31| Depoimento

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Elisabeth Cooper POV

Depois de algumas horas, eu estava acomodada no
interior do rollsroyce preto, a apenas uma quadra do
departamento de polícia de Nova Iorque. Era a primeira vez que eu iria comparecer diante as autoridades depois da prisão de meu marido no dia anterior. A notícia do ocorrido se alastrou como um vírus;há essa hora, toda a imprensa mundial noticiava a prisão do magnata do petróleo, Jughead Jones. Mantive-me atenta ao movimento do lado de fora, enquanto degustava de uma taça de champagne, um dos mais caros, comprado exclusivamente para aquela situação.

- Senhora, há muitos jornalistas em frente à delegacia. – Carlos murmurou ao diminuir a velocidade, agora que estávamos em frente ao prédio.

Um sorriso nasceu no canto de meus lábios quase que automaticamente. Ergui a cabeça e fitei o aglomerado de repórteres e fotógrafos mais a frente. Levei a taça até meus lábios, tomando mais um gole do álcool ali presente, antes de repousá-la sobre o suporte oferecido no banco de trás do carro luxuoso.

- Não há problema, Carlos. Pare em frente à delegacia, eu vou descer.

O homem me fitou pelo espelho retrovisor e assentiu,
acatando minha ordem de forma precisa. Quanto mais o carro se aproximava da área frontal do prédio, mais fotógrafos nos rodeavam. A gritaria, acompanhada da movimentação exagerada ao lado de fora, me fazia perceber como aquela notícia estava sendo bombástica. Não era para menos, as indústrias Jones estavam no olho do furacão de um escândalo.

"É Elisabeth Jones! Esposa dele."

" Elisabeth! Elisabeth!"

Eles gritavam, enquanto eu me mantinha na mesma
posição, cabeça erguida e olhar fixo à frente.

- Eu vou chamar alguns policiais para abrir caminho. -disse Carlos antes de deixar o veículo.

Puxei minha bolsa repousada sobre o banco, de onde
retirei meu batom, tinha uma tonalidade avermelhada, quase como sangue, mesma cor presente em minhas unhas grandes, contrastando perfeitamente com o vestido tubinho preto que cobria meu corpo. Deslizei-o sobre meus lábios suavemente, antes de encarar meu reflexo no pequeno espelho presente no banco da frente. Meus olhos tinham um leve contorno em preto, destacando minhas pupilas azuis e agora
brilhantes. Sorri satisfeita com o que via, e fechei o
espelho, guardando o batom no interior da bolsa. Vi
Carlos parar ao lado da porta, e rapidamente coloquei meus óculos escuros, precisava de uma imagem abalada para tantos olhares sobre mim. A porta foi aberta e meu corpo foi banhado com flashes de todas as câmeras ali presente.

"Elisabeth! Você sabia de tudo sobre o seu marido?"

"Conhece a pessoa que ele matou?"

"Por favor, responda!"

"Sra. Jones, você faz parte de tudo?"

Carlos e mais alguns policiais me conduziram em meio aquela multidão tumultuada de fotógrafos e repórteres que dariam a vida por uma informação privilegiada. Eu nem sequer os fitei, não poderia abrir margem para qualquer erro, o plano havia sido executado, mas me exigia certos cuidados.

- Se afastem! - gritou um dos oficiais, enquanto éramos bombardeados com tantos flashes.

Assim que subimos as escadarias em frente à delegacia, ergui a cabeça e encarei aquele par de olhos castanhos que me observavam na entrada da delegacia. Verônica  estava parada a minha espera, maravilhosa como sempre, com um ar imponente desafiador. Hoje ela parecia ainda mais bonita, usava uma calça branca, justa, uma blusa de seda vermelha, e sua típica jaqueta de couro preta, sem esquecer o scarpinn egro em seus pés.

- Obrigada, soldados. - disse ela para os policiais que tão logo se afastaram. - Bom dia, senhora Jones.

- Bom dia, agente Lodge.

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