Em água corrente

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(Março, 2024)

Deixe a água escorrer,
lavar seu rosto,
chegar ao pescoço,
sinta-a pelo seu corpo descer.

Feche o seu olho,
e não se deixe enrijecer.
Lava tudo que em si grudou,
na pele, e na alma.

E também não guarde mágoa,
pois ela é uma arma,
é suja de auto destruição.
Não deixe que nada mais lhe pese o coração.

Enxugue-se, e com leveza,
livre-se da escuridão.
Ande devagar,
respire sem ofegar.
E deixe a água corrente,
o passado levar.

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