capítulo 5

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Nome Hanagaki

Acordei desnorteada com a cabeça latejando. Meus olhos demoraram um pouco até se acostumarem com a claridade da luz vindo pelas frestas da janela, não passou de uma pequena ardência nas pupilas contraídas, já acostumadas com o escuros antes da luz. Me sentei na cama, o meu cérebro demorando para reconhecer onde eu estava. O lugar é muito parecido com o antigo quarto que eu dividia com o meu irmão quando eu estava no auge dos meus dezessete anos. Esfreguei os olhos com as costas das mãos, precisava ter certeza de que não estava sonhando ou alucinado com aquele lugar tão nostálgico, uma voz abafada em forma de confirmação me trouxe de volta para a realidade distorcida.

— Não, eu não gosto de borboletas. Sai, sai borboletas! Eu não quero comer rosquinhas com vocês... — Escutei esses murmúrios vindo acima da minha cabeça..

Ergui a cabeça para olhar para o teto, mas tudo o que vi foi apenas a parte de cima de um beliche. Estreitei o olhar, a voz parecia familiar. Me levantei da cama com cuidado, não tinha certeza do com que eu estaria lidando quando subisse na cama. Me apoiei com cuidado nas barras de proteção  da cabeceira e afundei os joelhos no colchão, me deparei com uma silhueta toda enrolada no cobertor parecendo um casulo de borboleta. Puxei com força a sua fonte de calor revelando a pessoa por baixo daquele pano felpudo, ela se levantou abruptamente em um sobressalto e quase me derrubou.

— Qual é o seu problema!? Por que você me acordou às essas horas da madrugada!?.

— Takemichi!?. – Eu estava chocada demais para responder a sua pergunta.

— Não, é o Voldemort. — Ironizou.

— Como você está vivo? Como chegou aqui? Como você está respirando?. — Não consegui formular nenhuma linha de raciocínio eficaz. As perguntas vinham de forma automática sem que eu pudesse parar de fazê-las.

Takemichi colocou uma mão no meu ombro para me acalmar, e pareceu funcionar, eu me acalmei no mesmo segundo que senti o peso dela no meu ombro. Seus olhos semiabertos me encaram com sonolência e um leve bocejo escapou de seus lábios babados.

— Você quer saber como eu vim parar aqui? Tudo bem, vou te contar. — Ele fez uma pausa antes de começar. —Quando duas pessoas se amam muito....

— Não continua!. — interrompi.

Me levantei da cama e comecei a andar em círculos pelo quarto. Meus pensamentos estavam desorganizados e a realidade longe demais de ser a minha. Não consiga entender o que estava acontecendo, só me lembro de ter sido atropelada por um carro depois de ser atropelada por um palhaço. Eu fui atropelada demais em um só dia.

Talvez eu tenha batido a cabeça forte demais e esteja alucinado, ou talvez eu esteja morta! Não, eu não posso estar morta. Não posso deixar o meu namorado enfrentar episódios depressivos sozinho. Tem dias que ele não consegue nem se levantar da cama, ele vai morrer de fome se depender dos seus "talentos" culinários. Também tem o Kai, ele vai estar fudido se depender apenas da criação do Sanzu, não quero nem imaginar isso.

Olhei para o céu aberto através da janela entreaberta, o azul dele hipnotizava a qualquer um. Os passarinhos cantavam e as folhas se saudavam com a brisa suave e o orvalho molhava as flores recém desabroxadas.

— Eu morri...estou no céu?. — Foi mais uma pergunta retórica.

— Iludida, tá mais para o céu da boca do leão. — Ele retrucou.

Takemichi tornou a se deitar na cama sem se preocupar com a minha forma de agir ou questionar o motivo pelo qual estou tão alarmada. Ele não estava dando a mínima para o que estava acontecendo, e eu não o culpo por isso, ele não sabe que o lugar dele deveria ser a sete palmos abaixo da terra.

Vesti uma peça de roupa que achei no meu antigo armário e desci as escadas enquanto reparava em cada canto da casa. Meu corpo parou no último degrau da escada se recusando a prosseguir, meus olhos se arregalaram e o meu coração deu um pulo do peito. Izana estava jogado no sofá com as pernas apoiadas na mesinha de centro, ele olhou para mim e sorriu de canto, um sorriso malicioso.

— [Nome], que bom que você já acordou. Está na hora de você me dar um banho. — Aquele maldito sorriso cresceu mais ao ver a confusão no meu rosto. — Anda logo, vai me deixar esperando?.

Em primeiro lugar, já não bastava o meu irmão estar magicamente vivo, Izana também estava. Em segundo lugar, não é nada normal um ex defunto aparecer no sofá da sua antiga casa te pedindo para dar um banho nele. Nada estava normal.

As coisas estavam confusas e diferentes, então resolvi me adaptar até entender o que estava acontecendo.

Passei pela porta do banheira ouvindo as dobradiças enferrujadas ranger, meus olhos percorram as luzes esverdeadas do projetor. Izana estava largado dentro da banheira, sua pele escura brilhando com a luz verde. Metade do seu corpo estava submergido pela espuma e os seus cabelos brancos permaneciam intactos.

Permaneci estática por mais alguns segundos apenas para raciocinar a situação em que eu havia me metido, ou melhor, a situação que aquele palhaço desgraçado me meteu. Teria sido tão mais fácil bater as botas e ir para o céu — Não que eu acredite que ia para lá, mas com certeza mereço um bom descanso depois de tanto tempo suportando aquelas crianças que se denominam como mafiosos. — mas as coisas nunca eram fáceis para mim.

Me aproximei da banheira receosa, nunca dei banho em ninguém antes. Puxei as mangas da blusa e me ajoelhei do lado da banheira, Izana se debruçou e abriu um sorriso mínimo. Ele parecia estar se divertindo com aquilo. Aquele infeliz, nem era para estar vivo.  Tomei coragem e comecei a ensaboar os braços dele já que seria a parte mais fácil. Ele continuava a me encarar descaradamente, seus olhos acompanhavam cada movimento meu.

— Você sabe como dar um bom banho. — Ele quebrou o silêncio.

Larguei o sabonete na borda e enchi as mãos com água, derrubei um pouco em seus ombros para tirar a espuma persistente.

— Isso é um elogio?. — Lá estava aquele sorriso novamente.

— Talvez seja.

O sabonete deslizou da borda para dentro da água, me inclinei para pegá-lo mas a minha mão escorreu nele e em questões de segundos eu estava dentro da banheira, no colo do Kurokawa para ser mais exata. Suas mãos grande envolveram a minha cintura para me impedir de me afogar naquela avalanche de espuma. Seus olhos se arregalaram um rubor tomou o seu rosto.

— Mas..., O que é isso?.

— Você acordou o Malaquias. — Izana sussurrou.

Uma coisa estranha acabará de elevar por baixo de mim causando uma comoção logo em seguida. Olhei rápido para baixo e avistei o Malaquias acordado.

— Ele está vivo!. — Falei alarmada e tentei me levantar.

— Que bom, né! É sinal de que ele é saudável.

A porta do banheiro se abriu com um baque, Takemichi apareceu nela com uma frigideira na mão e a respiração pesada. Seu rosto estava tenso e as sombrancelhas erguidas em alerta. Ele relaxou, abaixou a frigideira quando percebeu que não havia ninguém tentando nos matar ou assaltar, mas logo voltou em posição de ataque ao perceber como estávamos.

— Parem, Parem de se reproduzir na minha casa!. Estamos com visitas e vocês se comportam assim?.

— Não é o que parece!. — Tentei me explicar, mas Takemichi continuou.

— O Manjiro vai me zoar pelo resto da vida se subir essas escadas e ver essa cena.









Continua...







Pessoal me desculpem pela demora para postar capítulos. Eu estou muito ocupada ultimamente com a escola e o trabalho e não tem me sobrado muito tempo.




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⏰ Última atualização: Jun 27 ⏰

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