Sangue nas Ruas

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A névoa da madrugada ainda pairava sobre a cidade quando o rugido de um motor quebrou o silêncio. Um carro preto, blindado e sem placas, deslizou pelas ruas desertas, parando em frente a um bar decadente no lado leste da cidade. As luzes de néon piscavam freneticamente, lançando sombras grotescas sobre a fachada empoeirada.

Do carro, desceu uma figura imponente. Uma mulher alta, de cabelos negros como a noite, adornada com um vestido vermelho que contrastava com a palidez mortal de seu rosto. Seus olhos, penetrantes como lâminas, examinavam o ambiente com frieza. Era Isabella, a Rainha do Submundo, a Dona da Máfia.

Com passos firmes, Isabella cruzou a rua e entrou no bar. O interior era lúgubre, frequentado por figuras sombrias que a observavam com uma mistura de medo e admiração. O silêncio era ensurdecedor, apenas quebrado pelo som de copos tilintando e o murmúrio de vozes abafadas.

Isabella se aproximou do balcão, onde um homem corpulento, com o rosto marcado por cicatrizes, a aguardava. Era Lucas, o seu braço direito, um dos seus homens de confiança.

- Lucas. - Isabella disse com voz rouca - onde está ele?

Lucas inclinou a cabeça em reverência. - No escritório, Dona Isabella. Esperando por você.

Isabella assentiu e seguiu em direção ao escritório nos fundos do bar. A porta de madeira rangia ao abrir, revelando um cômodo empoeirado, iluminado apenas por uma única lâmpada pendurada no teto. Uma mesa de metal ocupava o centro da sala, sobre a qual um homem corpulento, com terno mal cortado e um sorriso nervoso, se sentava.

- Vincenzo... - Isabella disse, sua voz carregada de gelo. - Vejo que finalmente decidiu me encontrar.

Vincenzo, o traidor, o verme que ousou desafiar sua autoridade, se levantou com dificuldade. - Dona Isabella - ele gaguejou - Por favor, acredite em mim, eu não tive escolha.

Isabella o interrompeu com um gesto brusco. - Mentiras - ela rosnou. - Você se vendeu aos nossos inimigos, pensando que poderia me derrubar. Mas você se enganou, Vincenzo. Ninguém trai a Rainha e sai impune.

Um brilho sinistro surgiu nos olhos de Isabella. Com um movimento rápido, ela sacou a pistola que estava escondida em sua bolsa e atirou duas vezes. Os tiros ecoaram no pequeno escritório, e o corpo de Vincenzo caiu no chão, banhado em sangue.

Um silêncio mortal se abateu sobre o local. Isabella limpou o sangue da arma em um lenço branco e a guardou de volta na bolsa.

- Lucas. - ela disse, virando-se para o seu braço direito - cuide do corpo. E mande um aviso aos outros: quem me trair terá o mesmo fim que Vincenzo.

Lucas assentiu, ainda em choque com a brutalidade da cena. Isabella, a Rainha do Submundo, havia deixado claro mais uma vez que sua autoridade era absoluta. A traição não seria tolerada.

Com passos calmos, Isabella saiu do bar e voltou para o carro preto. A névoa da madrugada começava a se dissipar, e os primeiros raios de sol iluminavam a cidade. Mas para Isabella, a noite nunca terminaria. A guerra pelo poder havia apenas começado, e ela estava pronta para derramar sangue para defender seu reino.

Laços de Traição: A Vida da Dona da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora