Capítulo 6

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CAPÍTULO SEIS

TESS

Cada passo era uma luta interna, eu quase vacilei na caminhada em direção ao Adam.

"Meu Deus, me ajude, por favor!". Eu estava rezando pela ajuda Divina, por qualquer coisa que pudesse acalmar essas emoções tumultuadas. Minhas pernas estavam trêmulas, na verdade, eu tremia toda e a olho nu. Meu corpo vibrando estava em chamas e o ar frio do inverno ao nosso redor não dava conta não! Nada me refrescava.

Se bem que esses tremores não eram novidades; eles haviam começado desde o momento em que o vi no dia anterior no estádio.

Eu não entendia o que estava acontecendo comigo. Não compreendia esse vendaval de sentimentos indesejados que tomava conta de mim toda vez que meus olhos se encontravam com os de Adam. Nos últimos anos evitei a todo custo pensar nele, cheguei a acreditar que eu havia superado a paixão, só que agora, percebi que nada mudou durante todo esse tempo. Passei a noite acordada, incapaz de fechar os olhos, completamente arrepiada ao recordar dos lábios grossos e sedutores de Adam tocando os meus. Sentir suas mãos grandes tocando minha pele foi como uma fagulha que incendiou tudo, o contato inesperado despertou a paixão que estava trancada dentro do meu peito há seis anos. A figura do rosto másculo e do corpo atlético de Adam ocupava totalmente meus pensamentos.

"Não deveria ser assim. Reage, Tess!", tentava retornar à realidade, e precisava fazê-lo logo. Adam era o mesmo homem que injustamente acusou meu pai para proteger o "DELE". A história de assassino, "se realmente aconteceu", foi sepultada junto com meu pai e o traiçoeiro do Vozão escapou impune.

Estava sendo difícil para mim entender por que estava sendo tomada por esses sentimentos quando o ódio deveria prevalecer, ser a única emoção que eu deveria sentir com relação a ele.

"Essa minha vulnerabilidade é um absurdo", pensei, tentando recuperar o controle sobre mim mesma. Mas toda a racionalidade desapareceu quando parei em frente ao imponente e perfumado Adam.

"Merda!". Inspirei e segurei todo o ar dentro dos meus pulmões. Com todo seu charme exagerado, Adam usava uma jaqueta preta que acentuava seus largos ombros e uma blusa térmica cinza escura, que parecia abraçar seu peitoral musculoso. Eu estava completamente sufocada e deixei o ar ir escapando aos poucos entre os meus lábios entreabertos.

— Bom dia, Tess. — Sua voz rouca e profunda, mesmo emitida em tom amigável, soou como um trovão nos meus ouvidos. Pensa em uma pessoa nervosa! Essa pessoa era "euzinha" ali, mal conseguindo controlar meu corpo em desgoverno.

Engoli em seco para tentar fazer o meu coração, pulsando na garganta, descer para o seu devido lugar e não adiantou, porque a mão do Adam subiu me oferecendo um cumprimento. Para evitar pagar ainda mais mico, foi necessário inalar mais ar num esforço sobrenatural. Novamente enchi o peito, antes de tirar os olhos da mão grande de Adam, vestida com uma luva de couro preta, e subi meu olhar até o dele.

No entanto, quando encontrei seus olhos verdes, meu estado agravou, senti meu nervosismo aumentar. Adam continuava o mesmo que me atraía no passado.

"Incrivelmente fascinante."

— Bom dia! — consegui responder com alguma formalidade e apertei sua mão. Fiz todo o esforço para manter minha voz firme e meu corpo sem tremer, mas era uma tarefa difícil quando eu estava encarando aqueles olhos verdes sedutores e atraentes, seu sorriso discreto, sua barba bem aparada e seus lábios grossos.

— Eu quero muito aprender a patinar — Isabella expressou seu desejo à sua amiga Sofia enquanto observava as pessoas deslizando graciosamente sobre os patins.

UM NOIVADO POR CONVENIÊNCIAOnde histórias criam vida. Descubra agora