Você e eu

Four

Eu voltei pra casa e comecei a arrumar as coisas dela, cada roupinha que eu colocava dentro da mala dela, era mais uma lágrima que descia pelo o meu rosto.
Depois de arrumar tudo, eu passei o dia todinho com ela grudada em mim.
Dia seguinte.
Acordei cedo, e terminei de organizar os restos das coisas dela. Antes dela acordar, eu fui pra o banheiro e tive uma crise de realidade. Chorei muito, eu queria entender que o que eu estava fazendo era o melhor pra ela, mas isso não entrava na minha mente.
Acordei ela e coloquei uma roupa de frio nela, pois estava chovendo. coloquei ela dentro do carrinho e sai de casa. Meus olhos estão muito inchado.
Chegando lá, eu entrei e fui direto para o escritório da dona do orfanato.
Ela ficou muito chocada com a beleza de Heloísa.
_ então você deve ser a princesa Heloísa, certo? - Heloísa começa a sorrir-
Heloísa era muito brincalhona, assim como o pai.
Conversamos um pouco e chegou o momento da despedida. Eu tinha uma entrevista de emprego naquele mesmo dia, então eu não poderia demorar. E no orfanato, você só tem direito pra visitar a criança uma vez no dia.
Ela me levou para a sala aonde as crianças passam um tempo com os  pais e disse que me deixaria sozinha para ter espaço com a Heloísa.
Heloísa não sabia o que estava acontecendo, afinal, ela é só um bebê. Já eu... nem queira saber o que eu estava sentindo, pois nem eu sei.
_ mamãe, mamãe... - comecei a brincar com ela.
_ minha bebê, eu queria poder lhe dar uma vida melhor. Poder comprar tudo o que você quisesse, mas.... - começo a chorar - eu... eu não posso. A mamãe vai ter que ir embora agora, viu? Mas eu volto amanhã para te ver de novo, meu anjo.
Beijo a testa dela e me levanto, uma mulher entra na sala, pega a Heloísa e leva pra a sala de brinquedos. Eu só acompanho de longe com o olhar.

_ será que eu sou uma boa mãe? - pergunto pra senhora Pietra. -

Ela sorri e me olha.

_ essa atitude só prova o quanto você é uma ótima mãe, Talita.

_bom, eu tenho que ir agora.

_ eu realmente desejo que você consigo tudo o que você almeja pra essa vida.

_ eu também.

.....

Chego em frente a uma empresa de grande porte. Adentro e vou direto na recepção. A empresa era enorme, muito chique. Será que eu vou conseguir um emprego aqui?

_olá, bom dia. Meu nome é Talita Martins. Eu vir para uma entrevista.

_ bom dia. Deixe-me ver aqui. Ah, sim. Pode subir.

_ obrigada. - falo nervosamente -

Vou direto para o elevador e colo no 3 andar. Eu quero muito ser aceita. Eu preciso muito desse emprego.

O elevador para e eu saiu. Assim que eu saiu, uma mulher vem em minha direção e diz que alguém estava me aguardando em uma sala à esquerda.

Quando chego no local, a porta estava entre-aberta, eu bato e em seguida entro.

Tinha outra mulher bem elegante de aparência um pouco velha. Ela me esperava.

_olá, bom dia.

_bom dia. Você deve ser a Talita Martins.

_ sim, sou.

_ bom, Talita, você não é a única para essa entrevista de emprego, então, me diga o motivo pelo qual eu deveria lhe contratar.

_hum, eu entendo, há várias outras pessoas lutando por uma vaga de emprego nesse exato momento, Talvez até nessa empresa. Talvez pessoas com as mesmas qualidades e características minhas, mas, eu lhe garanto, que se você me contratar, não irá se arrepender. Eu tenho muita agilidade para aprender e pegar as coisas, e eu sei que hoje em dia isso também é crucial. Também sei lidar com pessoas muito bem, teve um tempo no qual eu fui recepcionista de um hotel, isso me concedeu muitas experiências. Então, senhora, eu preciso muito desse emprego, arrisco dizer que é caso de vida ou morte.

_ hum, eu entendo. Talita. Pode me falar um pouco sobre você?

_ Claro. Eu sou mãe. Mãe solteira. Minha filha tem um ano e cinco meses. Só que ela atualmente não mora comigo. Tenho 23 anos. Terminei os estudos, porém não quis fazer faculdade. No momento, eu estou tentando arrumar um lugar pra ficar. Então, digo novamente, esse trabalho é muito importante mim._ Eu estou em uma fase da vida muito desprezível. Penso.

_ Hum, se me permite, por que não está com sua filha? _Suspiro um pouco surpresa com a pergunta e em seguida respondo.

_ Eu perdi o meu marido há cinco meses atrás. Ele foi atropelado. E ele era o único que sustentava a casa, desde então, eu tive que me virar pra cuidar de minha filha. Só que chegou em um momento em que eu percebi que não poderia sustentar a minha filha, então, eu tive que colocá-la em um orfanato.

_ humm, sinto muito, isso é realmente lamentável._Ela me olha e depois volta o seu olhar para o computador e diz:

_ você parece ser uma pessoa talentosa, Talita. Eu gostei de você. Está contratada._Eu levanto o meu olhar assustada e alegre ao mesmo tempo.

_ sério? Muito, muito obrigada. Você não sabe o quanto eu estou feliz.

_ porém, você tem que ser muito prestativa. Eu não gosto de pessoas que dão bobeira._ ela fala seriamente.

_claro. Eu prometo que com isso você não irá se preocupar. Bom, quando eu começo?

_olha, Talita. Eu realmente estou com urgência. Então, o quanto antes melhor, você iniciará amanhã mesmo._ eu não consigo esconder a minha felicidade, e começo a sorrir.

_certo. _digo.