Capítulo 6

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 ~Aurora~

Simplesmente não posso acreditar no que está acontecendo na minha vida agora. Tipo, até semana passada eu estava pintando as unhas da minha prima e falando sobre séries e livros como uma pessoa normal...agora estou em uma casa desconhecida e com pessoas malucas. Inacreditável.

Acordei com a mão enfaixada, apesar de ainda doer muito, não havia muito o que eu pudesse fazer, sinto que o lugar onde eu estava não era tão gélido quanto o de antes de eu tomar café da manhã. Também não sei como cheguei aqui, mas é confortável então acabo não pensando muito e apenas fecho o olhos.

~

Acordo mais tarde, ainda no quarto, ele é grande, e tem uma cama macia e com vários travesseiros, eca ,quanto rosa. Ao lado de minha cama tem uma mesinha com cremes, maquiagens, e uma muda de roupa dobrada, se eu não estivesse aqui contra minha vontade..não seria tão ruim. Até consigo sentir as roupas de cama de cetim encostando em meu corpo...PERAE, PQ EU TO PELADA?

Me levanto rápido, não duvido que tenham encostado em mim enquanto eu dormia, mas não sinto formigamento no meio das pernas nem nada do tipo, oque  me deixa tranquila em parte. É claro, ignorando o fato de que fui sequestrada e esfaqueada.

Qual a próxima surpresa será? Um tiro? Ui, não deveria ter aceitado sair do conforto da minha casa pra ir numa festa ridícula. 

Mas...pelo menos tive uma última festa com minha prima. Sinto lágrimas escorrerem pela minha bochecha quente, abraço o travesseiro e me ajeito em um aposição que parece um feto na barriga da mãe e começo a chorar lembrando de sua risada. Seus bolos queimados que eram feitos com tanto carinho. Não consigo acreditar que a mesma garota que me contava histórias sobre como a vida poderia ser boa e divertida...não tem mais uma vida, não vou mais ver seu sorriso...A cena dela em volta de uma poça de sangue não é uma coisa que gostaria de guardar na minha mente.

Quando não conseguia mais chorar pensando na minha prima e no que poderia acontecer comigo agora, ou no que elas querem comigo, poderiam ter me matado...mas não fizeram isso. Me levantei, vesti as roupas que estavam na cadeira ao lado da cama e fui dar uma olhada no resto do quarto, é bem grande. Suas paredes são de cor rosa bebê, com detalhes parecidos com rendas, duas portas, uma está trancada, oque me deixa muito mais curiosa a seu respeito, a outra quando abro vejo um closet enorme, ali caberia uns 5 guarda-roupas meus facinho, entro no closet e vejo vários vestidos, diversos sapatos das mais variadas marcas e quase me esqueço doque eu tenho que fazer.

Preciso sair daqui, antes que eu seja a próxima a morrer... Começo a procurar algum jeito de fugir daqui, saindo do closet vejo que tem uma varanda, bem chique por sinal, mas não posso ficar admirando pois tenho que viver.E, algo que me diz que não tenho muito tempo, caminho até a porta. Toda de vidro com detalhes brancos, combinando com o quarto. Assim que encosto na maçaneta gelada  a porta se abre.

Não tenho como abrir a porta e simplesmente pular sem estudar o perímetro antes, é arriscado demais. Não vejo outra alternativa a não ser me virar e encarar quem quer que seja.

- Ora ora quem já está tentando fugir como um rato foge de um gato. Vejo Susan já encostada na ombreira da porta do quarto, com um pote na mão. Ela entra e fecha a porta

- Oque você quer comigo?

- Bom...digamos que algo em você me chama atenção, então ficará comigo por um tempo. 

Ela senta na cama e olha ao redor

- Haha, você é bem engraçada sabia? Quero ir pra casa, e quero ir agora, não vou ficar perto de uma pessoa que me sequestrou depois me esfaqueou, obrigada.

- Não tem escolha pirralha, aqui terá tudo que um dia já desejou, dinheiro, roupas, mulheres ou homens, será tratada como uma rainha, se obedecer.

- Não quero nada disso, quero minha vida devolta.

- Sente aqui. Ela da tapinhas em sua coxa e me olha atentamente de cima a baixo. 

Minha roupa não é tão atraente, mas ela parece gostar.

- Estou bem aqui. Cruzo os braços e a olho com desgosto. 

Quem ela pensa que é pra me dar ordens assim?

Susan se levanta e vem em minha direção, está linda usando um vestido, mas não posso deixar sua beleza me distrair, ela é uma assasina maluca. Quando chega a menos de um passo de distância de mim ela me fita com esses olhos brilhantemente vazios e da um sorriso.

- Acredito que não queira ter o mesmo destino que sua priminha patética tão cedo, estou certa? Então você tem 3 opções...

- Quais? Ela está tão perto de mim que consigo sentir sua respiração e ouvir seu coração batendo. 

- Opção número um: morrer aqui e agora, opção número dois: ser vendida para um velho babaca e nojento qualquer que vai te usar e te fazer virar uma prostituta, ou pode escolher a terceira opção, que é ficar aqui comigo por um tempo indeterminado e ter tudo de bom e do melhor.

Nunca me imaginei numa situação dessa, já li livros onde coisas assim aconteciam, não sei oque fazer, só sei que... Nunca termina bem.

- Tic tac princesa.

- Opção três...

- Ótimo. Ela pega em minha mão enfaixada e leva até seus lindos lábios rosado e beija, sua mão macia nem parece ter me esfaqueado a algumas horas atrás. - Então espero que entenda, que será necessário seguir minhas regras. 

Ela aperta a mesma mão que a pouco foi tocada com tanta delicadeza, aperta tanto que sinto gotas de sangue cairem em meus pés e no carpete do chão. Tento me conter e não chorar mas lágrimas surgem sem permissão.

- Estamos entendidas? Pergunta ela apertando mais ainda e olhando fundo em meus olhos.

- S...Sim...

Ela me solta devagar e olha meu rosto vermelho. Antes mesmo de eu sequer pensar em enxugar as lágrimas que haviam caído ela passa sua língua onde elas escorreram. 

Fico sem reação, minha pele queima, minha mão dói, ela me ameaça de depois faz isso... Está me deixando louca, certeza que não sobrevivo até os 19... Abro a boca para falar mas sou interrompida pelo doce sabor de seus lábios encostando nos meus, sua língua entra em contato com a minha e eu simplesmente não  entendo qual é a dela.

Me sinto tão envolvida nesse beijo que não sei oque fazer. Susan me pega com uma de suas mãos em minha cintura e a outra na minha nuca puxando meu cabelo e me leva até a cama. Me deixando sentada, ela sobe em cima de mim e continua a me beijar, minhas mãos percorrem sua cintura e suas coxas grossas o que me deixa em um tesão absurdo. 

Até ela levantar, me deixando achar que eu teria mais dela. E sai do quarto, deixando apenas o pote com biscoitos no lugar em que havia deixado.


O perigoso jogo da seduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora