26. Uma Conversa Sobre o Básico

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Revisado por: Meyyyy_y

💀Considerado por mim, Alaster, o melhor capítulo que já escrevi.

☽⛧☾

Alastor estava lendo mais um de seus livros sobre maternidade na sala enquanto esperava seu noivo e sua filha voltarem da consulta. Era a vez de Charlie acompanhar Lúcifer, então Alastor se manteve ocupado para não morrer - novamente - ansioso.

- Quatro meses inteiros! Dá para acreditar? - A voz do rei preenchia o hall de entrada.

- Você está praticamente na metade da gravidez! - A princesa respondia animada.

Quase que simultaneamente, Alastor fecha o livro e se levanta para receber sua família. Ele integra o livro nas sombras, caminhando pacificamente até eles.

- Bem-vindos de volta! - Ele os recebe, logo selando a testa da filha. - Como foi a consulta? - Ele beija os lábios do noivo, se abaixando para também selar seu ventre.

- Está tudo bem comigo e com o nosso menino. - Lúcifer revela o sexo da criança, esperando a reação de Alastor. Ele não queria que seu amado desmaiasse nem chorasse, apenas uma pequena comemoração estava bom. Um abraço e um sorriso.

- Ou menina. - O radialista argumenta, quebrando totalmente as expectativas do noivo.

- Nesse caso... É realmente um menino. Charlie terá um irmão!

- Ou irmã!

- Pai... - Charlie chamou Lúcifer. - Quando que foi inventada a ultrassonografia?

- Eu não sei! Não lembro de cada século em específico! Deve ter sido por volta de mil novecentos e... Oh... - O soberano para para pensar. Durante a vida de Alastor, ele viu uma geladeira apenas nos últimos anos de vida, quem dirá uma ultrassonografia!

- Então, pai. - A garota segura os ombros do cervo. - Existe sim uma forma de saber o sexo do bebê antes dele nascer.

- Ha! E como seria possível, minha filha? Eles por um acaso abrem a pessoa no meio, observam a criança e depois costuram de novo? - Ele ironiza enquanto gesticula.

- Al, sabe aquele momento onde eu deito na maca e o médico abre minha blusa... - Lúcifer tenta explicar.

- E então usam aquela máquina irritante com a luz toda apagada quase como uma cena de safadeza? As vezes eu gostaria de não saber.

- Que nojo, Al!

- Não estou mentindo! Aquilo parece algo que alguém colocaria nas intimidades! E a falta de iluminação apenas piora.

- Que tipos de pornô você anda assistindo?

- Assistia! Verbo do passado! Eu ainda era vivo. Estou morto.

- O que tinha nos pornôs de antigamente? - Charlie questiona.

- Você é pura demais para saber disso, minha filha. - O rei responde. - Certo, certo! Mas, bem, aquela máquina mostra como o bebê está dentro de mim. Como um raio-x.

- Estão colocando radiação no seu ventre?!

- O que? Não! Não emite radiação!

- Então como que dá para enxergar dentro de você?

- Eu não sei! Não sou médico! Nem engenheiro!

- Mas você cria patos usando engenharia.

- Esse não é o ponto! O ponto é que: Existe sim uma forma de ver o que se passa no meu útero e assim descobrimos que nosso filho tem um... Você sabe...

- Pênis?

- Exato!

- Mas de qualquer forma, não se pode afirmar que a criança é um garoto por ter um pênis. Pode criar traumas pelo resto da vida! Aprendi na minha mais nova leitura: "Como Ser Mãe de Uma Criança LB-"... Qual é o resto? - Ele traz novamente o livro das sombras, lendo o título. - LGT-. LGBT+! O que significa esse "mais"?...

Charlie e Lúcifer trocam olhares nervosos. As coisas estavam saindo um pouco do controle. Alastor parecia um idoso tentando entender sobre o mundo LGBT+ e como não traumatizar uma criança.

- Então, pai... - A princesa chama a atenção do locutor. - Eu entendo sua preocupação e tudo mais, mas não acha que as coisas estão saindo um pouco dos limites?...

- Oh, minha querida filha! Conhecimento nunca é demais! Estou tentando fazer o melhor para que seu irmão, irmã ou... - Ele abre o livro e procura a palavra com os olhos. - Irme-. Está certo isso?... Ou irme tenha uma criação longe de problemas! Afinal, é durante a infância que se molda um indivíduo! E também, pelo que estou entendendo, eu faço parte dessa comunidade de "BTLV" ou coisa assim.

- Do que seria o "V"? - Lúcifer questiona.

- Não sei! Veado? Eu sou um veado! Só sei que estou dentro desse alfabeto dobrado.

- Sim, pai. Você é gay. Você automaticamente é LGBT. O que eu estou dizendo é que você não precisa se preocupar com cada coisa e em adquirir novos hábitos. É só respeitar as escolhas e o bem estar da criança.

- Mas tem mais coisa que eu vi também! Eu estava lendo sobre algumas sexualidades e não sei mais se sou gay. Tem uma... Como que era?... "Quase sexual"? "Demônio sexual"?

- Demissexual?

- Isso! Aqui diz que a pessoa precisa de um vínculo amoroso para fazer sexo. Eu tenho seu pai! Não me atraí por mais ninguém em 91 anos desde que morri!

- Você sabe que pode ser os dois, não é?

- Não cheguei nessa parte ainda.

- Tá, tudo bem. Você é gay e demissexual. Você ainda é LGBT. Apenas não deixe isso tomar a sua cabeça! - Ela segura o rosto do cervo. - Você pode sim dizer que meu irmão é menino! É apenas parar se, por ventura, ele se perceber de outra forma! Aí chama como ele pedir! Você não vai traumatizar ele por isso!

- Tudo bem... - Alastor responde, ainda inseguro, mas tentando absorver as palavras da filha.

📻The Masochism Tango🍎  !¡Radioapple¡! [OLD]Onde histórias criam vida. Descubra agora