Cão de Briga (Concluída)

1 - Cachorro

Oi filhotes! Beleza!? Sentiram saudades di eu?

Pois bem. Estava eu assistindo o filme Cão de Briga (Danny The Dog) com Jet Li e pensei... Porque não né? Eu simplesmente amo esse filme. Eu tenho um certo apego emocional à ele pois ele era um dos que eu sempre assistia com o papai quando ele ainda era vivo. Mesmo depois de casada a gente via o filme cada um na sua casa e ficava comentando por telefone.
A história é muito emocionante mas cheia de gatilhos e eu vou colocar mais ainda, pois eu tenho alguns hiperfocos bem malucos, e um deles é pesquisar sobre controle mental, mais precisamente o programa da CIA MK Ultra e como ele programava pessoas (O Bucky, Soldado Invernal, amigo do capitão América é um exemplo disso). Essas coisas aconteceram durante as guerras, é dar um Google que vocês acham muito material, só ter estômago pra ler. Eu vou amenizar aqui, óbvio!

⚠️ Aviso que não vai ter data certa pra sair capitulo então não me cobrem.

Quem não conhecer o filme e quiser ver, ele tem completo no YouTube e bora de fic!

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Era estranho não lembrar de absolutamente nada. Sua mente era um branco total. Ele não tinha objetivos ou sonhos. Não tinha nada. Se contentava com as migalhas que lhe foram dadas e era sempre assim. Comia da pior comida, dormia num porão mofado, fétido e encardido, com tábuas que rangiam, um teto úmido que pingava num dos cantos. Ele era tão habituado a viver ali que aquele pinga pinga incessante e irritante que enlouqueceria a qualquer um, ajudava a embalar seu sono todas as noites.

Sua mente bloqueava dor, assim como bloqueava tudo mais. Ele era um alfa lúpus, mas por ter sido exposto desde muito novo a condições desumanas, adquiriu altas habilidades até mesmo para um lúpus: hipersensibilidade auditiva, hipersensibilidade olfativa e visão noturna. Os seus reflexos não eram algo desse mundo. Ele era perito numa lista extensa de artes marciais, sua força braçal era capaz de quebrar ossos sem muito esforço. Ele era lindo, mas quase não dava para se notar isso, não com seus cabelos compridos bagunçados, seu rosto quase sempre sujo com a poeira do porão e as roupas maltrapilhas.

Seus olhos dourado claro conservavam um olhar ingênuo, mesmo já tendo visto e passado por tantas coisas. E em seu pescoço, algo que estava ali desde seus quatro anos de idade, uma coleira de cachorro.

Ele andava de cabeça baixa atrás de um homem de terno branco elegante e não prestava a mínima atenção em nada a sua volta. Não fazia questão. Sua mente só precisava focar naquilo que foi ensinado pra fazer e mais nada. Ele olhou uma borboleta passando pela janela do lado de fora completamente alheio a discussão a sua frente.

_RouHan eu já disse que isso é o que eu posso pagar! – berrou o homem atrás de uma mesa. Os capangas dele já se aproximando com cacetetes na mão.

_Não foi o combinado e você sabe... Eu acho que eu vou ter que soltar o meu cachorro... – RouHan abriu um enorme sorriso e levou a mão ao fecho da coleira no pescoço do jovem de vinte e três anos atrás dele e a abriu – WangJi... Pega!

O olhar inocente e alheio, simplesmente desapareceu e todos no recinto viram a face da frieza encarnada de alguém que mataria todos ali sem sequer questionar se aquilo era certo ou errado.

Os capangas não duraram cinco minutos e logo WangJi estava em cima do homem que fora anteriormente cobrado lhe torcendo o braço com RouHan com a mão sobre o ombro dele.

_Segura e mantém garoto. Isso. – ele olhou para o homem cujo o nariz sangrava e era imobilizado sobre o tampo da mesa – Se você quer que o meu Pitbull fique na coleira seu verme maldito – ele abriu a gaveta e pegou uma quantia absurda de dinheiro – pague o que me deve.

_Leva... Leva logo tudo...

_Não. Apenas o que me é de direito. Nem um centavo a mais! – RouHan fechou a coleira no pescoço de WangJi e ele largou o homem e se voltou para a janela a procura da borboleta que havia visto antes e ela ainda estava ali pousada, abrindo e fechando as asas.

Ele a olhava de um jeito como se nunca tivesse visto nada tão bonito na vida e se assustou quando RouHan gritou:

_ANDA LOGO SEU MERDA! Não presta atenção em nada!

Ele saiu andando na frente aos tropeços e de cabeça baixa.

_É um idiota inútil! Por isso foi tão fácil programar esse imbecil! – comentou RouHan com um dos seus seguranças.

_Admito que tenho um pouco de medo do que o senhor fez com ele tio e mais medo ainda de perguntar onde aprendeu a fazer o que fez.

RouHan pegou a borboleta de asas azuis escuras enormes pelas asas e a pôs na palma da mão de seu sobrinho e segurança enquanto eles subiram a escada de ferro.

_Sabe que borboleta é essa Zhulio? – o outro fez que não – É uma borboleta Monarca. Ela é uma perfeição da natureza como pode ver. Algo tão lindo e perfeito assim só é possível ver, pois antes ela passou por um estágio de dor e sofrimento intensos. A lagarta que vira essa belíssima borboleta só entra em estágio de transformação se lhe for infringida dor aguda... – a borboleta voou – O mesmo é com o ser humano. Os pegue pequenos o bastante, lhes infrinja dores e traumas e você consegue moldá-lo como se moldasse um barro rústico no mais belo e caro vaso. Seja seu algoz e salvador. Lhe dê algo e depois tire, o faça ver você como a única coisa que você tem. Entre na mente deles Zhulio e você os sintoniza na estação que quer! Cada palavra, um gatilho. Vai para atacar, pega para bater até quase matar, finaliza para matar! – Zhulio abriu a porta do carro e RouHan sorriu para ele antes de entrar – É só saber como fazer e se o idiota tiver miolo mole, um tanto melhor.

Ele se sentou ao lado de WangJi que tinha o rosto junto ao vidro do carro olhando os pássaros que voavam perto de uma árvore construindo um ninho. O rapaz esboçou um sorriso e tentou ver um pouco mais quando Zhulio saiu com o carro.

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Eles chegaram a um prédio com uma enorme garagem onde mais homens estavam a espera de RouHan para prestar contas sobre cobranças que haviam ido fazer e haviam sido bem sucedidos.

_Zhulio, leve meu cachorro lá pra baixo e dê comida pra ele.

Zhulio saiu de mau humor praticamente arrastando WangJi pelo braço e o empurrou para dentro do quarto no porão e lhe entregou três latas de apresuntado antes de trancar a porta e WangJi simplesmente se sentou em seu colchão velho, pegou uma colher que estava sobre a mesinha bamba próxima, abriu uma das latas e começou a comer. Em seguida ele olhou a sua volta localizando um coelho velho e surrado de pelúcia e o puxou para si, o abraçando, se virando para o canto, captando o pinga pinga do teto que todos os dias o embalava e o fazia adormecer.