Único

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James estava sentado no quatro do namorado, esperando o mesmo provar as roupas que ganhou de aniversário. As embalagens espalhadas pelo quarto, assim como caixas e mais caixas - algumas com os presentes ainda dentro

Via de tudo ali. Ingresso para show, produtos de maquiagem, pelo menos uns cinco hidratantes para partes diferentes do corpo, joias, livros, sapatos, jogos de tabuleiro, um conjunto de ferramentas para manutenção de brinquedos - Regulus tinha uma coleção de brinquedos de madeira feitas com o avô que morava em Paris, ele gostava de cuidar dela, era a última coisa que tinha do velho joalheiro e fabricante de brinquedos

Regulus pegou os presentes que ganhou de sua madrinha - tia Aquila, uma exploradora que passava a vida viajando, aparecendo sempre nas datas comemorativas para ver o afilhado - e correu para dentro do banheiro

James não sabia o que tinha de especial nos presentes da mulher, mas sabia que ela era diferenciada pela presença dela na festa - ela falou coisas com Regulus que James demorou a entender, e, pelo olhar do namorado, não era para ele ouvir

- Querida! - Aquila dissera ao chegar na festa, saltando com animação até o afilhado. Regulus, que estava ao lado de James no sofá, arregalou os olhos quando vira a mulher - Estava com tanta saudade da minha menininha! Minha princesinha! - Aquila era uma mulher de cabelos negros curtos e lisos, como os de Regulus, olhos azuis mais claro que os de Walburga, sua irmã

Regulus a abraçou com certa expressão de desespero, a mandando calar a boca ao olhar o namorado

- Madrinha, este é o meu namorado - James se levantara com um sorriso gentil - Jay, esta é a minha madrinha, Aquila - Não perdeu o olhar repreendedor que o menor lançou à mulher de mesma altura

- Muito prazer, James - Aquila segurou sua mão com afinco, sorrindo brilhante. Tão expressiva que Walburga parecia uma parede de gelo - Já ouvi muito ao seu respeito

- Madrinha! - Regulus guinchou e a mulher riu por ver as bochechas vermelhas do menor

- Perdoe, meu pequenino - Ela apertou a bochecha do garoto - Trouxe algumas coisas para você das minhas viagens. Tenho certeza que seu namorado vai amar

- Dinda! - Regulus parecia um morango. James rira nasalado, beijando o rosto do menor

Saindo de suas memórias, James decidiu juntar as embalagens e as jogar fora. Era tanta estampa de papel de presente que, meu Merlin

Encheu a lixeira da escrivaninha com papel, juntando as caixas de sapato - tênis, sapatos sociais, chinelos, coturnos, botas - e empilhando ao lado da cama pelo tamanho da caixa, mas parou quando viu uma embaixo da cama, torta, como se tivesse sido chutada ali para baixo

A tirou dali, achando que foi empurrada para lá enquanto eles reviravam os presentes. A caixa era preta com a marca em dourado, mas não ligou para a letra cursiva ou as informações do sapato na lateral da caixa, apenas a abriu para ver o exemplar. E sua expressão simplista caiu, em uma leve surpresa e encantamento

Era uma sandália de salto agulha - fazia compras com sua mãe direto, então já sabia alguns nomes técnicos - doze centímetros pelo olhometro', toda branca, desde o salto e as tiras de couro para o laço frontal, a tira sobre os dedos tinha um pompom preto cheio e bem cuidado - era novo - uma meia de renda estava dobrada cuidadosamente no canto da caixa, com um cartão por cima

"Para a minha filhote" - a letra era de Walburga. James franziu o cenho, olhando o recado e o salto, se lembrando de Aquila

Fechou a caixa e a deixou na pilha de sapatos ainda não experimentados. Não era da conta dele, se Regulus quisesse o contar algo, ele contaria

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