Hoseok é um gênio

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Jungkook bebeu mais um pouco do soju, rindo com os demais colegas da corporação. Os últimos três dias foram muito estressantes – houve uma série de incêndios consecutivos em um bairro, no extremo norte da cidade e um garoto prendeu a perna entre o vão da escada de madeira que estava despencando com o resto da casa. Naquele momento ele ficou desesperado e apreensivo e duvidou de si mesmo. Ficou apavorado de não conseguir resgatar o garotinho a tempo; e o fato de ele ter a mesma idade que Yunho fez seu coração errar as batidas. Ele quase teve uma sincope.

Felizmente ele se desconectou dos pensamentos intrusivos e desesperados que o invadiram e conseguiu manter a calma necessária para remover, cuidadosamente, a perna presa do garotinho do vão da escada o resgatando e o levando para fora da casa minutos antes dos destroços de madeiras começarem a cair numa velocidade impressionante. Ele foi agradecido pelos pais e ovacionado pelos demais moradores do bairro, além de ter sido elogiado pessoalmente pelo prefeito.

No entanto, os seus músculos permaneciam rijos em tensão. Ele ainda podia escutar os gritos e choros aflitos dos familiares, os inúmeros pedidos de socorros e os inúmeros "tio" "tio". Dado a esse momento infernal de tão estressante, os colegas resolveram ir beber no centro da cidade e ele aceitou sem pestanejar.

As palavras de Seokjin volta e meia voltavam a ecoar na sua cabeça e ele não sabia até que ponto o Kim estava certo. Ele queria muito, desesperadamente tentar algo com o Min, mas temia que, se não desse certo, o garotinho sofresse com a separação. Yunho o adorava e estava adorando tanto ser seu filho de mentirinha...

—Ei, Jeon. — A voz de Hoseok o tirou de seus devaneios e ele se virou para fitá-lo. — No que é que você está pensando? Está com uma cara de cachorro abandonado.

—Estou pensando no meu ex-cunhado. — Disse, suspirando fundo.

—No irmão da Sohui? — Jimin, que estava sentado ao seu lado perguntou com um sorriso malicioso e Jungkook assentiu. — Ele é muito gostoso para alguém que é apenas um contador.

—É. — Jungkook riu e voltou a beber mais um gole da cerveja. — Ele têm me deixado louco há algumas semanas.

—Não é para o filho dele que você está construindo a Casa da Árvore? — O Jung perguntou, sentando-se de frente para o Jeon que balançou a cabeça em afirmação. — O pretexto você já tem. É só tentar alguma coisa quando estiverem a sós na casa dele. Eu já vi o jeito que ele te olha e...

—Acredite eu quero muito mesmo fazer isso. Já pensei nisso várias vezes. — Ele suspirou indignado, esfregando o rosto entre as mãos. — Mas ele não quer brigar com a irmã por minha causa e ainda tem o Yunho no meio.

—Ele é bem gostosinho. — Jimin voltou a dizer, entre um gole e outro da cerveja. — E daí que ele é irmão da sua ex? Vocês não deram certo, foda-se, mas pode dar certo com o Yoongi.

—Verdade. — Hoseok concordou e então gesticulou para a garçonete se aproximar deles. Ela se aproximou, sorridente, e então ele pediu algumas porções de batatas-fritas, iscas de peixe, polvo e lula assados e alguns bolinhos de arroz. — E você disse que o Yunho gosta de você, o que mais você precisa para chegar nele?

O bombeiro não respondeu de imediato e voltou a beber um gole da cerveja, respirando fundo. É claro que eles diriam isso. Para eles tudo era muito fácil e simples porque estavam pouco se fodendo para as conseqüencias de seus atos, ambos eram completamente irresponsáveis no quesito relacionamento.

—A propósito — Hobi voltou a dizer, com um sorriso sacana. — Você tem o número do Seokjin?

Jungkook arqueou a sobrancelha e o encarou descrente. Ele não estava cansado de levar toco do Kim?

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