Le Amour

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O Kim inspirou e respirou fundo, esfregando bem o rosto entre as mãos. Ele sabia que não podia contar a verdade para o marido.

Yoongi era esquentadinho demais e provavelmente iria querer resolver aquela situação com os punhos. Ele mordeu levemente a boca, encarando demoradamente a tela do computador a sua frente. Tinha acabado de ir até a delegacia para ajudar um filhinho de papai cuzão que tinha dirigido embriagado. Ele afrouxou a gravata ao redor do seu pescoço, tamborilando os dedos sobre a mesa de magno.

A logo do escritório ia de um lado para o outro na tela em uma transição provavelmente feita no Power Point. Mas por que diabos eu estou pensando nisso mesmo? Isso era completamente irrelevante, dane-se o estilo de arte que eles usavam. Ele tinha coisas muito mais sérias e graves com o que se preocupar.

Como por exemplo, no fato do Yoongi provavelmente aceitar a oferta para ir trabalhar ali apenas porque estava desconfiado. Taehyung não era idiota e conhecia muito bem o marido que tinha. Era óbvio que ele iria querer descobrir o que ele estava escondendo... Ele precisava ganhar tempo.

—Você parece preocupado, Kim. Aconteceu alguma coisa na delegacia com o idiota do Wang?

Os olhos castanhos afastaram-se brevemente da tela e focaram exclusivamente no Mingyu, que estava parado do seu lado com uma expressão empática.

—Eles sempre dão problema durante a instrução. — Continuou o outro Kim, dando um gole na água com gás.

—A instrução foi tranquila. O problema é que ele é um babaca do caralho mesmo e vive fazendo piadas desprezíveis. —Exclamou Taehyung. — E aí eu tenho que fingir que concordo com aquelas atrocidades só para não irritar o playboyzinho. É um saco.

—Realmente. — Mingyu concordou, sentando-se na beira da mesa do advogado criminalista. — Fiquei sabendo que contrataram um novo associado. Ele deve começar amanhã.

Taehyung reprimiu um gemido de frustração, voltando a esfregar os dedos nas têmporas. Se insistisse para ele desistir da vaga iria aumentar ainda mais as desconfianças dele e todo o seu árduo trabalho seria jogado pela janela. Ele mordeu a boca e meneou a cabeça.

—Estou ansioso para ver quem é o novo contratado.

Mingyu sorriu para ele.

—Não me disseram quem é, porque aparentemente eu sou extremamente fofoqueiro e nada confiável.

Ah, Taehyung nunca iria imaginar isso.

—Aham. Sei. Se não se incomoda, Mingyu eu preciso entrar em contato com a família do Wang para discutir a fiança, se você puder...

—Claro. Sem problema. Nós conversamos depois.

Taehyung assentiu enquanto se espreguiçava, voltando sua concentração para o documento do World que permanecia aberto e branco e voltou a tamborilar os dedos sobre a mesa. É claro que a família Wang não iria se importar de gastar alguns milhões de wons para tirar o filho prodígio da cadeia. Ricos eram assim e Taehyung sabia muito bem...

Ele resolveu ligar logo para o patriarca Wang e anunciar a prisão em flagrante do filho. Discutiu os detalhes da primeira instrução e também o valor da fiança pedido pela delegacia para soltá-lo. Por fim, redigiu o Habeas Corpus e o salvou – apenas para o caso da fiança ser negada.

Nesse momento seu celular tocou e ele olhou rapidamente para o nome no visor da tela.

—Aí está você, Kim. — Ele afastou os olhos do celular, que Yoongi ligava e virou o aparelho, deixando que continuasse ligando. — Está muito ocupado?

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