Laços quebrados

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No dia seguinte uma notícia se espalha rapidamente.

Alguém: - O senhor Hermes está hospitalizado! Disseram que levaram inconsciente, ele tentou se matar. Segundo o que ouvi ele amarrou a própria camiseta ao pescoço e na grade e pulou da cama!

Kinn: - Ele deve ter se arrependido do que ele fez !

Aidan chega no local da conversa e diz: - Eu duvido que ele tenha se arrependido da noite para o dia.

kinn: - Entendo o teu sofrimento e não sei o que se passa na mente de Hermes. Alguma coisa não se encaixa.

Alguém: - Ninguém nunca imaginou que Hermes era uma pessoa assim.

Aidan: - Mas,é! Eu precisei ver meu pai morto pra acreditar. Se eu não fosse tão covarde eu teria o matado.

Kinn abraça Aidan de maneira carinhosa dizendo pra ele não dizer aquelas coisas.

Alguém: - Realmente ele merecia morrer mesmo pelo o que ele fez.

Kinn: - Por favor, gente, não somos assassinos. E que diferença teríamos dele se fizéssemos o mesmo?

Enquanto isso, lá no hospital Hermes recobra a consciência e ao poucos restabelece suas forças, e após algumas semanas ele é levado para sua cela novamente. Onde pela primeira vez seu filho ia visitá-lo. Seus laços de pai e filho não eram lá essas coisas, quase nunca se dava bem e Will sempre foi de personalidade forte e rebelde, e também muito mimado, já que é o único filho de Hermes.

Naquele curto período de tempo, Will mais reclamou, xingou, debochou, amaldiçoou e cuspiu tudo o que ele sentia para fora, também era de esperar essa atitudes: já que Will culpava Hermes pela a morte de sua mãe que ele nem se quer chegou conhecer.

Will: - A Mamãe deve ter morrido de desgosto por ter alguém do lado dela tão frio e obscuro, ou ela descobriu quem você era de verdade e você deu um fim a vida dela?

Tudo aquilo era pesado demais para Hermes, já que ele a amava incondicionalmente. Enquanto Will em nenhum momento se perguntou se o seu pai era realmente inocente, mas, ele tinha certeza que não. Já que no tribunal, no dia da sua condenação ele mesmo tinha confessado que já tinha tirado outra vida, inclusive de seu irmão. E quem garantia se ele não tinha feito o mesmo com sua esposa? Isso era o que Will pensava.

Will: - Se algum dia eu tive admiração e consideração por você, acabou quando você disse que matou seu irmão! E quando seria minha vez também?

Hermes lá chorando desde o início da conversa paralisado quase em uma síncope.

Will: - A partir de hoje eu não venho mais ver o senhor! Tenho vergonha de o chamar de pai, todos me olham com olhares frios, como se eu tivesse cometido algum crime terrível... Todos cochicham e me encaram como se eu fosse uma fera selvagem ou um monstro. Eu te odeio velho maldito! E fique sabendo que o Aidan, o filho do cara que você matou, está quase entrando em depressão! Tudo isso é culpa sua. Nós estamos pagando por algo que você fez, isso não é justo!

Hermes ainda em prantos implora a seu filho por perdão de joelhos aos seus pés.

Hermes: - Você é o que tenho de mais precioso, eu nunca quis te fazer sofrer. Acredita em mim meu filho! Eu não queria que aquilo acontecesse, eu não tive culpa foi um acidente.

Policial: - Acabou o tempo de visita! Levanta desse chão e vai pra sua cela!

E o coração daquele homem bate freneticamente acelerado, desaba em choro feito criança que precisava de colo. Sem sombra de dúvidas aquelas lágrimas eram verdadeiras.

A noite aos poucos engolia o dia e trazia com sigo o medo e angústia de Hermes de estar sozinho mais uma vez. certo que toda sua vida foi um grande erro irreversível e sua existência era insignificante, e não tinha mais ninguém a esperar.

Tudo que ele tinha era seu filho e agora nem isso. Definitivamente ele tinha chegado no fundo do poço! Sem ninguém, sem perspectiva, sem sonhos e sozinho. Tudo que tinha naquele momento era seu travesseiro e um cobertor que não tampava frio algum e uma cama dura assim como sua realidade.

Ele adormece assim que deita na sua cama. Sonha com alguns momentos felizes junto a sua família, seus irmãos e com sua esposa e como foi feliz quando Will nasceu, era pequeno e frágil, mas ele prometeu ser o melhor pai possível, diferentemente daquele sonho, seu momento presente não era nada agradável e feliz, tudo ali mas parecia um grande pesadelo sem fim. Então ele acorda com o sol em seu rosto que entrava por uma pequena abertura da janela. Ele olha a sua volta e se pergunta:

Hermes: - Como eu vim parar aqui? O que fiz da minha vida? Cadê tudo que sonhei quando criança? Eu pensei que quando chegasse aos vinte e cinco anos eu teria uma esposa, alguns filhos, um lugar confortável, uma vida financeira estável e uma família feliz. Mas, tudo isso não passou de um sonho distante que nunca se realizará!

Policial: - O que você está resmungando aí? Hora de tomar um banho de sol.

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