Capítulo 02

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Alemanha

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Alemanha

Acordo assustada.

Meus olhos se abrem lentamente e percebo que minha visão está turva, distorcida.

Tento mover-me, mas não consigo, é como se eu estivesse presa; a confusão toma conta de mim, e com minhas mãos, percebo que estou em um lugar úmido, frio e apertado.

Aperto os olhos algumas vezes e me deparo com a realidade. Vastas lembranças de momentos antes daquele, me invadem.

Eu estava enterrada viva.

De repente, o ar em meu redor se tornou insuficiente, escasso, sufocante. Minha respiração se tornou um gemido abafado, e tentei não me desesperar.

Entendi que se me acalmasse, talvez teria alguma chance de sair dali.

Meus dedos trêmulos alcançam o topo daquela cova e reúno forças, cavando freneticamente a terra que me aprisionava.

Cada punhado de solo removido, é uma vitória conquistada à custa das minhas dores.

O tempo começa a passar devagar, agonizante, e a falta de ar estava próxima.

Eu conseguia sentir.

Aquilo era uma tortura, como se a morte fosse menos dolorosa.

Uma luz fraca invadiu o espaço em que eu estava, e coloquei minha cabeça naquela fresta em busca de ar, senti o suor escorrer em minhas costas e ali passei a mão, observei que não só suor estava presente, mas o sangue viscoso também.

Atravessei meu olhar para além da cova e quando vi o céu azul, uma pontada de esperança penetrou em meu coração, fazendo com que eu cavasse mais rápido.

Aos poucos, pude me ver mais livre, a terra úmida e lamacenta já não estava me cobrindo, ao invés disso, consegui sentir a brisa leve e fria do ar da floresta.

Sentada ao monte da cova, me arrastei até a pequena rocha que me deu certo apoio para conseguir me levantar.

Mesmo que doesse, dei um passo para frente, depois outro, e mais outro, enfim começando uma caminhada lenta e sofrida.

O tempo passou rápido, e logo vejo que estou dentro da floresta. As árvores altas me cercam, e sinto minhas mãos geladas.

Todos os meus sentidos estão em alerta, preciso ser ágil e silenciosa.

Cada batida do meu coração ressoa como um lembrete do tempo que tenho antes que a noite caia.

Começo a acelerar meu passo apesar da dor constante nas costelas. Não posso parar, se um urso me achar agora, serei uma presa fácil.

Acredito que tenham se passado três dias de caminhada, e a cada hora que passa, me sinto mais solitária, cansada e faminta

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Acredito que tenham se passado três dias de caminhada, e a cada hora que passa, me sinto mais solitária, cansada e faminta.

No segundo dia, achei um rio, próximo à uma tocha já apagada. E imagino o que tal coisa como aquela estava fazendo no meio de uma floresta.

Desde então, estou seguindo-o em busca de uma civilização, ou algum lugar que tenha pelo menos uma cama para que eu possa deitar e descansar.

Enquanto as dores? Elas pioraram. Tanto que parte da minha perna direita, está anestesiada.

Estou a dias sem comer, me sinto fraca e doente.

Ando por mais um tempo, até que vejo uma casa de pedra, no outro lado do rio.

Pisco algumas vezes e sorrio esperançosa.

Apesar da ideia de atravessar o grande rio seja assustadora, penso que será difícil ter outra moradia diferente dessa nesse lugar, então decido atravessar.

Você consegue, Amara.

Começo a nadar cortando a correnteza; meu corpo dói tanto que penso só em desistir e deixar a correnteza me arrastar, mas algo dentro de mim se recusa permitir.

Respiro fundo, enchendo meus pulmões.

Eu sabia que precisava ser rápida e forte, ou aquelas águas me levariam para longe.

Ofegante e tremendo, me agarro a margem e uso o que sobrou da minha força para puxar-me para fora do rio, meu corpo está mais dolorido que antes.

Suspiro e me levanto, seguindo em direção à casa. Parando em frente dela, observo as paredes de pedras ásperas e desgastadas, parcialmente cobertas por trepadeiras retorcidas, que se estendiam até o telhado inclinado.

Desço meu olhar até a porta, bato levemente e ouço o som ecoar. Espero, mas nenhum som vem. Tento abri-la e, ao perceber que está destrancada, a abro com um ranger.

O cheiro forte de mofo entope meu nariz e espirro, enquanto fecho a porta em um baque.

As cortinas e janelas estreitas, emolduradas por pedras escuras, permitiam apenas uma luz tênue penetrar no interior da casa, criando sombras tenebrosas e dançantes.

A entrada principal era marcada pela pesada porta de madeira envelhecida, com detalhes entalhados que pareciam desgastados pelo tempo e exposição dos elementos.

Da janela, conseguia ver o entorno da casa, que estava envolta pela densa vegetação da floresta, com árvores imponentes que lançavam sombras sinistras.

Meus músculos latejavam de exaustão enquanto eu lutava para manter os olhos abertos.

Cada passo era um esforço, e minha mente ansiava por descanso. Foi então que avistei um divã, um oásis de conforto.

Despi-me das roupas ensopadas pela travessia do rio, sentindo um alívio imediato ao me livrar do peso da água.

Sem hesitar, me arrastei até ele, sentindo o estofamento macio sob meu corpo cansado.

O conforto era irresistível, como se soubesse exatamente o que eu precisava naquele momento.

Alcancei a manta macia que repousava no braço do divã e a envolvi ao redor do meu corpo, aconchegando-me ainda mais.

Minha respiração se tornou lenta e regular, meu corpo afundando cada vez mais no sofá.

O cansaço me envolveu, e me entreguei ao sono sem resistência, esperando que o dia de amanhã, fosse melhor.

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