Universo paralelo

31 4 2
                                    



Ele a falava para ir embora antes que alguém soubesse, mas a garota não ouvia, tentava insistir a ficar uns minutos a mais, pois o veria apenas na semana que vem quando todos estivessem viajando. Seus olhares se encontravam todos os dias no colégio, ela tentava disfarçar namorando com umas garotas, mas ele não conseguia fazer isso com tanta precisão, saía com alguns caras, mas quando chegava a noite seu olhar se voltava para a tela de seu computador que guardava aquela única foto em que os dois tiraram juntos em um concurso estudantil.

Carlos estava cansado, mas acreditava que poderia marcar um saidinha para hoje, ligou para um amigo pedindo uma companhia divertida, depois de 30 minutos de conversa eles tinham marcado para mais tarde. Animado que sairia com Pedro; procurou a melhor roupa para aquela noite.

Júlia já estava em um sono profundo quando a campainha de sua casa tocou, sem ânimo para levantar e saber quem era continuou deitada, mas depois da terceira vez ela teve que ir descobrir o motivo de alguém ir lhe ver sem ao menos avisar.

Ao abrir a porta Pedro estava com a mesma roupa que havia chegado do colegial, Carlos surpreso perguntou se ele havia trocado de ideia, mas Pedro se tocou que o tempo passou tão rápido que nem percebeu que precisava se preparar para a noite. Quando Pedro saiu do banheiro e viu Carlos parado olhando sem piscar para o computador ele tentou chamar sua atenção imediatamente.

Ana sorridente foi colocando os pés através da porta e tentando ganhar liberdade para entrar, Júlia com um sorriso meio desanimador a deixou entrar e enquanto se jogava no sofá respirando profundamente como se estivesse vivendo uma rotina diária; Ana tirava um batom da bolsa e falando que Júlia iria sair hoje por bem ou por mal.

Ao entrar na boate fazendo uma expressão bem despreziva deixava a perceber que não era ali que queria estar, mas mesmo assim tenta aproveitar, enquanto segurava a bebida mais forte do bar, tentava ficar sorridente e dançante, mas seus olhares mostrava sempre que estava procurando alguém, todavia, as luzes não ajudavam, então, o DJ muda para uma música lenta, já sem vontade se sentou no banco e de frente para o barman. Seu dedo rodeava o copo enquanto sua mente viaja profundamente para a semana passada. Depois de algumas músicas resolve voltar para casa, desviando das pessoas embriagadas de repente pisa no pé de alguém, ao se desculpar percebe o grande erro que estava fazendo tentando ir embora, se virando e pegando nas mãos de Júlia; Pedro se sente tão perdido quanto ela naquele momento e diz o quanto sentiu sua falta; uma lágrima escorria percorrendo todos os caminhos marcados pela dor e solidão, pelas noites mal dormidas, pela vontade de gritar expressando o que queria e o que sentia naquele exato momento, Júlia então as enxuga como se estivesse dizendo "calma, estou aqui... mesmo que ninguém nos aceite como somos" e então pega em suas mãos colocando em sua cintura e lhe beija com um sentimento tão forte que puderam esquecer todas aquelas vezes em que ficaram sozinhos tendo que fingir o que nunca foram. Carlos deixa o copo cair de suas mãos quando os vê juntos. Ana corre para a saída evitando vê o que menos esperava. Júlia olha nos olhos de Pedro e diz: - A partir de hoje fecharemos os nossos olhos, viveremos lado a lado, ignorando qualquer negatividade, deixaremos de reprimir esse amor que dentro de nós é maior que qualquer céu cheio de estrelas, eu serei seu universo, mas você será a minha estrela iluminando qualquer escuridão existente em mim. Pedro lhe responde com um sorriso que representava mais que um sim, representava o fim de sua tortura, o fim de seus choros enquanto olhava para a foto do computador, mas a partir daquele dia tudo ficou diferente, porém igual,  o sol realmente estava nascendo para todos... 


Conto das 3Onde histórias criam vida. Descubra agora