~ Cheirosinha ~












Depois que o loiro terminou de tomar café, se levantou, guardou o que tinha pegado e limpou o que tinha sujado e foi para o banheiro de seu quarto sendo seguido pelo grifo, que apenar de ter bastante agilidade, teve uma pequena dificuldade para subir as escadas.

— Tem que ter disposição para me seguir. — O loiro disse convencido e se deitou na cama olhando o animal se segurar nas cobertas na tentativa de subir na cama junto ao loiro —Não sai daqui, eu já volto. — Ele colocou o grifo encima de sua cama e saiu do quarto descendo as escadas e indo direto para a lavanderia, tinha se lembrado que tinha que colocar sua roupa pra lavar.

O grifo ficou e esperou, olhando tudo a sua volta. Katsuki era bem organizado.

A raça dela só evolui quando os filhotes saem das bolsas maternas, enquanto estão acompanhados de suas mães eles ficam na sua forma de filhote, o certo era o pequeno se separar de sua mãe aos cinquenta anos para poder crescer, mas houve um pequeno acidente com a mãe dele, ela foi caçada e morta durante uma migração por caçadores de animais exóticos e raros, mas pra sorte dele foi que eles não sabiam que o grande grifo tinha um filhote em sua bolsa.

Ela foi acertada por uma rede que foi disparada no ar a acertando a fazendo cair um pouco afastado deles o dando a chance de fugir

O filhote ficou apenas dois anos na rua, e em um dia comum, sua fome a fez subir em uma árvore tentando caçar o gato da vizinha de Katsuki e logo escorregando e caindo na cara do loiro.

A raça também podia se transformar em humanos, para sua própria sobrevivência e se misturar entre eles para que não sejam caçados e mortos com facilidade, e como ser meio animal virou uma normalidade ficou mais fácil para eles, diga-se de passagem, um dos policiais locais é metade humano e metade gato, mas o coitado não sabia fazer isso ainda.

Porém, contudo, entretanto, todavia (Mariah), ela já teria ficado bastante tempo longe de sua mãe, ficou usando tanto sua forma de grifo que desaprendeu a ficar em sua forma humana.

— Voltei — O loiro o tirou de seus pensamentos — Hm, se você vai ficar, é melhor te dar um nome... Mas... — O loiro pegou o animal nas mãos e o levantou para ver se conseguia identificar o gênero do bixin mas antes que o fizesse, o pequeno grifo pulou de suas mãos e se escondeu nos travesseiros do loiro. — O que foi? —  Ele olhou para o bixo, achando estranho um animal ter "vergonha" de algo. — Então tá né.

Katsuki deixou a ideia de lado por enquanto, vendo a criatura baixar a guarda e ele a puxar pelo rabo.

O grifo "gritou" e agarrou os lençóis da cama, fazendo Katsuki rir.

— Nem dói. — Ele disse levando o rabo da criatura e levantando uma sombrancelha. — Fêmea? Espero não precisar te castrar. Esses cachorros da rua comem literalmente qualquer bixo que tenha piriquito.

Ele riu mais uma vez e a puxou para o colo, vendo a coisinha penosa escorregar para debaixo de sua blusa e ronronar lá dentro, se esfregando nele.

— Você vai encher a minha blusa de pelos. — Ele enfiou a mão dentro das roupas e acariciou sua cabeça, sentindo ela roçar em seus dedos e sair de sua blusa, se sentando em seu abdômen. — Você precisa de um nome... certo? — Ele disse pensando em nomes bons para a pequena que se acomodava sobre o corpo do loiro enquanto ele olhava para a janela de seu quarto repensando nós vários nomes que vinham em sua mente. — Mirai? — O animal ficou quieto sem reação, como se não tivesse ligado. — Akane? Aruna? Nina — A pequena não correspondia aos seus chamados. — Aiko? — Ela se levantou e apoiou as garrinhas em sua blusa. — An? Aiko? — A pequena guinchou em aprovação — Ok... Se você gosta desse, faço uma coleira com o seu nome para você.

Colocou Aiko na cama e decidiu fazer testes, para ver se ela realmente iria responder seus chamados quando a chamasse pelo nome.

— Fique aqui, tá? — Ele colocou o animal novamente na cama e desceu as escadas correndo e parou no meio da sala — AIKO — Berrou de onde estava e o grifo desceu animadamente, balançando o rabo de um lado para o outro, gostando da "brincadeira", mas quase capotou a escada todinha se o loiro não tivesse pego ela antes — Aiko? — Ele chamou e ela o olhou mostrando que estava prestando atenção. — Você não pode passar por aqui! — Apontou para o corredor que ligava a cozinha e a sala a sua frente. — Vem.

Aiko o olhou.

"Como você quer que eu chegue até você sendo que eu não posso passar pelo único caminho que tenho?" — Ela piscou, o olhando e olhando para o corredor, tendo uma ideia e dando meia volta, sumindo da visão do loiro.

— Aiko? — Ele andou até o corredor e tomou um susto ao ouvir algo pular a janela e derrubar as panelas. — Você pulou a janela só para não passar pelo corredor?

O bixinho guinchou e correu até os calcanhares dele, se roçando nele, com o rabo abanando.

— Boa menina. — Ele disse com um sorriso fraco no rosto e a voz baixa, a pegando no colo e esfregando a ponta do nariz em seu bico. — Você precisa de um banho.

Aiko resmungou e se agarrou na blusa dele enquanto ele a levava para o banheiro, acariciava seus pelos e penas e enchia uma bacia debaixo da pia, a enchendo com água morna e jogava um pouco de seu shampoo na bacia, fazendo espuma.

— Fique quieta, não quero ter que limpar nada depois. — Ele resmungou, a colocando na água, esfregando seu corpo com a espuma, limpando suas patas, sua cabeça, debaixo de suas asas e até as partes dela, vendo ela agarrar as pontas da bacia e tentar fugir dalir. — Ei! O que eu disse?

Ao escutar seu tom de voz, ela se aquietou, deixando ele terminar de banha-la.

Quando ele terminou, ele pegou sua toalha e a enrolou, levantou e voltou para o quarto, a secando e deixando ela no chão.

— Você tá parecendo um caroço de manga chupada. — Ele riu, estendendo a toalha na porta do banheiro, cheio de preguiça de descer lá embaixo para estender no varal. — Pelo menos está cheirosinha. — Ele a olhou, enquanto ela se lambia.

Uma coisa caiu no meu telhadoOnde histórias criam vida. Descubra agora