Pesadelo á Beira-mar

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O mar rugia alto, suas ondas batendo com força nos penhascos escuros. Uma névoa densa pairava sobre tudo, deixando o ar pesado e sombrio. Elena estava de pé à beira do precipício, observando o caos se desdobrar diante dela com um nó no estômago.

De repente, um grito estridente cortou o ar, fazendo-a estremecer. Ela correu na direção do som, seus pés descalços batendo nas rochas ásperas, mas o grito se tornou apenas um murmúrio distante, ecoando em sua mente como um eco assustador.

Preso em um labirinto de sombras, Elena lutou para se libertar, mas o pesadelo a segurava com força. Então, de repente, ela acordou. Seu corpo estava coberto de suor frio, e ela ofegava no quarto escuro do hotel.

Elena estava em Maré Negra, a cidade onde ela esperava recomeçar. Sentada na cama, ela se perguntou se seu sonho era apenas isso, ou se era um aviso do que viria nesta cidade de mistérios obscuros.

Elena esfregou os olhos, tentando dissipar os resquícios do pesadelo que ainda pairavam em sua mente. A luz fraca do amanhecer começava a se infiltrar pelas cortinas entreabertas, lançando sombras pálidas pelo quarto. Ela se perguntou por um momento se deveria se levantar ou tentar dormir novamente, mas a sensação de urgência que o sonho deixara em seu peito a impeliu a se mover.

Com um suspiro, ela se levantou da cama e se dirigiu ao banheiro, deixando a porta entreaberta para deixar a luz penetrar no quarto. Enquanto lavava o rosto, ouviu um leve toque na porta. Ela enxugou o rosto e foi atender, ainda sentindo-se um pouco sonolenta e desorientada.

Ao abrir a porta, deparou-se com uma figura alta e esguia, que ela reconheceu como o proprietário do hotel, Sr. Peterson. Seus olhos azuis escuros tinham um brilho inquisitivo enquanto ele a observava.

"Desculpe incomodá-la, Srta. Elena", começou ele, com sua voz suave e amigável. "Mas eu ouvi gritos vindo do seu quarto e queria me certificar de que tudo está bem."

Elena piscou, surpresa com a preocupação sincera do Sr. Peterson. Ela tentou sorrir, embora ainda se sentisse um pouco atordoada pelo pesadelo.

"Está tudo bem, Sr. Peterson", respondeu ela, tentando manter a voz firme. "Eu só tive um pesadelo. Deve ter sido isso que você ouviu."

O Sr. Peterson assentiu compreensivamente, mas ainda parecia preocupado. "Se precisar de alguma coisa, não hesite em me chamar. Estarei na recepção o dia todo."

"Obrigada, eu aprecio", disse Elena, inclinando-se para trás para fechar a porta. Quando se virou, seu olhar se encontrou com o espelho pendurado na parede oposta, e ela se viu refletida nele, os olhos ainda guardando vestígios do medo que a assombrara em seu sonho.

Enquanto se arrumava, Elena ponderou sobre o significado de seu pesadelo e sobre o que a esperava em Maré Negra. Uma coisa era certa: esta cidade isolada escondia mais segredos do que ela jamais poderia imaginar, e ela estava determinada a descobrir o que eram.Enquanto Elena se vestia, a sensação de inquietação persistia, como se as sombras do sonho ainda estivessem agarradas a ela, sussurrando segredos desconhecidos. Decidida a não deixar o medo dominá-la, ela desceu as escadas do hotel, encontrando-se imersa na atmosfera peculiar de Maré Negra.

A cidade estava envolta em uma aura de mistério, com suas ruas estreitas e tortuosas que pareciam se retorcer como serpentes emaranhadas. O ar estava impregnado com o cheiro salgado do mar e o som distante das gaivotas ecoava pelos becos sombrios.

Enquanto Elena caminhava pelas ruas de paralelepípedos, ela notou os olhares furtivos dos moradores locais, cada um parecendo esconder seus próprios segredos sombrios. Ela se perguntou o que os habitantes de Maré Negra estavam tentando esconder e se perguntou se ela poderia confiar em alguém nesta cidade sombria.

Seus pensamentos foram interrompidos por um sussurro repentino, que parecia ecoar das sombras ao seu redor. Ela se virou rapidamente, mas não viu nada além das ruas vazias à sua volta. Um arrepio percorreu sua espinha, e ela acelerou o passo, ansiosa para chegar ao centro da cidade.

Ao chegar à praça principal, Elena se viu cercada por uma multidão de pessoas, cada uma imersa em sua própria conversa silenciosa. Ela se perguntou se alguém ali sabia o que acontecia nas profundezas sinistras de Maré Negra, ou se todos estavam tão perdidos quanto ela.

Decidida a desvendar os mistérios desta cidade, Elena se dirigiu à biblioteca local, na esperança de encontrar alguma pista que pudesse lançar luz sobre seu estranho sonho e sobre o que a aguardava em Maré Negra. Mas, enquanto folheava os antigos livros empoeirados, ela começou a sentir que estava sendo observada, como se os próprios segredos da cidade estivessem se contorcendo ao seu redor, esperando para serem revelados.

Com o coração batendo descompassado, Elena percebeu que estava prestes a mergulhar em um mistério muito mais profundo e perigoso do que jamais poderia ter imaginado. E, à medida que o sol se punha sobre Maré Negra, lançando sombras ainda mais densas sobre a cidade, ela soube que sua jornada estava apenas começando.Enquanto Elena folheava os livros na biblioteca, ela foi repentinamente surpreendida por um toque leve em seu ombro. Seu coração disparou, e ela virou-se bruscamente, pronta para enfrentar o intruso. Para sua surpresa, viu uma criança pequena, com grandes olhos curiosos, olhando para ela com inocência.

"Oh, desculpe assustá-la", disse a criança com uma voz suave, mas cheia de curiosidade. "Eu só queria saber o que você está fazendo aqui. Você é nova na cidade?"

Elena se acalmou ao ver que era apenas uma criança e sorriu gentilmente. "Sim, sou nova aqui. Estou tentando aprender mais sobre Maré Negra. Você mora aqui?"

A criança assentiu com a cabeça, os olhos brilhando de excitação. "Sim, eu moro aqui com minha família. Meu nome é Lucas. E o seu?"

"Elena", respondeu ela, estendendo a mão para cumprimentá-lo. "É um prazer conhecê-lo, Lucas."

Lucas aceitou o aperto de mão com entusiasmo. "O que você está procurando nos livros? Posso te ajudar?"

Elena ficou impressionada com a gentileza e a curiosidade da criança. "Estou tentando descobrir mais sobre a história desta cidade. Você sabe alguma coisa interessante sobre Maré Negra?"

Lucas assentiu com a cabeça, os olhos brilhando com entusiasmo. "Claro! Minha avó costumava me contar histórias sobre os antigos mistérios de Maré Negra. Dizem que há um tesouro escondido em algum lugar aqui na cidade."

Elena ficou intrigada. "Um tesouro? Isso é fascinante. Você sabe onde ele está?"

Lucas balançou a cabeça, um sorriso travesso brincando em seus lábios. "Ninguém sabe ao certo. É um segredo bem guardado. Mas talvez, se trabalharmos juntos, podemos descobrir."

Enquanto o entusiasmo de Lucas brilhava em seus olhos, Elena sentiu um aperto no peito. Ela sabia que não poderia se envolver em uma busca por um tesouro que poderia não passar de uma fantasia infantil. Além disso, ela tinha seus próprios mistérios para desvendar em Maré Negra, e não podia se permitir se distrair com algo tão incerto.

"Lucas, eu adoraria ajudá-lo a encontrar esse tesouro, mas agora tenho outras prioridades", explicou Elena com gentileza, colocando a mão no ombro do garoto. "Estou aqui para descobrir a verdade sobre esta cidade e seus segredos, e preciso me concentrar nisso."

O brilho nos olhos de Lucas diminuiu um pouco, mas ele assentiu compreensivamente. "Tudo bem, Elena. Eu entendo. Se precisar de ajuda com os segredos de Maré Negra, estou aqui para ajudar."

Elena sorriu, grata pela compreensão do garoto. "Obrigada, Lucas. Sua oferta significa muito para mim. Quem sabe, talvez um dia possamos ser amigos."

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⏰ Última atualização: Mar 19 ⏰

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