Capítulo 5

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POV CAROL 

A pracinha à beira-mar estava iluminada por lanternas penduradas nos postes, criando um ambiente acolhedor. Mesas improvisadas foram montadas, cobertas com toalhas coloridas, onde os pescadores se reuniam em grupos animados, conversando e dando risadas. Os rapazes que eu tinha visto tocando, na primeira noite aqui, agora estavam reunidos num palco improvisado, ligando alguns fios e testando seus instrumentos.

Ao centro da praça, uma fogueira crepitava, lançando faíscas ao céu. Ao redor dela, alguns homens se juntavam em um círculo, segurando suas canecas de cerveja e vinho, prontos para iniciar a celebração em homenagem ao Capitão Santos. Um deles ergueu sua caneca, fazendo um brinde em memória do lendário líder das pescarias.

Enquanto a noite avançava, os pescadores compartilhavam histórias sobre as aventuras no mar ao lado do Capitão Santos, relembrando suas proezas e ensinamentos. Os meninos no palco cantavam canções antigas, enquanto outros preparavam pratos tradicionais de frutos do mar em uma grande fogueira improvisada. A atmosfera era de camaradagem e respeito, onde cada gesto e palavra eram uma homenagem ao legado deixado pelo querido líder da região.

Assim como combinado, eu estava numa mesa junto com Rosamaria e suas amigas. Elas me receberam muito bem. Estavam sempre preocupadas em manter uma conversa em que eu estivesse incluída. Me contaram várias histórias do Capitão homenageado da noite. Algumas elas não sabiam dizer se eram reais ou mito, já que muitas coisas foram contadas de forma exagerada.

Eu estava me divertindo bastante. Todo aquele ambiente junto com as comidas, músicas e conversas me encantavam. Sem contar que muitos já estavam acostumados com a minha presença pela cidade e eram super gentis comigo. Alguns, inclusive, vieram me cumprimentar na mesa das meninas e deixaram alguns pratinhos de salgados ou comidas típicas da época.

- Carol, tu quer mais cerveja? Tou indo buscar mais pra mim e pras meninas. - Rosa me perguntou. 

- Eu quero sim. Cê precisa de ajuda pra trazer? - perguntei educada, mas ela negou agradecendo e saiu.

Continuei a conversa com as meninas, enquanto Carolana alisava os cabelos da pequena Luzia em seu colo. A menina cochilava sem nem mesmo se preocupar com o barulho da música e das conversas.

- Ela é tão quietinha. - eu disse. - Tem um soninho pesado, né!?

- É, viu!? Ela pega no sono muito rápido e é bem difícil de acordar com barulho mesmo. Mas quietinha ela não é muito. Só quando já está cansadinha. - Carolana respondeu.

- A minha filha tinha um sono muito leve nessa idade. Qualquer barulho ela acordava e acabava me dando um trabalhão pra dormir de novo.

- Qual a idade da sua filha? - Anne perguntou.

- Filha? - Rosa indagou, assim que sentou na mesa com as latinhas de cerveja.

- Meu bebê tem dezenove anos. - falei risonha. - A Júlia detesta que eu diga que ela é meu bebê. - as três riram.

- Não sabia que tu tinha filha. - a de olhos verdes comentou. - Ainda mais adulta. 

- Ah, acho que a conversa não surgiu antes. - falei simples, dando um gole na bebida. - Deixa eu mostrar uma foto dela pra vocês verem. - eu disse, enquanto tirava o celular do bolso e procurava na galeria. - Achei. É só ir passando pra esse lado que tem mais. - falei entregando meu celular pra Rosa.

- Nossa, ela é linda! Olhem! - ela virou o visor pra mostrar as outras.

- Muito bonita sua filha. - Anne falou e Carolana concordou.

- Ela tem cara de ser uma princesinha. - a outra comentou, enquanto passava e mostrava outras fotos.

- E ela é. Nunca me deu trabalho. Um orgulho só. - eu disse convencida. - Ela tá indo pro terceiro período de Agronomia. Aí tá aproveitando as férias com a turminha dela.

Porto Sereno - RosattazOnde histórias criam vida. Descubra agora