Passamos no hospital. Me fizeram curativos, limparam meus machucados e, sim, o tiro tinha sido de raspão. Quando saímos do hospital, eu já me sentia um pouco melhor.
ㅡ Vou te deixar no hotel e encontrar o seu pai. ㅡ Frank virou a rua. ㅡ Te aviso quando sairmos da cidade.
ㅡ Valeu, Frank. ㅡ Me ajeitei no banco do carro. ㅡ Eu preciso mesmo tomar esses remédios? ㅡ Encarei a sacola repleta de remédios ao meu lado no banco.
ㅡ Precisa. ㅡ Frank parou o carro no estacionamento do hotel e nós saímos. ㅡ Se não, você morre.
ㅡ Eu não vou morrer. ㅡ Entramos no elevador e eu me escorei na parede. Eu já não sentia aquela dor forte, mas ainda parecia que eu tinha sido atropelado.
Subimos rapidamente até o andar do quarto e Frank bateu na porta. Ele acenou para o olho mágico e em questão de segundos, a porta se abriu.
Chole apareceu e seus olhos focaram em mim. Não percebi o quão senti a falta dela.
ㅡ Drake? O que te fizeram? ㅡ Ela pegou no meu pulso e me puxou para dentro do quarto.
ㅡ Eu to bem. ㅡ Afirmei colocando a sacola de remédios na mesa.
ㅡ Não ta, não. Ele tomou um tiro e foi espancado. ㅡ Frank cruzou os braços e se escorou no batente da porta.
ㅡ Um tiro? ㅡ Chloe olhou para mim nitidamente preocupada e eu me segurei para não sorrir.
ㅡ Foi de raspão, fica quieto, Frank. ㅡ Olhei pra ele e ele me fez uma careta.
ㅡ Eu to indo. ㅡ Ele deu uns passos para trás. ㅡ Chloe? Toma conta do moribundo. ㅡ Ameacei me levantar, mas ele saiu correndo enquanto ria.
Chloe foi até a porta e a fechou. Ela foi até a mesa e olhou os remédios, um por um.
ㅡ Tem que tomar esse aqui. ㅡ Ela pegou um deles, abriu e veio até mim com uma garrafa de água na mão. ㅡ Toma. ㅡ Olhei pra ela com uma careta. ㅡ Toma, Drake! ㅡ Ela empurrou a garrafa e o comprimido pra mim e eu peguei, sem escolha.
ㅡ Não preciso de tudo isso.
ㅡ Fica quietinho e toma o remédio. ㅡ Ela mandou. Eu obedeci.
Engoli o remédio e fechei a garrafa d'água.
ㅡ Agora vai tomar um banho. Depois eu refaço seus curativos. ㅡ Ela me jogou uma das toalhas do banheiro do hotel. ㅡ Veste o roupão que eu levo sua roupa para lavar na lavanderia.
ㅡ O que? Não precisa fazer isso tudo. ㅡ Balancei a cabeça em negativa.
ㅡ Já falei pra você ficar quieto. ㅡ Ela me jogou um roupão.
ㅡ Você não pode sair do hotel, Chloe. ㅡ Me levantei. ㅡ Eu compro outra roupa. ㅡ Saquei o meu celular. ㅡ Eles entregam aqui.
ㅡ Ótimo, compre e vá pro banho. ㅡ Ela foi até o telefone. ㅡ Vou pedir algo pra você comer.
ㅡ Chloe? ㅡ Ela olhou pra mim. ㅡ Não precisa fazer nada disso, sabe né?
ㅡ Não, não sei. ㅡ Ela continuou com o telefone no ouvido. ㅡ Você não cuida de mim? ㅡ Olhei para ela sem dizer nada. ㅡ É a minha vez. Agora vai. ㅡ Apontou para o banheiro.
ㅡ Você está meio mandona. ㅡ Me levantei da cama com dificuldade e passei por ela para ir ao banheiro.
ㅡ Você fez besteira hoje, tá de castigo. ㅡ Ela deu um tapa na minha cabeça e eu a encarei.
ㅡ To de castigo? ㅡ Arqueei uma sobrancelha.
ㅡ Óbvio! Você poderia ter morrido, Drake. ㅡ Seus olhos ficaram sérios. ㅡ Ta de castigo e eu não ligo se você é mafioso, vai ficar quietinho e me obedecer. ㅡ Chloe deixou o telefone sobre a mesa e me empurrou até o banheiro.
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Me ame, Chloe
RomanceEla estava no lugar errado e na hora errada. Como Chloe foi se meter no meio de um fogo cruzado entre mafiosos? Drake tinha duas opções: Deixar que ela morresse ou sequestra-la para protegê-la. E ele sabia bem o que fazer.