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ESTAVA MUITO frio. Alyssa podia sentir as pontas dos dedos congelando nos lençóis quentes de sua cama. Era tão estranho, ela sabia que estava em seu quarto, conseguia distinguir o aroma do detergente que a rodeava completamente, mas quando abriu os olhos pôde ver o céu nublado acima dela.
E foi aí que ela esqueceu tudo...
Os lentos flocos de neve caíram sobre ela um após o outro. Como sempre, ela beliscou a própria pele para descobrir que na verdade não era um sonho. Ela levou a mão ao rosto, onde os flocos penetraram sua pele com amor, como se tivessem sentido falta dela todo esse tempo.
Alyssa frequentemente saía e voltava para o mesmo lugar em seus sonhos. Nem mesmosua sábia irmã, Valentine, sabia por que isso estava acontecendo.
Ninguém sabia, mas ela também não reclamava, pois às vezes se sentia em casa.
Ela simplesmente se deixou envolver pela neve. Ela caminhou entre ela, carregando alguns entre os tecidos do vestido turquesa. Diferente de outros tempos, sua jornada parou quando chegou à margem de um lago congelado. Ela observou claramente o reflexo da lua cheia no gelo e, enquanto caminhava até o rio entre as árvores, um pequeno galho congelado arranhou seu ombro. Ela sibilou de dor, recebendo uma surpresa.
Ela também podia sentir isso. Ela sentiu dor.
A neve, que antes era de um lindo branco, estava manchada pelo vermelho de seu sangue.
Sua ferida começou a pingar na neve.
Os pulmões de Aly queimaram com o frio constante que ela inalou enquanto ficava nervosa. Como se não fosse nada, seu corpo começou a enfraquecer e antes de fechar os olhos viu uma silhueta peculiar se aproximando ao longe. Com postura firme e lindos cachos dourados. Linda demais para ser a morte.
A escuridão a cercou novamente, descobrindo-se parada no meio do quarto. Repetindo tudo entre balbucios, pegou um caderno para anotar o que havia "sonhado", não podia se permitir esquecer, mas quando estava rabiscando as palavras com esforço e desenhando o lago em riscos... ele começou vagar entre tudo o que havia acontecido. Milhares de perguntas e pensamentos errôneos não me permitiram continuar escrevendo o que aconteceu.
Ela ficou com raiva de si mesma.
Talvez da próxima vez eu não esqueça.
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