A pintura

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A Pintura

 

De frente para um quadro em branco com o pincel na mão teria que escolher uma cor, olhei para o cinza, aquele sorriso confortável era típico toda vez que optava-lhe para pintar, visto desde as décadas mais antigas nas pedras durante a pré-história, na primeira TV com brilho nos olhos das pessoas, toda cor que não era preto podia ser cinza, nas camisas de quem queria ser discreto, a cor de alguém que poderia ser normal, sentir-se bem quando se pintava o cinza no branco era satisfatório, o costume de usar aquela cor que não era sim e nem não fazia-me sujar o pincel antes mesmo de tomar a decisão, movimentei-o delicadamente até o quadro e quando faltavam milímetros para a decisão ser concretizada senti uma dor que fazia-me parar, olhei para a ponta do meu dedo indicador vendo-o com gotas de sangue que escorriam pelas mãos, o som grave do pincel caindo sobre o chão, a pupila se dilatando com o silêncio seguido, lágrimas escorrendo e encontrando os lábios mostrando-lhe um novo sabor, estendi o indicador e levei-o até o vazio que tinha em minha frente, então, o vermelho se dissipa no branco de forma agressiva e ao mesmo tempo suave, havia mais vida, mais grito, mais silêncio, com identidade poderia persuadir usando a sedução ardente que possuía, a dor já não havia mais e enquanto fazia diferente e único o sorriso de ver o vermelho era a razão de escolhe-lo para a cor do amor e da loucura, pois quem não podia amar sendo louco significava que era mais cinza que vermelho, era uma cor nova e que nem todos o aceitavam, sendo tão forte nem todos tinham a capacidade de ver como realmente devia, e então a obra termina, baixando a mão os meus olhos viam o diferente, de repente alguém entra na sala e diz: - Por que ainda não pintaste nada? - sorrindo eu o respondo: - Já pintei demais por hoje.

Conto das 3Onde histórias criam vida. Descubra agora