Cão de Briga (Concluída)

3 - O piano no antiquário

Último capítulo de hoje filhotes. Quando tiver mais eu volto aqui.

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O quarteto chegou no antiquário e entrou pelos fundos, pelo depósito de instrumentos antigos e WangJi se encantou quando viu um piano velho e empoeirado. Para ele era o instrumento mais maravilhoso e magnífico do recinto. Ele queria se aproximar, queria tocá-lo, apreciá-lo de perto, mas teve seu rosto virado de modo brusco.

_PRESTE ATENÇÃO EM MIM SEU MERDINHA! – berrou RouHan – Eu vou colocar esse dispositivo aqui e Assim que você ouvir o bip com essas suas orelhas de cachorro, você entra por aquela porta e pega eles ouviu? OUVIU!? – perguntou e virou o rosto de WangJi novamente que insistia em olhar para o piano. Ele recebeu um tapa e se encolheu como uma criança que era repreendida. Ele não conseguia ir contra o seu programador, não tinha forças para isso.

RouHan havia atingido camadas tão profundas do cérebro dele, o quebrado de uma forma tão cruel, que ele jamais deixou de ser uma criança ingênua, mas quando recebia os comandos, era um lutador imparável e um assassino implacável. Ele estava preso dentro de si mesmo e nem tinha conhecimento disso.

_Quando ouvir o bip, você entra!

Ele deixou WangJi parado ali de frente para o dispositivo que tinha algumas luzes que estavam apagadas, mas dando olhadas constantes para o piano, até que se assustou com o som de uma porta abrindo.

_Meus amigos queridos... Me perdoem deixar vocês esperando. – o alfa de cabelos curtos e óculos escuros entrou no recinto com sua bengala branca com detalhes vermelhos indicando que ele era totalmente cego e se dirigiu até o piano que WangJi tanto admirava. – Obrigado pela paciência em me esperar. Irei começar a restaurar você agora... mesmo... Quem está aí? – quis saber o alfa se virando e WangJi prendeu a respiração. – Não fique aí só olhando, pode se aproximar, não precisa timidez sabe?

Ele foi caminhando devagarinho e se aproximou mais quando o alfa bateu no banco empoeirado do piano e WangJi se sentou ali ao lado dele.

_Meu nome é Jiang FengMian. – falou ele estendendo a mão e teve a mão apertada e nenhuma resposta – É um prazer também senhor Sem Nome. Gosta de piano?

_Hm

_Bom. – WangJi passou a mão diante do rosto de FengMian que não esboçou reação e ele constatou o que estava imaginando, ele não enxergava. – Vá em frente e aperte uma tecla.

WangJi apertou e ela fez um som horrível.

_Está vendo que som horrível?

_Hm.

_Os pianos são como pessoas sabe Sem Nome? Você não pode ser rude com elas ou elas desafinam. Quanto mais você bate – FengMian bateu nas teclas – Pior será o som que elas irão produzir. Mas se você as toca com sutileza e... – ele tocou algumas teclas deixando WangJi maravilhado e se pôs de pé e abriu a tampa do piano apertando um pino interno – as afina, vai perceber que elas podem produzir sons bonitos novamente. Aperte aquela tecla de novo por favor.

WangJi obedeceu e percebeu que o som da tecla era suave, agradável e leve e sorriu.

_Vamos tentar com a do lado dessa?

_Sim.

Eles fizeram o mesmo e ele ficou encantado em como o som mudava de algo horrível, quase agonizante para um som suave e leve.

_A do lado dela agora.

Eles ajustaram a afinação da próxima tecla e FengMian se sentou ao lado de WangJi novamente.

_Quer ver o que me ajudou a fazer Sem Nome?

_P-por favor...

_Ponha os dedos sobre essas três teclas aqui, assim e toque.

Ele as apertou e seu sorriso foi radiante como o de uma criança que via pela primeira vez um parque de diversões.

_Viu? Você me ajudou a fazer com que isso acontecesse, esse som maravilhoso... Aliás, por falar em som, que bip irritante é esse?

WangJi arregalou os olhos e olhou para trás, para o dispositivo que tinha todas as luzes acesas e tocava e saiu correndo, vendo RouHan com a cara literalmente quebrada, Zhulio desmaiado e Ping vomitando sangue num canto.

_EU VOU MANDAR MATAR VOCÊ! SEU DESGRAÇADO!!!! DESGRAÇADO!!!!

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RouHan colocava álcool nos ferimentos do rosto e xingava sem parar bufando de puro ódio por WangJi simplesmente ter falhado de novo.

O alfa estava trancado no porão dele abraçado ao seu coelho de pelúcia olhando a parede mofada. Uma das mãos sobre o ouvido se lembrando dos berros de RouHan. Depois que FengMian tocou piano pra ele, ele só conseguia pensar no som das notas e em como aquele som mexia com ele por dentro e se lembrou de flashs bem vagos de um ômega lindo colocando o dedo junto aos lábios para ele ficar quietinho e o escondendo no armário sob a lareira, os olhos dele eram como os olhos de WangJi ,dourados, incomuns, a homem se foi e escuridão e silêncio ocupou sua mente. Ele tentou pensar nele de novo, mas doía e desistiu, ouvindo o pinga pinga de sempre, se deixando levar por ele.

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RouHan estava mais que irritado fazendo seus curativos e ouviu o barulho dos degraus da escada de ferro e berrou:

_Eu não quero ver ninguém!

_Tio... O senhor deveria atender esse senhor aqui. – disse Zhulio e quando RouHan ergueu a cabeça, se deparou com Jin GuangShan apoiado em uma bengala de forma elegante, o anel de ouro em seu dedo mindinho da mão esquerda, os olhos negros como a noite esquadrinhando tudo.

_Ao que devo a visita de alguém tão ilustre?

_Digamos que eu apreciei o show que você deu hoje mais cedo e pedi para o encontrar pois precisava falar com você. Eu quero aquele seu alfa.

_Como assim você o...

_Eu trabalho com divertimento para o alto escalão sabe? Pessoas que tem mais dinheiro do que ideia do que fazer com ele e gostam de jogos...

_Que tipo de jogos?

_Do tipo viver ou morrer. Cada luta que o seu rapaz ganhar, você lucra. Se ele perder... Bem, você só vai precisar pagar o funeral.

_Estamos falando de quanto?

_Tenho pessoas no meio que já lucraram dois milhões de dólares.

_Verdinhas!?

_Verdinhas meu caro! Meu cartão – ele o estendeu para Zhulio que o pegou e o levou para o tio – Se tiver interesse, apareça amanhã, dê um show e quem sabe...

GuangShan se virou e saiu, deixando RouHan olhando para o cartão diante dele com uma expressão conspiratória na face.