Algo na minha garganta me impede de falar, tudo aquilo que eu sinto e quero muito te dizer.
É sufocante e dói, como se estivesse preso e fosse algum tipo de programa, escolhendo somente algumas palavras pra te responder.
Eu queria poder contar tudo, os meus pensamentos, meus sentimentos, porém nem mesmo consigo escrever.
Me perdoe mãe por te fazer chorar, eu me odeio com todas as minhas forças ter de te preocupar, você e as minhas irmãs.
É que todas aquelas palavra entram na minha mente como um furacão, afinal, é só drama, como diz o meu pai.
Não consigo ter ânimo e as coisas que estão se passando na minha mente está me matando, eu quero muito desabafar.
Só que eu não consigo, não quando aquilo na minha garganta me tortura.
Eu chorei muito esses dias pois eu pensei coisas que eu não deveria.
Do tipo, e se eu me matar, o que aconteceria?
Se eu sou burra como meu pai diz, porque ainda tenho de ir a escola?
Pensei tantas vezes em como cabularia, em todas as vezes eu me via sozinha, chorando e até mesmo fazendo coisas que eu não deveria.
Sempre que pensei em me cortar eu apenas tirava o esmalte da unha, ou então apertava bem forte o travesseiro, na esperança de que esses pensamentos passasem.
A culpa é totalmente minha, de achar que alguém escutasse meu socorro.
Como pedirei ajuda? Se a minha voz simplesmente não me ajuda?
Tento falar porém não sai nada, a quem estou desabafando se eu não falo nada?
Parece que qualquer mínima coisa tem me afetado, e eu não culpo vocês, apenas me culpo por ligar demais.
Eu sinto uma dor gigantesca no peito, junto com o nó na garganta, e tá muito sufocante.
Não quero conversar com ninguém, nem queria preocupar ninguém, só que até nisso eu falhei.
Sinceramente? Eu sinto que eu sou um monstro.
Tanto de atitude quanto em aparência.
É errado eu dizer que eu me odeio?
Não consigo comer por desânimo, culpa e medo.
E eu não consigo escrever mais, não tudo sobre o que eu realmente sinto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A voz do silêncio - poemas
PoesiaMe sinto presa em uma jaula, sem liberdade ou a quem conversar, escrevendo dia a pois dia porém sempre sem falar. Sentindo um nó na minha garganta me sufocando como um simples jogo da forca, ouça meu silêncio, eu te imploro.