The pursuers 2

Capítulo 4: uma segunda chance

[Nome] Hanagaki

Manjiro passou o dia todo trancado no escritório só saindo para ir ao banheiro ou comer alguma coisa que tivesse cafeína. Ele tem feito isso durante essas últimas duas semanas inteiras. Sanzu me contou que tudo isso tem haver com devaneios do passado. A situação está tão crítica, que ontem Ran e Kakucho tiveram que arrastar ele para tomar um  banho.

Acredito que Manjiro está passando por um episódio depressivo desde a última conversa dele com o Kisaki naquela boate, a mesma boate onde o Rindou liberou o seu lado animalesco. Não sei sobre o que eles conversaram, mas sei que essa conversa foi o motivo de seu colapso.

— Doeu ter tomado banho?. — Me aproximo lentamente do Sano que está descansando na cama.

Seus olhos preguiçosos não fazem o esforço de se abrirem para me ver, o meio sorriso é o único indicio de que não está dormindo. Me sento do lado dele, apenas observando o seu rosto com poucas marcas de expressões. Manjiro ainda é jovem, ainda está na casa dos trinta anos, mas ter passado por tantas coisas ruins lhe deram essas marcas de cansaço no rosto.

— Doeu. Rindou bateu a minha cabeça na banheira na hora de me colocar dentro, com aquela gentileza de cavalo que ele tem.

— De lobisomem. — Corrigi.

Ele riu da minha piada sem graça, uma risada curta e baixa, mas genuína. Suas pálpebras pesadas se ergueram lentamente, os olhos negros se fizeram fixos em mim. Mikey está me olhando como se eu fosse a peça mais importante de um museu de artes. Um  olhar carregado de admiração e ternura, que me deixa envergonhada o suficiente para sentir as minhas bochechas esquentarem.

— Por que está me olhando assim?. — Questiono.

— Esses últimos anos me ensinaram a admirar as coisas belas da vida, então estou te admirando.

Não consigo mais esconder a vergonha, consigo ver o meu rosto corado pelo reflexo do espelho. Manjiro me puxa para cima dele e me envolve em seus braços fortes, ele afunda o rosto no meu pescoço e começa a rir do meu constrangimento. Já estamos namorando há muito tempo, mas ele ainda é o homem que eu gosto, então não vou me julgar por ficar com vergonha quando ele me elogia dessa forma.

— Você ainda não se acostumou com os meus elogios?. — Não respondo. — Que bobona.

Els ergue um pouco a cabeça e os seus lábios se unem com os meus em um beijo doce. Um beijo calmo que nos permite sentir o gosto da boca um do outro. Derrepente me lembro de algo muito importante e separo o beijo, ele geme de frustração mas não me impede de me afastar.

— Me lembrei de uma coisa!.

— Do que?.

— Hoje é o aniversário do Kai, então eu e o Sanzu vamos levar ele para comer no restaurante favorito dele.

— Tudo bem, manda parabéns para o Kai por mim.

— Não vai sentir ciúmes de mim com o Sanzu?. — Pergunto para provocar.

— [Nome], a fruta que você gosta ele chupa até o caroço. 

— Estamos falando do Sanzu, um mulherengo. Eu não teria tanta certeza se fosse você. — Ele finge pensar em uma resposta. Seus dedos afagam o meu cabelo com carinho.

— Mulherengo, eu não sei. Mas houve uma noite em  que eu e os executivos da Bonten tivemos que nos esconder em um beco por causa da polícia que estava nos perseguindo, e do nada eu senti alguém apertando a minha bunda. O Sanzu era o único que estava atrás de mim, tenho certeza de que foi ele.