Verônica Lodge POV
Continuação do último capítulo..
- Nós vamos acabar com isso juntas, Betty.
- Não posso... - ela se afastou, deixando-me confusa.
- Do que está falando?
A loira virou de costas, afastando-se de meus braços. Ela parecia um pouco confusa, quase perdida. Vi seus ombros se erguerem em uma respiração funda, como se buscasse forças.
- Eu não posso envolver você nisso, não mais do que está. Não do meu lado.
- Betty... - murmurei.
- Verônica, você quanto policial tem uma ética profissional, eu sei. Sei o quanto valoriza isso. Pode achar que não, mas observei você em todo esse tempo. Vem de uma família de princípios e virtudes. Eu não posso ser ainda mais egoísta para te fazer ir contra eles.
- Você não pode me impedir.
- Se eu te contei tudo isso agora, foi para saber que eu nunca quis engana-la, e que sempre houve um motivo mais forte por trás de tudo. - Ela virou de frente para mim, encarando-me intensamente. - Me deixa fazer uma coisa certa.
Aquele momento definia um ponto crucial em nossa história. Um marco entre seguir em um caminho desconhecido, de futuro incerto, ou voltar para rota onde tudo parecia mais tranquilo, e sem emoção. De repente, um flash de lembranças invadiram minha cabeça, desde aquela maldita noite em Mount Vernon, quando informei a Cheryl que havia enviado nossos currículos para o departamento de polícia em Nova Iorque. Desde o início, minha sede por uma vida movimentada era o impulso para me fazer correr atrás de meus objetivos como profissional. Eu queria ser alguém diferente, alguém melhor. Queria sair da pacata cidade do interior para viver uma vida, que me fizesse sentir feliz. Eu ansiava por emoção, por adrenalina, ansiava por me sentir realmente viva e completa.
- É isso... - Sussurrei para ela, que franziu o cenho.
- Isso o que? - Indagou confusa.
De forma inusitada o destino tratou de me fazer enxergar o que me faltava. Não estava em minha profissão; não era o departamento de polícia, e seus casos difíceis que me faziam sentir realmente viva. Eles me desafiavam, me instigavam a ser uma profissional melhor, mas não me completavam. Não como ela fazia.
- Verônica...
O que me faltava? Eu sabia aquela resposta; sabia desde o primeiro instante em que coloquei meus olhos sobre a bela mulher misteriosa que ocupou um lugar ao meu lado naquele bar. Hoje, eu sabia compreender todos aqueles sinais. Tudo que ela me fazia sentir com sua presença. Agora não existia mais confusão, negações ou incertezas. Eu sabia, e tinha certeza. Era Vanessa o que me faltava. Era ela que me fazia sentir realmente viva. Era sobre seu olhar e seus toques que eu me sentia completa.
- Eu não posso deixar que faça isso. - Falei ao me
aproximar dela novamente.Ela fechou os olhos assim que uma de minhas mãos foram de encontro a sua nuca. Parecia tão sensível agora, tão exposta e frágil. Eu a via como um todo, eu enxergava sua alma.
- Eu não quero destruir sua vida. - Murmurou ao tentar se desvencilhar.
Assim que a loira me deu as costas, eu a abracei, unindo meu corpo ao dela em uma tentativa de faze-la ficar. Betty tinha a respiração irregular, como se lutasse contra si mesma para ir.
- Você me faz sentir realmente viva, Betty.
Por alguns instantes tive a sensação que nossas respirações entraram em sincronia. Eu sentia seu corpo ansiar pelo meu, assim como eu precisava do dela. Meus braços envolveram sua cintura, enquanto meu rosto foi de encontro a curva de seu pescoço, dando-me a chance de sentir o aroma adocicado e sutil de sua pele.
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Xeque-Mate | Berônica
Mystery / ThrillerUm jogo perigoso, repleto de armadilhas. Uma disputa de poder, dinheiro e desejo. De um lado do tabuleiro, a delegada Verônica Longe , do outro, a esposa de um magnata, Elisabeth Cooper Nesse jogo, apenas um cairá. Quem terá a melhor estrategia? Que...