Foi uma longa e viciosa discussão, mas contra todas as probabilidades, Dumbledore venceu. Ele saiu via floo, com a expectativa de que, se Harry não estivesse de volta aos Dursley até amanhã de manhã, ele voltaria para arrastar o garoto para lá, ele mesmo.
Quando Tom ouviu, teve visões de marchar para onde Dumbledore estivesse e acabar com a vida do patético velho naquele momento. Duas palavras, era tudo o que bastava.
Mas, infelizmente, não havia nada a ser feito. Afinal, foi tudo pelo bem de Harry. Por mais que eles odiassem a própria ideia de enviá-lo para um lugar que ele não era amado, seria muito pior para ele ser vulnerável a Voldemort, se algo acontecesse.
Todos eles ajudaram pessoalmente a arrumar algumas das coisas de Harry, passando o máximo de tempo possível com ele.
Com toda a honestidade, Harry manteve a maioria de suas coisas na mansão. Ele não queria que nada disso ficasse à mercê dos Dursley, e ele realmente não queria enfrentar a perspectiva de não ter um lugar para voltar.
Foi acordado que Tom dividiria seu tempo entre a Mansão e o Privet Número 4, para ficar de olho em Harry e garantir que os Dursley não tentassem nada.
Sirius realmente queria ir, mas ainda era um criminoso procurado aos olhos dos trouxas, algo que o ministério nunca conseguiu mudar, por algum motivo. Eles decidiram que Severo era sua melhor aposta, especialmente com Petúnia.
Harry fez questão de embalar algumas fotos de família, no entanto. Inclusive um só com ele e Sirius. Ele pretendia mantê-lo em algum lugar para lembrar os Dursley de quem viria atrás deles se eles decidissem tentar tratá-lo da maneira que tiveram durante toda a sua vida.
Harry meio que riu de si mesmo, do porta-malas que trouxera. Era o mesmo que ele usava para Hogwarts, embora fossem todos itens pessoais. Nem vestes escolares e vestimentas, nem livros e caldeirões. Bem, ele trouxe um mini caldeirão para manter seu trabalho de poções, mas isso foi além do ponto.
O ponto para Harry era que era dele. E estava cheio. Com tantas coisas restantes na Mansão Fawley, seus equipamentos de quidditch e pôsteres, vestes tanto para a escola quanto para o uso diário, bem como todos os tipos de ternos ajustados e roupas trouxas regulares que ele acumulou durante os breves verões na mansão, e muito mais. Livros pessoais e bugigangas, coisas que ele só queria, ou Sírius e Severo compraram por causa disso. Sobrou muita coisa na mansão, e mesmo assim seu baú estava cheio.
Isso o deixou tão feliz de pensar. Desta vez, ele estaria nos Dursley não como o menor, mas como alguém que tinha valor para seu nome. Ele não era apenas o triste garoto órfão debaixo das escadas que eles toleravam metade do tempo. Ele agora era Harry James Potter. E esse nome tinha valor. E ele tinha valor.
Olhou para o porta-malas, sentindo tanto orgulho em ter coisas que eram suas e que lhe cabiam e que podiam encher uma mala inteira sem livros escolares e uniformes. Sua varinha sentia-se segura em seu bolso, e Edviges estava em seu ombro. Ela geralmente viajava para Hogwarts em uma jaula, para seu próprio bem, mas Harry sentiu fortemente que ela deveria voar tanto quanto gostaria durante os verões.
Os outros haviam prometido escrever, e mesmo que os Dursley protestassem contra Edviges, havia pouco que pudessem fazer contra nomes como Hugo e Mundo, ou mesmo contra a occamia. E se tudo mais falhasse, Hypnos teria zero hesitação em acertar qualquer um que mexesse com Harry. Harry achou o pensamento um pouco libertador.
Sim, o Dursley não era a Mansão Fawley, e ele ficaria sozinho, mas não seria para sempre, e ele ainda tinha sua família, seu povo, em seu canto.
Decidido a aproveitar a oportunidade dada para mexer com Petúnia, Severo aplaudiu todos diretamente na entrada do Número 4, com um estalo. Era noite, enfim, eles não teriam sido vistos.
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The Souless [01] - Harry Potter ( Tradução )✓
FantasyVocê sabe o que acontece quando uma criança nasce em Azkaban? . . . Nyx Sally Black é a primeira Souless a nascer em mais de 400 anos, além de ser a última descendente de sangue puro de Salazar Slytherin. Como uma criatura sem emoções, como ela pode...