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mathias on

passar por essa "máscara" de assassina do rei que a menina tem é difícil mas no treinamento consegui ir me aproximando dela a ponto de termos algumas conversas amigáveis, aproveitei a situação pra manter os gados do exército do meu pai o mais longe possível da garota o que estava bem difícil já que ela estava aqui pra terminar combate com a gente.

não entendo como meu irmão ainda não nos achou e se achou, não sei o que ele está esperando pra agir, mas é melhor que continue assim, essa manhã o rei subiu uma barreira ao redor do castelo, uma barreira que permite que qualquer um saia mas só que for convidado pode entrar, como ele subiu essa barreira? eu não sei, que tipo de magia ele usou? também não sei, já é mais do que confirmado que ele não é feerico e não tem magia própria então como ele consegue?

babi- por que faz isso?
mathias- perdão?
babi- por que fica mantendo seus homens afastados e chamando minha atenção apenas para você?
mathias- você é uma menina, quase uma criança e eles são brutos, velhos e engraçadinhos, se aproxime um pouco mais deles e entenderá o motivo de eu te manter longe
babi- não confia nos seus homens?
mathias- não confio na minha sombra

a garota me observou dos pés a cabeça tão lentamente que fiquei sem graça

babi- caso esteja querendo algo comigo é bom tirar seu cavalo da chuva, geladinho

minha vergonha foi embora e danei a rir, perdi a graça ao lembrar que se meu irmão decidir pensar o mesmo que ela eu serei um homem morto.

mathias- não quero nada de você além da sua amizade, pode confiar em mim.
babi- tá fazendo a conduta da boa vizinhança?
mathias- é bom as vezes, quer treinar comigo mais tarde?
babi- de novo?
mathias- sim, eu costumo dar uma corrida depois do jantar, pra desgastar
babi- combinado então, mas não vou poder ficar muito, me recolho cedo
mathias- por escolha própria ou ordens?
babi- ordens
mathias- é um saco
babi- sim, é. bom, vou indo, tenho algumas coisas pra fazer antes do jantar
mathias- tudo bem, pode ir

ela continuou encarando meu rosto procurando algo, talvez procurando por ele

mathias- tá tudo bem?
babi- você me lembra alguém
mathias- alguém especial?
babi- eu não sei
mathias- bom, ele deve ser muito bonito
babi- tão egocêntrico quanto você
mathias- quem?

o rosto dela ficou neutro, um pouco perdida

babi- eu não sei... mathias?
mathias- sim?
babi- você é confiável?
mathias- não sou a melhor pessoa pra falar se eu sou confiável ou não
babi- vou saber se estiver mentindo
mathias- como?
babi- você não tem seus truques? gelo e tudo mais? eu tenho os meus
mathias- que tipos de truques você tem?
babi- não é algo que eu saiba explicar, eu só sei fazer
mathias- entendi, bom, eu me considero confiável
babi- você se considerar confiável não me diz se vc é ou não, apenas diga "sim, eu sou" ou "não sou"
mathias- sim, eu sou

ela esperou um pouco em silêncio e por fim falou

babi- as vezes eu sinto como se tivesse algo faltando
mathias- o que seria?
babi- partes da história, eu não me lembro da minha infância, não me lembro do que fiz até chegar aqui, tudo que eu consigo pensar é sobre ele, ser leal a ele e obedecer tudo que ele diz, é como se eu não existisse até alguns dias atrás. ele tenta por na minha cabeça histórias que não se encaixam, ele diz que meu pai era um grande amigo dele no passado mas que por guerras ele acabou morrendo mas pediu que ele cuidasse de mim, mas eu não lembro de nada, não lembro do meu pai e nem de nenhuma guerra, eu nem sequer sei onde eu estou
mathias- você é confiável?
babi- não... se me contar qualquer coisa importante mesmo que eu não queira vou ser obrigada a reportar pra ele, então não diga nada
mathias- certo...

𝙻𝚘𝚜𝚝 𝙿𝚛𝚒𝚗𝚌𝚎𝚜𝚜Onde histórias criam vida. Descubra agora