Kingsman: Serviço Secreto - Yelena Belova x Kate Bishop

Círculo de Ouro

Londres, Inglaterra, 2024.

Kate Bishop POV.

O sorriso de escárnio, os olhos cor de ouro, o terno perfeitamente alinhado no corpo da russa que me seguia incessantemente pelos corredores do Complexo da Kingsman. Seu rosto carregava um semblante sério, por mais que quisesse enche-la de perguntas sobre como era o treinamento da KGB, meu desconfiômetro estava ligado, mas ela quebrou o silêncio:

-Já me mostrou praticamente todas as instalações super interessantes... - O deboche era perceptível, até esdrúxulo em sua voz, eu arqueei levemente a sobrancelha antes dela prosseguir depois de soltar uma risada nasal. - Ande, saía da defensiva, Kate Bishop. Me explica o lance do Rogers ser um picolé. - Eu ri pelo apelido já espalhado ao nosso "chefe". - Ah uma risada! Começamos bem, quero fofocas, colabore.

-Kingsman foi criada na época da Primeira Guerra, por Nicholas Fury, fundada inicialmente apenas para proteger assuntos de extremo sigilo do governo, mas com o tempo, fomos nos tornando algo maior. Segurança mundial. Rogers foi o primeiro experimento do sócio Howard Stark, pai do Tony. Na Segunda Guerra, queriam algo parecido com um super-humano, alguém indestrutível, incansável, um homem capaz de conter um exército sem armas. Steve, ou o nosso picolé... Fóssil, como Natasha costuma chamar. Ele foi congelado e esquecido no complexo antigo da Kingsman. Encontrado por um dos agentes. E hoje...

-Temos um cara com mais de 100 anos como um dos chefes e vocês o apelidaram de biomassa congelada. - Eu ri apoiando minha cabeça no espelho do elevador e assenti positivamente. - Tô começando a gostar daqui... Bom, me respondeu uma pergunta. Tem direito a fazer uma pra mim. - Por mais que estivesse muito curiosa, não queria ceder à conversa, claramente tentativa da agente de me "amaciar". - Ande. Eu sei que quer perguntar.

-Foi agente da KGB né?

-Sim... Fez o dever de casa? Parabéns Kate Bishop. Bom, fui separada de Natasha com 6 anos, ela tinha 11. Em 1989. No meu primeiro ano de treinamento na Sala Vermelha, fui designada pela KGB. A criança assassina mais famosa do mundo... Tinha oito anos. Mas assim que entrei, a União Soviética se desfez, em 1991, a KGB também se foi, e eu voltei ao comando da Sala Vermelha. Fui subjugada quimicamente aos 12. - Meu semblante completamente embasbacado alternava o olhar entre a mulher e os corredores da Kingsman, enquanto fazíamos o caminho até o seu dormitório.

Ela parecia querer manter o tom de voz firme para não se perder em qualquer um que sejam seus traumas:

- Natasha me libertou na Queda de Marrocos. E então, aqui estou, caminhando pelos corredores da Kingsman. Olhando pra uma mulher muito bonita, que se veste muito bem... E eu não sei absolutamente nada sobre... E parece me odiar. - Mais uma vez a bajulação, abri a porta do quarto da mulher com minha digital, ladeando a cabeça para ela entrar. - Sou uma Viúva Negra, e agora White Widow da Kingsman. Vai preferir fazer suspense? Eu descubro sozinha.

-Me convença de que é vantajoso te falar sobre mim. E eu falo, Agente Belova.

-Intrigante, Kate Bishop. Adoro mulheres que me deixam curiosa. - Eu revirei os olhos como resposta para sua investida pouco criativa. Uma delas.

-Até o jantar, viúva. - Fecho a porta, ouvindo a gargalhada acentuada e pigarreada da mulher, antes de fazer meus passos serem apressados pelo corredor, chegar ao laboratório e encontrar MJ era rotina.

MJ entrou para Kingsman com 16 anos, ao ser descoberta fabricando armas nucleares no porão da casa em que morava. Tony não pensou duas vezes em recruta-lá, passou a ser uma boa amiga. Venho ao laboratório pedir socorro vez ou outra. Sua última invenção foi EDITH. Inteligência Artificial acima do comum, capaz de fazer de tudo. Desde te ajudar a se encontrar no GPS a desarmar uma bomba.