Dor

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Tenham uma ótima leitura!!!✨✨✨



Porchay

- Doutor, por pouco ela não morreu.- Big, um dos socorristas explica.

Um jovem de 23 anos está deitada na maca, Big havia me explicado que ela quase morreu por uma briga com seu “namorado”.  Hematomas em seu corpo e sua face, indica que ela já sofria por algum tempo com isso.

Porém hoje foi diferente...

Cacos de vidro causaram cortes profundos no seu corpo, fiz rápidas anotações e pedi com urgência que a levassem até a sala de cirurgia.

Respiro fundo, saindo para tomar uma ar, aproveito o baixo movimento da clínica. Tomo um longo gole de água, processando o que eu vi.

Só mais um pouquinho... E ela poderia estar morta agora.

- Pensando muito?

Ouço uma voz conhecidas atrás de mim.

- Kim? – Me coloco frente a si. – O que está fazendo aqui?

- Minha amiga chegou alguns minutos aqui, vim ser o acompanhante.

- Sua amiga? Não me diga que...

- Ela mesma. Sempre desconfiei daquele ex namorado dela, começou com alguns ciúmes esquisitos... Mas ela sempre me dizia que não era nada.

- Eu te garanto que ela vai ficar bem.

Kim me olha profundamente.

- Obrigado, doutor.

Sorrio, demonstrando confiança.

Eu estou ficando hipnotizado...

- Bom, eu... – Limpo a garganta. – Preciso retornar. Me acompanhe até a sala de espera.

Kimhan, cabisbaixo, me acompanha.
Um lado meu gostaria muito de poder o abraçar e dizer que vai ficar tudo bem, mas o outro lado, insiste em não dar esperanças.

- Eu não vou poder ficar muito tempo, doutor. Então... Qualquer notícia, me avise.

- Você tem show hoje, certo?

- Isso. Você tem notícias do ex dela?

- Não, não sei nada dessa parte. Mas eu te aviso, qualquer coisa. – Respondo, recebendo seu silêncio em troca.

Estamos sentados na cadeira, no corredor da sala de cirurgia. Meu turno terminaria daqui a pouco e não tive nenhum outro paciente, desde então.

O ambiente silencioso, acabou sendo preenchido com o barulho do celular de Kimhan. Relutante, ele atende.

- Como assim, Vegas? Do que você está falando? – Ouço o tom desesperado na sua voz.

No mesmo minuto, meu celular também toca. Na tela, vejo o nome de Macau.

- Macau? Aconteceu alguma coisa?

- Chay, você já checou as redes sociais? Parece que seu ídolo cometeu um baita crime.

Encerro a chamada, indo atrás do que ele poderia estar falando. Abro minhas redes sociais, com milhares de notícias imediatas sobre o Kim...

“Culpado pela morte de sua própria amiga”.

“Será Kimhan Teerapanyakul o falso apoiador das mulheres”?

Não... Isso só pode ser brincadeira...
Kimhan está trêmulo ao meu lado.
Completamente fora de si.

Mas que porra está acontecendo?

••••••••••••


Kimhan


“Kim, você está sendo culpado pela violência causada a sua amiga”.

Escutar isso de Vegas, não era nem um pouco do que eu esperava.

Aquele desgraçado...

Aquele ex deplorável dela.

Sempre me odiou e aproveitou da fraqueza dela, para vir me culpar. Me sinto fraco, completamente fora de mim.

Talvez eu cometa um crime de verdade quando eu olhar nos olhos daquele insignificante, conseguiu fazer o que sempre quis fazer...

Acabar com tudo que eu tenho.

- Kim, me diga que tudo isso é mentira. – Porchay toca no meu ombro, completamente frustrado.

Esquisito pensar que vê-lo nesse estado, está me deixando pior ainda. Ele também é um fã que acreditou fielmente no seu ídolo.

Eu não consigo dizer nada.

Minha cabeça virou uma bagunça total.

- Você é o acompanhante dela? – O cirurgião aparece. Aceno em concordância, aguardando resposta. – Sinto muito, mas ela não resistiu.

Que tontura.

Que angústia.

Sinto algo me rodeando, minha visão está um pouco embaçada, então... É Porchay me abraçando?

Não me solte, por favor.

- Kimham, vá para o carro. Cuidamos do resto por aqui. – Vegas aparece, com outros membros da minha equipe.

Continuo imóvel.

-Kim, quer que eu te acompanhe até o carro? – Ouço a voz calma de Chay, enquanto ainda sou rodeado por ele.

-Porchay, seu turno terminou? – Vegas o questiona.

- Sim.

- Leve Kim para casa, o carro que viemos é o próprio veículo dele. Sabe dirigir?

- Sim, sei. Pode deixar, P’Vegas.

Porchay delicadamente cobre minha cabeça, utilizando o próprio capuz da minha blusa. Ele me ajuda levantar, sem me soltar por um segundo.

No estacionamento, o outro faz questão de abrir a porta do carro e me colocar lá dentro, ajustando o cinto de segurança. Logo ele dá partida no carro, e é aí, que finalmente minhas lágrimas começam aparecer.

Eu perdi minha amiga.

Tudo por eu não ter conseguido a proteger.

Eu Cuidarei de Você (KimChay)Onde histórias criam vida. Descubra agora