Capítulo 2 - Turnê

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Matthew Walker.

Chicago, Illinois.

00:30 PM| 21 de julho| sexta-feira.

Estamos no carro voltando do show de Chicago, estou exausto, com corpo todo dolorido. Ainda bem que só temos mais dois destinos depois daqui, Washington e New York. Em NY demoraremos um pouco, porque queremos curtir um pouco, descansar, e todos da equipe tem vontade de conhecer a cidade. Porém, não demoraremos, o show lá é na sexta, ficaremos por uns dias após o show, até a quinta-feira, e sexta pela manhã pegamos o voo para Londres.

— Por isso prefiro a Europa — Ben diz com a voz cansada — Aqui tudo é tão longe um do outro, vôo de tantas horas para chegar em outro estado, na Europa é só pegar um trem para outro país e chegamos em algumas horas.

Todos dão risada da sua indignação, mas, no fundo, nós concordamos com ele. Esse país é muito agitado e cansativo, não que na Inglaterra não seja, mas aqui é diferente, parece que eles nem descansam. Acho que nada aqui me daria vontade de ficar.

Chegamos no Hotel, e vários fãs e paparazzis estão por lá, saímos do carro e os seguranças já nos cercam, vários flashes são disparados e ouço alguns gritos eufóricos femininos, ao passar por alguns fãs, dou uma parada para dar alguns autógrafos, os meninos fazem o mesmo que eu, tiramos algumas fotos com alguns fãs e também paramos para alguns 'paparazzis' que estavam ali. Logo o nosso assessor falou termos que entrar para dar algumas entrevistas. Entramos nos hotel e seguimos para nossos quartos, me despeço da galera com um "Até daqui a pouco", já que iríamos nos encontrar para as entrevistas.

Entro no meu quarto, retiro a máscara e consigo respirar melhor. Me lembro de quando o Connor nos deu a ideia das máscaras, ele nunca foi muito interessado em fama, e o resto do grupo acabou concordando, o Ben relutou um pouco, pois sempre gostou de ser o centro das atenções, porém com o tempo até ele prefere ficar com as máscaras.

Me lembro bem quando nos conhecemos na faculdade, eu era da área de Guitarra, com o Connor. Porém, dividia quarto com o Lorenzo e o Connor dividia quarto com o Ben. Com o tempo, nós aproximamos, e de repente o Lorenzo deu a ideia de criarmos a banda para ganhar um dinheiro extra. O Connor e o Ben foram bem relutantes, pois um era reservado e o outro tímido, foi aí que o Connor deu a ideia de usarmos máscaras e tampar as tatuagens com maquiagem, para não sermos reconhecidos nas ruas. Começamos então tocando em barezinhos pela cidade, só que o que não esperávamos é que em um desses bares, estaria o Heitor, nosso atual Agente/Manager, assim que ele nos ouviu se interessou, então após terminarmos ele veio até nós, e lançou a proposta de ser nosso Agente e que tínhamos muito futuro. Se hoje estamos assim, temos que agradecer também a ele, que viu futuro na gente e investiu nisso.

Escapo dos pensamentos e vou tomar o meu banho, tomo um banho frio, para despertar o sono, já que só conseguirei dormir após as entrevistas, que eu não faço ideia de quando terminará. Deixo o banheiro, voltando ao quarto e visto a minha roupa, como eu não estava muito disposto a passar maquiagem para cobrir minhas tatuagens, coloquei uma blusa de gola alta e manga cumprida, por cima joguei uma jaqueta jeans e por fim uma calça jeans, pego outra máscara e coloco no rosto. Saio do quarto e vejo que Lorenzo está saindo juntamente comigo, também vestia outra roupa e os seus cabelos castanhos-claro estavam molhados, entregando que ele também havia tomado banho.

— Você viu as fãs que estavam lá fora? Uma mais gostosa que a outra. Esse país está querendo que eu venha passar férias por aqui. — Ele diz em um tom malicioso e acabo dando risada da sua safadeza. — Vai me dizer que você também não reparou?

Dou de ombros e ele me olha com deboche.

— Até quando você ficará preso no passado? — Apesar da máscara, consigo perceber que seu semblante está sério — Você tem que viver um pouco, Matthew.

— Estou bem, pode deixar que da minha vida eu cuido. — Meu tom acaba sendo frio e ele faz sinal de rendimento

— Não falarei mais, senhor alma fria — ele diz — Você sabe que você é meu melhor mate, não é? Só me preocupo com você!

— Deixe os outros ouvirem você dizendo isso — Ele sorri travesso e sorrio.

Chegamos no restaurante do hotel e encontramos o resto do grupo, comemos um pouco a comida que o hotel preparou para gente e depois seguimos para o local das entrevistas.

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Já eram quase 02:00 AM e as entrevistas acabaram, seguimos para nossos quartos e fomos dormir. Antes de dormir dei uma olhada na nossa agenda de amanhã, mais uma entrevista e depois outro voo com o destino de Washington. Após ver a agenda, troco de roupa e me deito na cama. Minha mente se perde pensando no que Lorenzo havia dito mais cedo.

"Até quando você ficará preso no passado?"

Há tanto tempo não tocamos nesse assunto, que eu particularmente diria que não me afeta mais. Mas após ouvir sua pergunta, tive a noção da realidade. Apesar de não querer concordar com ele, ele estava certo, isso me persegue até hoje, que nem consigo me lembrar a última vez que permitir me envolver com alguém. Minha vida está tão corrida que não me permiti sentir falta de me relacionar com alguém e também nenhuma mulher teve o poder de chamar minha atenção. Não por não serem atraentes e sim porque eu não me permitia sentir interesses.

Dispenso os pensamentos e fecho meus olhos. Me entregando ao cansaço e sono.




Glossário:

Mate: expressão comum na Inglaterra para representar um amigo, camarada.

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