CAPÍTULO 12

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O coro diabólico parou e a floresta mergulhou no silêncio outra vez. Grannus se embrenhou na mata sombria, iluminando o caminho com uma chama, que bruxuleava em seu dedo indicador. Ele mudava de direção várias vezes, mas mesmo assim, os três humanos o seguiam, talvez Oreon fosse a única solução. 

 De relance, entre o emaranhado de galhos, conseguiam enxergar algo fantástico. A lua estava estampada na escuridão do céu, exalando um brilho pulsante de cor avermelhada. Seus traços rústicos e tamanho colossal a diferenciavam da lua que os humanos conheciam, agora que estavam longe do perigo, conseguiam admirá-la.

 — Vocês já tinham visto uma criatura  daquela? — Grannus rompeu o silêncio, mantendo os passos apressados.

 Eles estavam numa região intensa da floresta, passando à força pelos arbustos que interrompiam o caminho. 

— Não. — Emma respondeu. 

— Como você consegue fazer aquele lance de fogo com as mãos? — Ryan perguntou animado.  

— Uma coisa de cada vez, verme. — Grannus retrucou, deixando o garoto deprimido — Não há magia, nem criaturas no mundo de vocês. Aqui, há tudo isso e muito mais. Graças aos deuses eu não sou um humano, pertenço a uma das diversas raças existentes nesse mundo, explicar isso tudo vai ser uma grande merda! 

  Em certo ponto da floresta, Grannus parou, de frente para uma trilha de buracos gigantes. Ryan e Emma reconheceram aquele rastro no mesmo segundo, o ser que tanto temeram, estava mais próximo do que nunca. 

— Buracos? —  Arthur perguntou.  

 Ryan estremeceu e recuou sem perceber.

— Não são buracos. Grannus, Esse lugar é perigoso! Isso é uma trilha de pegadas gigantes e esse parece ser o fim delas. — Emma exclamou.. 

— Vocês são irritantes demais, calem a boca um segundo! — Grannus resmungou. — Vamos voltar para casa Paco, apareça!

 Um bafo quente balançou os cabelos de Ryan, o primeiro a ver o ser gigante que surgiu na escuridão. 

 Primeiro, apareceu os membros inferiores e depois sua cabeça triangular gigantesca. A fera tinha a  pele dourada, dentes afiados, duas pernas grossas e dois braços extremamente finos, muito semelhante a um T-Rex, cinco vezes maior do que Ryan. Estava equipado com uma garupa de couro, rédeas e sacos amarrados nas laterais.  

 A criatura congelou o garoto de medo, com um olhar ameaçador. A boca semiaberta da besta indicava sua prontidão para engolir o alvo a qualquer momento. 

 Emma, Arthur e Grannus olharam para a figura gigante, diferente do último, os outros gritaram o nome do garoto.  

— Não coma ele ainda, Paco! — Grannus ordenou, se aproximando da criatura. 

— Ai…Ainda?! — Ryan gaguejou. 

 Paco rugiu baixo, emitindo um som áspero e grosseiro, enquanto erguia a cabeça, esbanjando a sua altura colossal. 

 Grannus escalou a criatura pela cauda avantajada, se sentando na garupa, em posse das rédeas. —  Eu vou parar em um lago no caminho, vocês estão podres!

 Grannus fitou o trio de cima, com a impaciência estampada no rosto. Os três não acreditavam que ele realmente queria que eles subissem naquela fera. 

— O que vocês estão esperando? O caminho é longo, adiantem! 

"Oreon, parece ser a única maneira de descobrir como voltar para casa." Emma pensou, a primeira a escalar a cauda com precisão, se sentando na lombar da criatura.  

Oreon: A Guerra Do Entardecer Onde histórias criam vida. Descubra agora