Capítulo2

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CAPÍTULO DOIS

TESS FOSTER

Seis anos se passaram...

Os profundos olhos castanhos de David, meu fisioterapeuta, mantinham-se fixos nos meus, buscando qualquer sinal de desconforto enquanto fazia movimentos circulares em meu tornozelo direito. Esses movimentos faziam parte do tratamento que já se estendia por longos seis anos.

— Alguma dor, Tess? — perguntou ele, com seu olhar perspicaz analisando a tristeza estampada em meu semblante.

Balancei a cabeça em negativa, mas soltei um suspiro profundo, deixando claro meu desânimo.

A dor persistia mais intensamente no meu coração do que na área ferida. Por mais que eu tentasse preencher o vazio profundo causado pela perda, parecia uma tarefa impossível. Acreditava, cada vez mais, que só conseguiria superar verdadeiramente quando retornasse às pistas de gelo. Por esse motivo, me dedicava de corpo e alma a cada sessão de fisioterapia, com o objetivo claro de voltar em breve aos torneios.

David não era apenas meu fisioterapeuta; ele também desempenhava o papel de meu treinador de patinação artística no gelo e, nos momentos de folga, uma agradável distração.

Desde que me mudei para Palm Beach, na Flórida, há aproximadamente cinco anos e seis meses, ele tem me proporcionado apoio profissional e emocional. As sessões contínuas de fisioterapia criaram uma ligação forte com esse profissional dedicado e atraente.

David é alto, de cabelos curtos, corpo atlético, um olhar castanho sedutor e uma atenção que, às vezes, parecia até excessiva. Nossa relação foi além do âmbito profissional; acabamos compartilhando momentos mais íntimos. Saíamos esporadicamente, sem compromisso, apenas desfrutando da companhia um do outro.

Seu comprometimento com o esporte e seu profundo conhecimento sobre meu corpo e minhas habilidades o tornavam um treinador excepcional. Seu olhar experiente era capaz de captar nuances que, às vezes, passavam despercebidas até por mim mesma.

— Muitas vezes a vida é injusta, você não concorda comigo? — respondi com outra pergunta, desviando completamente do assunto inicial.

Ele soltou uma risada discreta em discordância.

— Para ser franco, não! Eu não concordo, Tess. A vida não é injusta, nós que perdemos o foco.

Grunhi desanimada.

— Talvez você tenha mesmo razão, David. Eu posso dizer que levei uma vida dupla. — Suspirei pensando na minha situação: diante dos outros, mantive um sorriso constante, escondi a tristeza pela perda de meu pai e pelo ferimento no tornozelo, que me afastou do esporte que mais amava. Quando estive sozinha, fui uma pessoa diferente, não consegui superar e chorei em demasia pela perda que carregava.

UM NOIVADO POR CONVENIÊNCIAOnde histórias criam vida. Descubra agora