Capítulo 2: Recrutamento.

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⚠️ Esse capítulo contém cenas de violência doméstica, física e verbal. ⚠️

...

Depois de oito paradas, três episódios de vômitos de Josie e dois ataques histéricos desnecessários - ambos da parte de Lizzie - finalmente chegaram à cidade de Beacon Hills.

Resolveram ficar na praça e se ambientarem com a cidade. Não havia muitas pessoas transitando no local, o que era estranho, e apesar do céu cinzento, a temperatura estava agradável para uma saída.

"Olha... eu esperava mais," Lizzie sentenciou com um suspiro entediado. Ela andava um pouco mais adiante do grupo, correndo seus olhos por cada centímetro dos arredores do local.

"Esperava mais de uma cidade de trinta mil habitantes?" Hope cruzou os braços no peito e ergueu uma sobrancelha, "Você esqueceu que mora em Mystic Falls?" A bruxa indagou.

"Não, Andréa, eu não esqueci," Lizzie retrucou com um revirar de olhos. "Mas eu tenho livre arbítrio para opinar sobre o que eu bem entender."

"Não é bem assim que funciona, Jenna," Hope rebateu fazendo questão de enfatizar o sobrenome da outra bruxa.

"Meninas..." Alaric as chamou a atenção.

"Não comecem, por favor," Caroline reforçou.

"Não podemos ir direto ao nosso objetivo?" Josie perguntou cansada. Seu rosto ainda esboçando palidez devido a seus episódios de êmese.

"Você não quer comer alguma coisa primeiro, filha? Seu rostinho tá tão sem vida," Caroline agarrou os ombros da filha que caminhava ao seu lado.

"Não, mamãe, estou bem."

"Tem certeza?"

Josie assentiu.

"Ok, então. Vamos nos separar. Meninas, vocês vêm comigo. Hope e Rick vão seguir por outro caminho," Caroline decretou e todos acataram com um leve aceno de cabeça.

"Rick, você leva o carro. Eu e as meninas podemos pedir um por aplicativo," falou.

Ela então alcançou a outra gêmea e prontamente a colocou debaixo de suas asas.

"Espera! Tem uber nesse fim de mundo?!" Lizzie gritou incrédula, afastando-se da mãe.

"Elizabeth!"

Todos a repreenderam em uníssono.

. . .

Isaac se concentrava na limpeza da superfície da mesa, torcendo para que suas mãos trêmulas não criassem outro desastre. Seu pai não o castigava fazia algum tempo, e com certeza essa seria uma ótima desculpa para ser ainda mais severo.

"Já chega, sente-se e volte a comer," Ordenou o homem, retornando também para o seu prato.

Isaac sentou-se quase que roboticamente, tomando cuidado para não esbarrar em nenhuma outra superfície. Levava lentamente as garfadas com purê de abóbora até a boca. Seu choro ameaçava subir pela sua garganta. Pensava até quando suportaria. Não queria morrer, mas sabia que se continuasse naquela casa, esse seria seu destino.

"Como vai a escola?" O homem perguntou repentinamente com as bochechas cheias.

Isaac enrijeceu no mesmo instante.

"C-como assim?" Balbuciou. Sua mente o praguejou logo em seguida. Seu pai repousou o garfo no prato e o encarou. Agora não poderia mentir ou esquivar-se. Não que as coisas estivessem indo mal na escola, mas sua última prova de matemática não tinha sido das melhores, e ele sabia que não importava quantas notas azuis tivesse em seu boletim, bastava apenas uma nota vermelha para que seu currículo se tornasse inadmissível.

ʟᴇɢᴀᴅᴏꜱ || ᴄʀᴏꜱꜱᴏᴠᴇʀOnde histórias criam vida. Descubra agora