Eu ainda me lembro da neve caindo, era inverno as crianças estavam agasalhadas, ficavam dentro de casa se esquentando nos cobertores, eu ficava lá fora deitada na neve, vendo os flocos de neve caindo, e imaginando histórias que eu nunca poderia viver, eu ficava lá fora, no inverno no verão no outono e na primavera, não importava oque fosse eu sempre tava lá, deitada no mesmo lugar na mesma posição pensando nas mesmas coisas.
Um dia de verão eu tava deitada no mesmo lugar mais alguém chegou em mim perguntando quem eu era, então eu respondi, sou só mais uma das pessoas que vivem por aqui, ele deu risada, mais eu não entendi o porque, eu perguntei porque ele dou risada, ele esboçou um sorriso e falou que eu era engraçada, olhei pra ele confusa, ele falava comigo mesmo não me conhecendo.
-você não pode falar com estranhos sabia?
Ele logo me respondeu com um sorriso no rosto.
-Você não e estranha.
Eu só queria saber quem era ele, e o porque ele sorria pra mim, então logo o perguntei o porque de tantos sorrisos se eu não tinha graça, ele respondeu que eu era sim engraçada.
Aqueles olhos me pareciam familiares, mais eu não sabia quem era ele muito menos de onde eu tinha tanta certeza de que eu já vi esses olhos em algum lugar, bom ele não era da minha conta então o ignorei.
Bom as aulas começaram, e os cursos também, minha rotina mudou agora e acordo vou pra escola vou pro curso e volto pra casa, que coisa chata, a única coisa que eu aproveitava era tocar violino, aquele som era tão bom e aquela melodia era tão calma e tão boa era tão serena era tão... magnífica.
Bom era um dia de férias então aproveitei pra ir em um lugar que eu pensei que só eu conhecia, me encontrei com aquele garoto que ria de tudo que eu falava, ele estava em cima da árvore lendo um caderno.
-Oque é isso que você tá lendo?
Eu perguntei.
-Não e nada de mais são só rabiscos.
Ele falou.
-Se são só rabiscos porque estas a ler isso?
Eu falei olhando para suas mãos que seguravam o caderno.
-E que isso é muito importante pra mim.
Então eu me sentei perto da árvore que ele estáva, então ele perguntou se eu gostava de histórias, eu respondi que sim.
