Será Possível

1. Aluno novo

-Eii- a Lucy chama-me.

-O que foi?

-Nem sabes. Existe um aluno novo. Dissem que é um gato.

-E tu acreditas no que dizem?

- Estou a dizer... nunca tiveste tempo para o amor. Poderia ser que ele fosse diferente.

-Esquece. Não vou-me apaixonar perdidamente por um rapaz como tu e a Anne.

-Avisei. Mas dá-lhe uma hipótese.

-Não. Não tenho tempo para rapazes sabes bem.

-Eu sei que tempo é difícil para ti... mas talvez seria possível encontrares um amor nesta escola. E ainda mais o tempo e relativo.

- É só isso que aprendeste nas aulas de física.

-As que mais odeio.- ela fala e vai-se em bora.

Ela deve achar mesmo que vou encontrar alguém nesta escola. Deve ter bebido. Só pode. Eu? Jude?

***

Estava no campo, a jogar basket com as minhas amigas. Até aparecer um grupo de rapazes, mais velhos. Pelo menos não estava lá o Simon. A Anne ia logo embora se ele dissesse-lhe algo. Um deles não conhecia. Devia ser este o tão famoso rapaz novo. Ele usava uma camisola de futebol. Com o nome Alvin. Quem é que dá um nome a um filho de Alvin. Os pais devem ser loucos. Mas também devem ter um bom DNA. Ele até que era bonitinho. Mas não um "gato" como a Lucy tinha dito. Ele era aceitável.

-Meninas saiam daqui. Deixem os homens mostrar como se joga.- um dos rapazes dizem.

-Meninas deviam ficar em casa a cozinhar-  o Alvin dá um murro ao amigo que comenta isso.

-Não vais ser a maxista com estas donzelas.- ele aproxima-se e pega na minha mão e dá um beijo- Perdão... poderão deixar-nos usar este campo para praticar basket.

-Não- limpo a mão à camisola.

-És difícil pelos visto- o Alvin repara.

- Simplesmente não quero um rapaz na minha vida.- dou um sorriso falso.

-Feminista? Entendi. Mas nem dividir?

-Sim, sou feminista, e?- olho-o séria- Chegassem cá primeiro rapazes.

-Até a próxima, então. Beijava-te a mão outra vez mas acho que vou gastar os meus lábios com algo desnecessário.

-Cala-te parvo. Eu não sou "desnecessária".

-É o que merecias ouvir.- ele sai a correr enquanto eu atiro-lhe uma pinha que estava no chão que falha miseravelmente.