It's Just Us

019 - Último dia.

NOAH

Eu e Linsey viemos pro México e podemos ficar apenas por três infelizmente não consegui férias, tenho muitas coisas pra fazer da empresa. Passamos o último dia em casa, meus avós foram pra lá, aproveitamos a piscina, fizemos variedades de comida pro almoço, e a noite fomos em um festival que estava tendo aqui. Foram três dias incríveis, aproveitamos muito. Acabamos de embarcar de volta pra casa, Lin encostou a cabeça no banco e está olhando fixamente pela janela. Estou mechendo no celular pra resolver as coisas que dão pra fazer por aqui, não são muitas mas já ajuda.

Olho pra ela que está quase dormindo encostada em seu braço, deixo o celular e o trabalho de lado e puxo ela pra mim. Ela me dá um selinho e ficamos abraçados. 

Pego no sono também, e quando acordo é com a aeromoça pedindo pra colocarmos o cinto que vai pousar. Acordo Linsey devagar, ela coloca seu cinto e fica olhando a janela, tudo em silêncio.

- Tudo bem linda? - olho pra ela que também me olha de volta

- Tô um pouquinho enjoada e com dor de cabeça... mas não é nada demais amor

- Você não trouxe remédio?

- Usei eles lá, e o resto esqueci na mala maior

- Hora que nós sairmos a gente passa em uma farmácia pra comprar

- Tá... - nós colocamos o cinto, e ela me abraça novamente

- Te amo muito princesa - beijo o topo de sua cabeça

- Também te amo lindo

O avião pousa, mas precisamos esperar todos sair, pra nós sairmos por causa da cadeira de rodas.

Saímos depois de 30 minutos e vamos pro uber que eu chamei. Falo pra ele ir em uma farmácia, Linsey desce do carro, pega os remédios que ela quis, e vamos pra casa. A todo momento ficamos de mãos dadas, a demonstração de afeto dela com certeza é contato físico, sempre quer estar tocando,eu amo isso nela, é tão bom.

Chegamos em casa e vamos pro quarto.

- Viajar é tão bom, mas chegar em casa não tem preço - ela indo deitar depois de tomar o remédio

- Concordo plenamente... vou tomar um banho, já venho linda

- Tá bom amor... eu não vou tomar banho porque tomei antes de entrar no avião tudo bem?

- Claro - ela fica deitada na cama e eu vou tomar banho, fiquei muito tempo na mesma posição e preciso relaxar 100% os músculos pra conseguir ficar confortável na cama, banho é a melhor opção

Tomo um banho rápido, ainda sim relaxante demais, coloco apenas bermuda, e deito do lado de Linsey.

- Amor tá com fome? Quer que eu vou lá preparar alguma coisa?

- Não precisa... você está com fome?

- Não, comi no avião

- Não precisa de nada agora, depois a gente pede alguma coisa - falo e ela concorda com a cabeça e vem me abraçar

- Não tem nada melhor que dormir na cama, com você, desse jeitinho minha princesa - ela sorri fraco e dou um selinho nela

- Te amo, te amo, te amo - a cada pausa ela me deu um selinho

- Também te amo, muito

- Você tá com sono? - ela levanta a cabeça e fica me olhando

- Não... dormi a viagem toda, só cansei mesmo de ficar todo aquele tempo do mesmo jeito

- Eu também... quer assistir um filme? Ou só conversar? Tô sem um pingo de sono

- Vamos conversar... também não quero dormir.

- Sua avó me deu várias fotos suas, de duas de casa fase da sua vida. Sério, eu amei ver você pequenininho, muito lindo

- Sério? Me mostra quais são

- Vou pegar - ela levanta e vai até sua mala pra pegar

- Essas são beeemm bebêzinho - ela me mostra duas fotos, uma eu dormindo a outro eu no colo de alguém - olha essas que lindas amor - era eu com uns 4 ou 5 anos brincando. Continuamos vendo até chegar nas mais recentes, que eram várias, não apenas duas.

- Ela disse que essa foi 1 semana antes do seu acidente, em uma pista de motocross - ela me mostra, consigo lembrar de cada segundo do que aconteceu nesse dia. Ganhei em 1° lugar nessa corrida, foi incrível.

- Essa foi a última vez que eu montei em um moto de motocross... foi uma competição. Depois disso fiquei a semana toda em casa, e só no fim de semana no dia do acidente eu andei pela última vez de moto... que falta isso me faz - falo ainda olhando pra foto, dava pra perceber minha felicidade de longe. Passo o choro pra dentro que quase saiu e continuo falando

- Motocross sempre foi a minha paixão, desde os meus 8 anos eu tenho moto e ficava treinando. Moto em geral era meu vício, não conseguia ficar sem andar. Minha mãe ficava brava as vezes, eu não saia das pistas, e entrava em casa com as roupas todas sujas. A única vez que me machuquei, apenas quebrei uma perna, nunca achei que aconteceria nada sério comigo. Me encontrei com o motocross, fui tão feliz durante esse tempo fazendo, sinto falta todos os dias disso - falo ainda observando as minhas fotos em pista, foto da minha moto, de competições, tudo.

- Eu imagino meu amor... como foi difícil pra você, e imagino o seu amor por motos, e pelo motocross. Não sei nem o que te falar... mas, independente de você não poder mais andar, você está vivo, e com saúde. Só está com um meio de locomoção diferente lindo, só isso.

- Ah... tudo mudou, querendo ou não, o jeito que as pessoas me tratam, limitações, nada é igual antes, nada. Porém, fico feliz por ter aproveitado o quanto pude o mundo das motos, foi uma das melhores fases que eu já passei.

- Me perdoa por entrar nesse assunto... mas, o médico não te deu nenhuma possibilidade de você voltar andar? Com fisioterapia ou algum tratamento

- Ele não falou nada... essa parte foi com o Steven, mas ele disse que não. Minhas pernas estão distrofiadas, morts. Não tem mais como fazer, e o que afetou foi exatamente os nervos da coluna. Todos foram examinados, e nenhum tem mais chances. Só faço a fisioterapia pois se ficar todo tempo parado pode dar alguns problemas na saúde. Chances de voltar agora não tenho nenhuma.

- Ah sim, desculpa por te fazer relembrar tudo isso, com as fotos principalmente. Te amo! Você nunca vai estar sozinho tá?

- Não tem problema perguntar... sempre que quiser saber de alguma coisa você tem toda liberdade do mundo pra falar. E eu também te amo muito princesa, você é preciosa - dou um selinho nela, e ela sorri pra mim

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