Já era 00:00 e nada dele chegar em casa. Eu estou muito preocupada.
....
1:30
Eu já estava quase dormindo, quando escutei alguém abrindo a porta, mas era o Diego.
_ isso é hora de chegar em casa, Diego? - falo calmamente -
Ele parecia assustado.
_ acordada ainda?
_ como é que eu durmo sabendo que o meu marido está tarde da noite fora?
_ eu tive que resolver uns assuntos. - ele se senta no sofá e continua me olhando. -
_ assuntos?
_ sim.
_ eles são mais importantes do que o aniversário da sua filha de 1 ano?
_ ah, eu... Talita..
_ o que foi que aconteceu, hein? Por que você mudou tanto, Diego? Você não era assim! Você não mentia pra mim. Agora só vive arrumando desculpas para justificar a sua ausência. Só vive chegando tarde, se embriagando.... Você tá se drogando?!
_ o que?! não é pra tanto, Talita. Se você não quiser acreditar em mim, não acredite. Eu não tenho tempo para essa sua paranoia. Enquanto ao aniversário da minha filha, eu comprarei algo pra ela.
_ aonde você vai? - pergunto -
_ irei dar uma volta.
_ o que?! Você sabe que horas são, por acaso? - pergunto incrédula. -
Ele suspira pesadamente. O tempo estava muito chuvoso.
_ está chovendo. Não tem necessidade disso, Diego.
_ poderia parar de falar, por favor? Eu só quero paz! Só por um minuto...eu só quero paz. - ele fala bravamente. -
Ele abre a porta com tudo e vai embora.
_ Diego!
Eu apenas fecho a porta e sento no sofá. Coloco os meus cabelos para trás e suspiro frustradamente.
.....
04:40
Diego não tinha chegado, e eu ja estava dormindo. Eu estava tão cansada que acabei capotando no sofá. Quando de repente, ouso o meu celular tocar, de primeira eu não atendi, pois estava em um sono profundo, mas como o celular não parou de tocar, eu me levantei e o atendi.
_ alô?
_ olá, eu estou falando com a Talita Martins?
_ hum, tá sim. Por que? Quem é?
_ senhora, é o seguinte, eu estou ligando da recepção do hospital (........), o seu número estava registrado como número de emergência, ou seja, era o único contato.
_ como assim hospital?
_ é que hoje, exatamente as 04:23 da madrugada, entrou um paciente, vítima de um atropelamento de carro, o estado dele é muito grave, nós não sabemos se ele irá resistir. O nome dele é Diego Santana Martins.
_ é algum parente da senhora? - assim que ele falou isso, todas as palavras perderam os sentidos.
_ o que? Como assim? Sim. É meu marido.
_ eu peço que venha com urgência para o hospital. Para assinar alguns documentos e ficar com o paciente.
_ cer...certo. Estou indo.
Eu não sabia o que fazer ou falar. Eu só sabia chorar. Ele estava comigo quase agorinha. Como assim ele foi atropelado? Ligo pra uma amiga minha, conto pra ela tudo o que aconteceu e peço pra ela vir na minha casa, pra ficar com a Maria Heloísa.
Ela chegou e eu peguei um táxi pra ir para o hospital. Eu separei os documentos dele e trouxe algumas roupas pra ele.
Eu passei o caminho todo até o hospital chorando. Ele estava em estado de risco, ele poderia morrer.Assim que eu cheguei lá, eu entrei correndo dentro do hospital e fui direto para a recepção. A mulher que tinha falado comigo alguns minutos atrás, me reconheceu logo pelo o meu desespero.
_ Talita Martins?
_ sim. Onde ele está? Ele está bem? Cadê ele?
_ calma. Ele entrou em cirurgia agora pouco. O estado dele é bem delicado. Essas são as únicas informações que eu posso passar no momento para a senhora. Pode esperar ali. - ela aponta para uns sofás de espera.
Eu estava toda descabelada. Eu não pensei duas vezes quando saí de casa. O medo de perder o pai da minha filha que também é o meu marido, me consumiu. Eu não posso perdê-lo.
Passou 1 hora e meia, e nenhuma novidade.
Até que um homem vem em minha direção._ a senhora é parente do Diego Santana Martins?
_ sim, eu sou. Como ele está?
_ como a senhora já sabe, o estado dele é muito delicado. Ele foi atingido em cheio, isso danificou muita coisa nele. A cirurgia acabou agora. Ele não saiu de estado de risco, porém , as coisas estão mais estáveis.
Isso me trouxe um alívio e tanto.
.....
Já era sete e alguma coisa, eu fui pegar um café pra mim, pois não consegui dormir. Meus olhos estão inchados de tanto chorar. Peguei o café e fui andando pelo o corredor, só que de longe eu vi um correria, vários médicos entrando e saindo de um quarto. Quando eu fui dar conta, meu café caiu todo no chão, era o quarto que o Diego estava. Eu saí correndo em direção a ele, chegando lá, pela quantidade de médicos, eu não consegui entrar, mas dava pra ver que um dos médicos estava fazendo massagem cardíaca nele. Até que do nada ele parou e olhou para os outros médicos e negou com a cabeça, dizendo que ele acabou de falecer.
Meu mundo caiu naquele momento. Eu tentei entrar na sala, mas os médicos não deixavam. Eles me seguraram e me tiraram da sala.
_ não, ele não morreu. Não, não, não, ele estava bem até alguns segundos atrás, vocês estão mentindo. Me solta! Me sola! Deixa eu vê-lo, por favor, eu só quero vê-lo.
_ senhora, por favor, voce está sentido a dor da perda, infelizmente, não podemos deixá-la entrar agora.
Eu caí no chão e comecei a chorar. Eu só quero vê-lo. Ele se foi, ele morreu. Eu no consigo acreditar nisso. Por que? Por que? Eu... eu... não consegui me despedir dele.
_ o que aconteceu com ele? - pergunto limpando minhas lágrimas -
_ eu já imaginava, ele estava em um estado muito crítico, se ele sobrevivesse, seria realmente um milagre. Ele teve um convulsão, e isso despertou uma hemorragia interna, o que ocasionou sua morte. Eu sinto muito. Fizemos o nosso melhor. - ele falou isso e saiu, eu começo a chorar de novo.
_ Ahh, ahhh, eu... Diego.... - eu estava sentindo uma dor imensa, pelo o que soube, o atropelador fugiu. Ele tirou tudo de mim e fugiu.
....
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Você e eu
RomanceTrata-se da história de uma mulher chamada Talita Martins. Talita casou com 23 anos, três anos depois de seu casamento, ela descobriu que estava grávida, a criança traria uma grande alegria pra família. Seu marido Diego, ficou muito feliz ao saber...