversamos mais um pouco, já que coloquei toda a minha confiança nele, me disse sobre sua finada esposa e o quanto ele a amava, e que esse amor era tão grande que hoje o que sobrou dessa união foi o filho dele. Alex Vil, pelo o que ele disse, é um rapaz responsável, confiável e muito gentil, nunca tiveram problemas já que ficaram longe um do outro cerca de 4 anos.

Chegando na enorme mansão do Senhor Vil, fui bem recebida pelos os empregados da casa e fui apresentada ao filho dele, por ser tão bem elogiado pelo pai, sinto que não foi muito com a minha cara e zombou de mim, pensando que eu era filha da noiva do Octávio, 4 anos se passou, acho que meu amigo não percebeu que o filho dele confiável e gentil se tornou um homem rude.

Senhor Vil explicou que eu sou a noiva dele e Alex se comportou de forma grosseira e infantil, cuspiu todo o café da xícara, um rico mal educado e sem classe. Confuso, Alex chamou o pai dele para conversar em uma sala e antes deles ir, eu sussurrei perto de Octávio um " Essa ideia não vai dar nada certo" ele apenas discordou com a cabeça, me deu um beijo na testa e pediu que a governanta me levasse ao meu quarto.

Xira, amiga do Octávio e governanta da mansão, me disse que Senhor Vil já tinha ligado para ela pedindo que arrumasse um quarto rapidamente e que ela ficou muito animada em saber que não seria a única mulher a viver nessa casa, já que era uma casa muito silenciosa e agora comigo aqui as coisas irão mudar e ficar mais alegre porque ela percebeu no meu tom de voz que sou divertida.

Cheguei ao quarto e era lindo, muito lindo, tinha uma cama enorme e várias decorações lindas, eu havia contado para o Sr Vil que eu era apaixonada no filme da Bela e a Fera, e ele fez questão de que arrumassem o quarto do mesmo estilo do castelo da Fera, fiquei encantada, mas para a minha infelicidade o filho do Oct tinha o quarto ao lado, percebi por conta de suas reclamação do meu lado.

Não terei paz um segundo, porque a única coisa ruim desse quarto, é que da pra escutar tudo do quarto do lado, e pelo visto, esse Alex Vil vai fazer da minha vida, um inferno! Porém não foquei muito nisso, foquei mais em que eu me tornarei uma estilista e longe do meu passado que me condena, vou fazer que ele seja esquecido.

A tarde,  passei lendo alguns livros que Shira pegou para mim dentro do Escritório de Oct, ele e o filho dele ficaram conversando lá dentro por bastante tempo, creio que a tarde toda e agora estou meio que sem jeito de ter que sair desse quarto.

Shira viu que eu estava meio desconfortável com a situação dos dois lá no escritório, então ela resolveu me mostrar todos os cômodos da casa e todo o jardim que havia envolta da casa. Ela me disse que a casa, é de geração, em geração e que nada pode ser mudado, mas ela por ser bem detalhista, teve que mudar um pouco, colocou alguns quadros lindos no corredor, no meu quarto e no escritório, têm lindas esculturas no jardim, rosas bem cuidadas e arbustos por todo canto, o que deixa essa casa, ainda mais bonita.

Me contou mais sobre Octávio, do seu restaurante que é considerado o mais famoso e popular, ela queria contar um pouco sobre o filho dele, mas pedi para que mudasse de assunto, realmente eu não queria falar sobre esse homem que desde que pôs os olhos em mim já sentiu nojo.

Tomei um banho e Shira me ajudou com meu cabelo, não só ela, como estilistas, cabeleireiros tentaram me ajudar a ficar no mínimo digamos que arrumada, eu não entendia muito sobre moda, então me vestia do meu jeito, do jeito que eu me sentia confortável, coloquei um vestido florido e fui para a sala de jantar, como se fosse um cachorrinho que tinha acabado de levar uma bronca, de cabeça abaixada, me sentei a mesa ao lado de Octávio que perguntou se eu estava bem.

— Pelo visto, ela tentou ao menos se vestir com classe, que novo estilo é esse? Uma vibe mais camponesa? — Alex Vil que estava quieto o tempo todo, mas só foi eu chegar, abriu a boca pra falar, riu e sinto pena, porque de mim ele vai ouvir o que não quer.

— Me visto do jeito que eu quero, espero que meu modo de se vestir não lhe cause incômodo, até porque com esse seu mal gosto de escolher camisa e ainda usar do avesso, acho que eu fico bem mais elegante com o meu estilo camponês. — Ele olha para sua camisa e se levanta jogando o pano na mesa, eu e o Senhor Vil comemoramos vendo a cara do filho dele sem graça, era de puro ódio, tanto que ele se retirou da mesa e eu e o pai dele caímos na gargalhada.

— Apesar de eu gostar muito desse seu jeito de implicância com o meu filho, você vai ter que pegar leve, porque, pelo que conheço meu filho, ele vai fazer de tudo pra arrumar um motivo pra você ir embora daqui, não era esse o jeito dele, mas agora ele está assim, parecendo um adolescente de 14 anos na puberdade, nervoso por não ter nenhuma mulher. — Ele olhou pra mim e piscou, não compreendi o fato do filho dele estar nervoso por não ter nenhuma mulher. Ele tem absolutamente tudo, tem dinheiro, amigos, é bem sucedido com sua vida profissional e a única coisa que o preocupa é por não ter uma companheira?

— Ora, Ora, Octávio, podemos resolver isso, lá no Egito vi muito sobre tortura, podemos transformar seu filho em um homem educado de novo.

— Não será nada fácil minha querida, depois de 4 anos longe dele, creio que será difícil trazer meu pequeno Alex de volta. — Ele diz e me dá um beijo na testa e se retira. Eu fico passeando pela casa, passo pelo corredor e fico olhando os quadros lindos pregados na parede.

— Esse quadro é de Van Gogh, ele se matou por não ter reconhecimento por conta das suas obras, mal sabe ele o quão famoso ele se tornou. — Eu tomei um susto e dei um pulo quando vi o senhor Alex escorado na parede olhando uma pintura do meu lado, mas estava falando da pintura que eu estava olhando.

— É, tem, tem razão… — Fiquei gaguejando e sem conseguir responder algo, porque estou do lado de alguém que quer acabar com meu futuro falso casamento e ele me odeia. Ele se aproximava mais e eu me afastava, certamente a sua curiosidade não era só nas pinturas, até porque não tirava os olhos de mim. Ele parou na minha frente e eu encolhi, percebi que ele deu um sorriso de lado, enquanto eu estava paralisada.

— Quanto que você quer? — Perguntou tirando um cigarro do bolso e acendendo, ele fez fumaça na minha cara, NA MINHA CARAAAA!

— Como?! Ta achando que sou prostituta? Saiba que eu sou uma mulher de família com classe e jamais gostaria de ser tratada dessa forma. — Digo e ele me olha confuso.

— Não, estou falando quanto você quer para ir embora daqui e não se casar com o meu pai. — Meu Deus, esse cara é maluco, até parece que eu vou quebrar a confiança do pai dele pra aceitar uma quantia de dinheiro e ir embora.