viii.

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( amigos )


Espero que dê tudo certo, penso, analisando a forma que minha mãe pediu que eu esvaziasse, contando silenciosamente todos os enroladinhos de salsicha ali dentro, fazendo alguns cálculos enquanto isso.

Será que é o suficiente?

Continuo a me questionar, considerando que era uma tarde de sábado, imaginando que nenhum dos meninos deveria ter almoçado ainda.

Adrien não deveria ter almoçado ainda.

Bem, nem eu. Ou Alya.

Ao menos disso eu tenho certeza, já que ela passou a noite anterior comigo e acordamos praticamente juntas, tendo tomado café há poucas horas atrás. Minha barriga ainda está cheia e sinto que almoçar agora seria praticamente impossível sem acabar explodindo.

O que é terrivelmente triste, se levar em conta a quantidade de doces e salgados ao meu redor pela casa, as tortas ainda quentes e os sucos geladinhos, todos muito bem posicionados na sala pelo que eu conseguia ver, junto com a bandeja de cookies que Alya assaltava vez ou outra e as mini-pizzas que roubavam meus olhares várias vezes.

Parece estar tudo indo certo e nos conformes... mas mesmo assim.

Será que é o suficiente?

— Ai! — exclamo em reclamação, arregalando os olhos e me distraindo imediatamente de meus pensamentos anteriores.

Porra, penso com insatisfação, sentindo um ardor conhecido e desagradável na ponta de alguns dos dígitos, derrubando um dos vários enroladinhos de salsicha de volta para dentro da forma que, agora, eu sabia estar fervendo de tão quente.

Queimei os dedos. Que maravilha.

Penso nisso com muito, muito sarcasmo e mau humor, porque é exatamente este tom de voz que a mini Marinette dentro de meu cérebro usa, zombando de mim e me esculachando por ser tão burra.

— Marinette, minha filha! — Escuto a voz de minha mãe, me repreendendo ao se aproximar de forma quase imediata, tirando a forma de perto das minhas mãos usando luvas apropriadas, agindo completamente diferente de mim ao usar o cérebro devidamente, evitando novos acidentes.

Quem me dera ter feito o mesmo, penso, analisando brevemente a vermelhidão na pele, franzindo as sobrancelhas enquanto isso.

— Acabaram de sair do forno, eu avisei que ainda estava quente, querida.

Ah, penso com um suspiro. Eu não ouvi.

Respiro profundamente ao escutar o tom de voz dela que, apesar de gentil, não esconde a preocupação ao deixar a forma em cima da bancada, me guiando até a pia para passar água gelada na mão, uma das mãos dela em minhas costas ao também analisar a área afetada, os olhos ainda alarmados apesar de constatar, assim como eu, que não tinha sido nada muito grave.

Nada que eu já não estivesse acostumada, pra falar a verdade. Apenas uma queimadura superficial, como várias outras que já tive.

Mais uma pra coleção, acho.

— Onde estava com a cabeça, Marinette?

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⏰ Última atualização: Oct 03 ⏰

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