Capítulo trinta

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Depois que meu apartamento pegou fogo, fiquei sem moradia, minha mãe disse que eu poderia ficar na casa dela, sendo sincera, não é tão ruim agora ficar com ela.

Estamos na sala, estou trançando o cabelo dela, a última vez que fizemos isso foi quando eu tinha uns 17 anos, na época eu adorava fazer penteados na minha mãe, já que seu cabelo sempre foi sedoso e longo.

As reações do papai sempre foram as melhores, ele me exaltava, eu poderia ter feito uma coisa que era facilmente considerada ruim, mas ele sempre dizia que eu era a melhor, em tudo.

— Mamãe, depois que o papai se foi, você cogitou se apaixonar por outra pessoa? — Pergunto de repente, a sinto endurecer.

— Nunca. — Ela fica em silêncio, está procurando as palavras certas. — Seu pai foi o único por quem me apaixonei e o último.

— Você acha que ele diria o mesmo?

Ela ri fraco.

— Ele com certeza diria: "Katrina é a única mulher que tenho olhos nesse universo, só me apaixonaria novamente, se fosse ela mas em outra vida." — Está sorrindo, sei disso porque vejo suas maçãs dos rosto crescerem.

— É bem a cara dele. — Termino o penteado e ela levanta. — O espelho está em cima da estante.

Ela se dirige em direção ao espelho e o pega nas mãos, olha de vários ângulos.

— Eu senti tanta saudade disso. — Ela está apalpando suas tranças. — E você?

Ela está me olhando fixamente.

— O que sente por Ayanna?

Penso em reponder algo elaborado mas não faço.

— Posso reponder isso como o papai. — Minha mãe está rindo.

— Não vale, ele disse isso pra mim.

Me jogo no sofá e olho para o teto.

— Ela é a minha estrela. Ilumina minhas perfeições e para mim é a mais bela em meu céu. — Minha mãe vem na minha direção e me faz cócegas.

— Minha menina sendo romântica... — Estou me debatendo no sofá e tentando pará-la, por que já estou sem ar.

A campainha toca, paramos e nos entre olhamos, quem poderia ser a essa hora?

Minha mãe levanta do sofá e vai até a porta, da sala a ouço dizer empolgada.

— Mais que supresa... Entre por favor.

Levanto o sofá e olho pelo corredor, é Ayanna, está com um buquê de rosas brancas, quando seus olhos me alcançam seus lábios comprimem em um grande sorriso.

— Isto é para a senhora. — Ela inclina o buquê na direção da minha mãe que está com uma cara de pura felicidade.

— Não precisava... eu adorei. — Ela pega o buquê e abraça Ayanna.

Ayanna ficou tímida, solto um riso quando percebo.

— A que devemos essa visita? — Pergunto me aproximando.

— Vim visitar minha mulher e minha sogra. — Minha mãe solta um risinho baixo e se dirige com as flores para outro cômodo. — Não tenho que ter motivos para isso.

— Está alimentando as expectativas dela. — Cruzo os braços.

— Espero que sejam bem grandes porque pretendo continuar. — Ela segura meu rosto e deposita um selinho nos meus lábios.

— Você não tem jeito. — Fecho a porta e Ayanna sai rindo pelo corredor.

Almoçamos nos três juntas, Katrina e Ayanna super se entenderam, conversavam sobre concertos e músicas clássicas, eu me senti sobrando, mas adorei observa-las conversarem sobre coisas que gostam.

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