CAPÍTULO 1: O VAZIO DA SOLIDÃO

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Será que existe cura para a dor que nos acompanha diariamente, que insiste em ficar ao nosso lado e não tem previsão de sair da sua vida? - Marianna Moreno


Jeon Jungkook sentou-se em seu estúdio, cercado pelas telas vazias e pela paleta de cores. O sol do fim da tarde lançava uma luz dourada através da janela, iluminando suavemente o espaço que ele chamava de seu refúgio. Enquanto seus dedos seguravam habilmente o pincel, sua mente vagueava para os eventos que o trouxeram até ali.

A lembrança da manhã em que descobriu que estava grávido ainda estava fresca em sua mente. Ele estava sozinho em casa, com o coração pesado pela ausência de Hoseok. Ao fazer o teste de gravidez, suas mãos tremiam de nervosismo e expectativa. Quando as duas linhas apareceram, uma onda de emoção e medo o envolveu. A alegria de trazer uma nova vida ao mundo misturava-se à incerteza sobre como enfrentar essa jornada sozinho.

O primeiro ultrassom foi um momento de revelação. Na sala escura do consultório médico, Jungkook segurava a mão de Min Yoongi, seu amigo, enquanto a imagem em preto e branco da pequena forma se formava na tela, as lágrimas inundaram os olhos de Jungkook. Ali, naquele instante, ele sentiu a responsabilidade avassaladora de ser pai, mas também a promessa de esperança que o bebê representava.

De volta ao presente, Jungkook se concentrou em sua arte. Cada pincelada era uma expressão de suas emoções, uma tentativa de capturar a complexidade de seus sentimentos em cores e formas. Mas, apesar de sua habilidade em transmitir sua dor e alegria através da arte, a solidão que o rodeava era palpável.

A casa que antes transbordava de risos e amor agora estava vazia e silenciosa. Onde antes ecoavam as vozes e brincadeiras de Jungkook e Hoseok, agora reinava apenas o eco da solidão. As paredes pareciam mais distantes, as sombras mais escuras, como se a ausência de Hobi deixasse um vazio que nada poderia preencher.

Enquanto trabalhava, Jungkook foi interrompido pelo som agudo da voz de sua madrasta, Kim Airin. Até hoje, o moreno não sabe como ela tem acesso ao apartamento dele ou como ela descobriu o endereço, já que a mudança de endereço foi recente, o garoto não aguentava viver na casa, na qual morava, sem a presença de Hobi.

Ela entrou no estúdio sem bater, sua presença repentina quebrando o frágil equilíbrio que Jungkook havia conseguido encontrar.

"Jungkook, quanto tempo você planeja passar trancado aqui dentro?" ela perguntou, o desdém evidente em sua voz. "Você tem responsabilidades, você sabe? Não pode passar o dia todo pintando como se não houvesse amanhã."

Jungkook suspirou, abaixando o pincel e virando-se para encarar Airin. Ele estava acostumado com suas críticas e cobranças, mas hoje parecia mais difícil de suportar do que o normal.

"Eu estou trabalhando, Airin", ele respondeu calmamente. "Isso é o que faço."

"Trabalho?" ela riu, o som agudo cortando o ar. "Isso parece mais com relaxamento do que trabalho para mim. E quanto ao dinheiro que você deveria estar ganhando? Preciso comprar algumas coisas e você parece esquecer que isso não é de graça."

As palavras de Airin eram como facas afiadas, cortando através da fachada de Jungkook e expondo suas feridas mais profundas. Ele se lembrou de como Hoseok costumava defendê-lo, de como o amor e o apoio do outro eram como um escudo contra o mundo exterior. Mas agora Hoseok estava longe, e Jungkook estava sozinho para enfrentar os ataques de Airin.

Airin, mais nova que o pai de Jungkook, sempre foi habilidosa em esconder sua verdadeira natureza por trás de um sorriso falso e palavras doces. Ela era mestre em manipulação, sabendo exatamente quais botões pressionar para fazer Jungkook se sentir inadequado e culpado.

"Eu farei o que puder", Jungkook respondeu, sua voz firme apesar do tremor em suas mãos. "Mas você precisa entender que não posso fazer tudo sozinho."

Airin bufou, dando as costas a Jungkook e saindo do estúdio sem dizer mais nada. Jungkook suspirou, sentindo-se mais uma vez oprimido pela solidão e pelas expectativas não atendidas.

Seu pai estava em outro país, distante tanto fisicamente quanto emocionalmente, perdido em seus próprios problemas para oferecer qualquer tipo de apoio. Além disso, do que adiantava relatar sobre essas situações, foi o mesmo que mandou o Jeon mais novo cuidar dela.

Enquanto o sol se punha lá fora, tingindo o céu com tons de laranja e rosa, Jungkook voltou sua atenção para a tela diante de si. Ele mergulhou nas cores, deixando-se levar pelo processo de criação. E apesar de todas as dificuldades que enfrentava, havia uma centelha de esperança dentro dele, uma promessa de que, de alguma forma, ele encontraria o caminho de volta à luz.

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Espero que gostem da história, foi reescrita com muita dedicação.

Beijos,

Louise.

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⏰ Última atualização: May 13 ⏰

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