Capítulo 2

619 138 30
                                    

Hey, tô de volta com mais um. 

Espero que gostem. ☺️

-------------------------------

POV ROSAMARIA 

O sol já estava se pondo quando me despedi das meninas no quiosque. Eu estava um pouco cansada, depois do dia agitado que tive. Pela manhã, acabei tendo bastante trabalho na colônia de férias. As crianças estavam bem elétricas e não paravam quietas. Sem falar no susto com um dos meninos que entrou no mar, sem supervisão, e me fez ter que correr para tirá-lo de lá.

Não posso dizer que foi um dia típico, pois normalmente as crianças não me dão muito trabalho. Mas hoje, não sei o que deu nelas. Não me obedeceram por diversas vezes e eu tive que ter muita paciência pra organizar tudo.

Quando já estava perto do fim do horário, Anne se aproximou com uma bandeja cheia de copinhos de sorvete para a garotada. Após distribuir, ela conversou comigo e perguntou se eu poderia tomar conta do quiosque a tarde. Ela e Carolana iriam sair para comprar material e resolver algumas coisas na cidade vizinha. 

Nem pensei duas vezes. Até porque eu já estava acostumada a ficar lá quando elas precisavam. Minha afilhada, Luzia, também ficava comigo e acabava sendo minha duplinha no quiosque. Minhas amigas só não ficavam muito contentes com a quantidade de sorvete que eu deixava ela tomar.

Eu caminhava pelas ruas de paralelepípedos e podia sentir a brisa, do começo da noite, que fazia as redes de pesca balançarem nas varandas das casas. O cheiro salgado do oceano permeiava no ar, misturando-se com aroma de peixe fresco e algas marinhas. O som das ondas quebrando era um lembrete do vasto oceano que alimentava o lugarejo e seus habitantes.

A cidade em que eu morava, desde que nasci, era pequena, mas cheia de vida. As pessoas se conheciam pelo nome, compartilhavam histórias e risadas, e se ajudavam em tempos difíceis. A sensação de comunidade era palpável: todos se conhecem, todos se cuidam. Era um lugar onde me sentia em casa, cercada por rostos familiares e a beleza simples da vida costeira.

Encontrei uma mesa vazia em frente a barraca de tapioca que gostávamos de comer e aguardei até a chegada das minhas amigas e minha afilhada. Para minha sorte, não demorou muito. Logo, avistei Anne carregando Luzia no colo e Carolana ao seu lado resmungando sobre alguma coisa.

- Rosa, como foi a tarde no quiosque? A Luzia se comportou direitinho? - Anne questionou quando elas se sentaram.

- Foi bem tranquilo. Como é dia de semana poucas pessoas estavam aproveitando a praia. Só alguns turistas. - eu contei. - E a Lulu ficou quietinha.

- Aposto que você encheu ela de sorvete, né!? - Carolana reclama ao ver minha cara de culpada. 

- Estava muito quente hoje. - eu tentei justificar. - E eu não dei muito. Coloquei um pouquinho de cada, só pra entreter ela com as cores.

- Sua madrinha te mima demais. - ela falou fazendo um carinho na filha que estava no colo da sua outra mãe. - Você tem que começar a negar as coisas pra ela. Se ela nem fala e já tá assim, imagina quando começar a tagarelar e te pedir um monte de coisas? 

- Mas é que ela aponta para as coisas e faz "aquela" carinha. - eu disse, tentando imitar. - Daí não consigo dizer não.

Continuamos debatendo aquele tópico até resolvermos fazer nossos pedidos. Já era meio que hábito nos juntar em alguma noite, durante a semana, ali na praça para comer tapioca e jogar conversa fora. Quando não era na pracinha, nós nos reuníamos na frente da casa delas e ficávamos até altas horas sentadas conversando. 

Porto Sereno - RosattazOnde histórias criam vida. Descubra agora