Capítulo 2

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Eloise ainda estava assimilando a conversa com Gabriel quando voltou para sua mesa. As palavras dele ressoavam em sua mente, criando um turbilhão de pensamentos. Ela sabia que havia algo mais por trás daquela fachada dura e arrogante, mas não sabia exatamente o quê.

A manhã passou lentamente, entre telefonemas e e-mails. A presença de Gabriel se fazia sentir em cada canto do escritório, como uma sombra pesada. Por mais que ela tentasse se concentrar, sua mente voltava sempre para a interação de mais cedo.

Na hora do almoço, Eloise decidiu dar uma volta pelo quarteirão para clarear a cabeça. O ar fresco ajudava a organizar seus pensamentos. Caminhando pela rua movimentada, ela se perguntou como alguém podia ser tão diferente de um pai tão amável quanto o Sr. Andrade. A gentileza do velho senhor contrastava fortemente com a rigidez do filho.

De volta ao escritório, Eloise notou um grupo de colegas reunidos na área de café. As conversas eram baixas, mas carregadas de tensão. Ela pegou um café e se juntou a eles, tentando captar o que estavam dizendo.

"Ele é insuportável," sussurrou uma das funcionárias, sem notar a chegada de Eloise. "Não sei quanto tempo mais vou aguentar isso."

"É como se ele não se importasse com ninguém," concordou outro. "Sinto falta do Sr. Andrade."

Eloise sentiu um misto de solidariedade e preocupação. Ela sabia que precisava fazer algo, mas o quê? Decidida a não deixar a situação piorar, ela voltou para sua mesa, determinada a ter uma nova conversa com Gabriel.

Esperou até o final do expediente para abordá-lo novamente. Desta vez, bateu na porta e esperou por uma resposta. "Entre," veio a voz firme de Gabriel.

Ela entrou e fechou a porta atrás de si. Gabriel estava concentrado em seu computador, mas levantou os olhos quando percebeu quem era. "Precisa de algo, Eloise?"

"Na verdade, sim. Precisamos conversar." Ela se aproximou da mesa dele, tentando manter a voz calma.

Ele suspirou, afastando-se da tela. "Sobre o quê?"

"Sobre a maneira como você está lidando com a equipe. As pessoas estão começando a desmoronar, Gabriel. Elas precisam de liderança, não de intimidação."

Gabriel se recostou na cadeira, observando-a com olhos críticos. "E o que sugere que eu faça? Fique acariciando egos e distribuindo sorrisos?"

"Não é isso e você sabe. Liderança não é sobre ser simpático, mas sobre inspirar confiança e respeito. Você é inteligente e capaz, mas seu comportamento está afastando as pessoas."

Ele ficou em silêncio por um momento, os olhos fixos nela. Finalmente, falou, com uma voz mais suave do que ela esperava. "Você acha que eu não sei disso? Cada decisão que tomo é como caminhar em uma corda bamba. Não posso me dar ao luxo de parecer fraco."

Eloise sentiu um vislumbre da pressão que ele estava sob. "Então, por que não confia mais na equipe? Não precisa carregar tudo sozinho."

Gabriel desviou o olhar, parecendo ponderar suas palavras. "Confiança não é algo que se dá facilmente, Eloise. Especialmente quando está em jogo o legado do seu pai."

Ela respirou fundo. "Eu entendo que a responsabilidade é enorme. Mas lembre-se, estamos todos aqui para ajudar. Inclusive eu."

Ele a observou por mais um momento, a expressão indecifrável. "Vou pensar sobre isso."

Eloise assentiu, sentindo que havia feito algum progresso, mesmo que pequeno. "Obrigada por me ouvir."

Quando ela saiu da sala, uma sensação de alívio misturada com incerteza a envolveu. Gabriel era um enigma, mas Eloise estava mais determinada do que nunca a desvendá-lo. Sabia que por trás daquela fachada dura havia um homem lutando para fazer o melhor em circunstâncias difíceis. E ela estava disposta a ajudar, custe o que custar.

Espero que estejam gostando, por favor comentem muito

Uma Esposa para o CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora