O Aeroporto de Lihue fica na costa sudeste da ilha de Kauai e é consideravelmente pequeno quando baseado na minha breve pesquisa do Google. A segurança foi péssima, o que estava me deixando estressada. Rosa não parava quieta, ela repetia a aparência de seus biquinis e narrava sua fanfic de verão.
Encontrei a caixa de Branca rapidamente. A alça remendada tinha finalmente quebrada e minha gata miava indo para sair.
Uma senhora loira, com o rosto queimado de sol e um óculos na ponta do nariz nos atendeu. Ela usa uma camisa verde água desbotada e brincos perolados. Seu corpo robusto se encaixa perfeitamente na cadeira atrás do balcão.
Talvez o cronograma que chegamos foi importante para a rapidez em que as coisas foram se desenvolvendo. O aeroporto não estava cheio, algumas famílias esperando seu voo, trabalhadores trocando de turno e uma pequena parcela de pessoas pegando as malas no despachador.
- Boa noite, garotas. Como posso ajudar vocês?
O balcão amadeirado recebeu uma pintura recente e contou com dois homens havaianos dançando. A frase "Bem - vindos ao Lihue" pintada com cores coloridas, tinha em sua volta coqueiros e taças de drinks bonitos. Achei meio estereotipado para ser sincero.
- Parece que notou o letreiro - Disse a senhora quando me pegou julgando seu balcão.
- Ah, desculpe. É uma gracinha - Ela me limitou a um sorriso. - É.. você sabe onde podemos alugar um carro?
- Hum, carro? Aqui mesmo. Vocês conferiram se o hotel que vai ficar oferece garagem?
- Não temos um hotel - Disse Rosa se apoiando no balcão.
Eu queria dar duas tapas no meu colega. Ficamos iguais a duas toneladas olhando para o atendente enquanto ela nitidamente considerava a possibilidade de chamar a segurança para dois malucas turistas que não sabem nem onde irão passar a noite.
- Olha, eu não poderia estar fazendo isso, mas não existe um hotel que aceita fechar uma reserva para vocês às 03h da manhã - Ela se abaixou e abriu uma gaveta, consegui ver que ela estava pegando uma agenda telefônica. - Uma amiga minha tem uma pousada em Hanalei Bay, posso ver se o filho dela procura vocês aqui e você leva para lá.
Rosa e eu nos encaramos. Estávamos no Havaí, não tínhamos hotel, carro ou qualquer coisa básica para uma viagem. Mas não íamos aceitar a ajuda de uma total desconhecida, certo? Não iamos entrar em um carro de um desconhecido e ir para uma pousada que nem sabemos se é real, né?
- Pode ligar para ele sim! - Rosa sorriu mostrando os dentes.
Eu ainda estava em choque quando Rosalia me puxou até a cadeira. Nós olhávamos impacientes para a atendente. Eu já estava na minha quinta xícara de café. Maldito vício.
A atendente ria no telefone, olhava para Rosa e eu, e ria de novo. Ficamos nisso até que ela desligou e veio até onde estávamos.
- 15 minutos e Dake já estará aqui para buscar vocês.
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Entrelinhas e Ondas
RomanceAurora Aragão se vê perdendo o controle de sua vida. Com um emprego em uma revista mediana de Nova York e vivendo em um antigo apartamento nos subúrbios, ela recebe um convite inesperado para embarcar em férias no Kauai, uma ilha paradisíaca do Hava...