Prólogo

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UM ANO ANTES

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Stu soltou uma risada estridente, seus olhos maliciosos cravados em Billy, enquanto soltava seu comentário ácido:

— Caralho, Billy, dá uma olhada nessa porra do Jesse Walsh. O cara é tão 'descolado' que parece ter saído direto de um desfile de bichas — debochou Stu, exagerando nos gestos afetados e gargalhando alto o suficiente para encher a casa vazia.

Naquele momento, os dois amigos estavam isolados, afundados no típico tédio adolescente que irrita além da conta.

Billy, por outro lado, manteve uma expressão impassível, seus olhos perdidos no vazio enquanto a fumaça do cigarro se espalhava pelo ar como um "foda-se" ambulante. A Hora do Pesadelo 2 passava na TV ao fundo.

— Jesse Walsh, o virjão de merda — Stu prosseguiu com um ar de desprezo, elevando o tom de sua voz para garantir que Billy escutasse. — Jesse Walsh, o viadinho fashion... E quanto a você, Billy Loomis, bem, você não passa de uma merda completa.

Finalmente, a paciência de Billy deu o fora e ele disparou um olhar fulminante para Stu. O silêncio pairou por um momento, um arrepio de nervosismo percorrendo Stu dos pés à cabeça. No entanto, logo ele alargou seu sorriso, gargalhando como se estivesse contando a piada do ano, tudo isso na tentativa de aliviar a tensão da cena.

— O que diabos tá te deixando tão puto, cara? — Stu cutucou, jogando mais lenha na fogueira da irritação de Billy, como se estivesse brincando com os limites da amizade.

Billy manteve sua postura inabalável e seus olhos fixos no cigarro entre seus dedos, sua expressão carrancuda permanecendo inalterada.

— Meu velho voltou a se encontrar com aquela vadia da Maureen Prescott — disparou, sua voz carregada de uma raiva visceral.

Stu franziu o cenho, uma expressão sombriamente preocupada se instalando em seu rosto, sem a menor ideia de como confortar o amigo. Um silêncio denso encheu a sala, como uma névoa de tensão prestes a se romper, e esse silêncio foi quebrado por um grito que explodiu da TV. Os dois viraram-se instintivamente para a tela, mas logo redirecionaram sua atenção de volta para Billy, enquanto ele perguntava:

— Qual é a porra mais incrível nos filmes de terror?

— Seios? — provocou Stu, um sorriso irônico esboçando-se em seu rosto, sua língua esticada insolentemente, uma careta exagerada contorcendo suas feições.

Uma risada amarga escapou dos lábios de Billy, um breve lampejo de humor mórbido dançando em seus olhos enquanto fitava intensamente o amigo.

— As vadias sempre se fodem — murmurou de maneira sinistra, um brilho malévolo cintilando em seus olhos. Ele afundou ainda mais no sofá, deslizando na direção de Stu, suas palavras sussurradas como uma maldição. — Não seria um espetáculo do caralho se aquela desgraçada da Maureen Prescott simplesmente morresse?

A sugestão de Billy atingiu Stu como um golpe direto no estômago, como se estivessem em uma briga de beco escuro. Ele sabia que Maureen Prescott era a mãe de Sidney, a garota popular da escola, vinculada a Billy por um relacionamento maldito que parecia perfeito aos olhos de todos. No entanto, a determinação nos olhos de Billy era inabalável, como se ele tivesse esculpido um destino sombrio com as palavras mais profanas em sua mente contorcida.

— Que diabos você está tramando, cara? — questionou Stu, sua preocupação evidente em cada contorno de seu rosto.

— Ah, imagine só — murmurou Billy, um sorriso malicioso rastejando em sua expressão. — Se a gente liquidasse a mãe da Sidney... ela ficaria tão fodidamente traumatizada que mal ousaria botar o nariz pra fora de casa. E então, meu chapa, o mundo seria o nosso playground.

Segredos em WoodsboroOnde histórias criam vida. Descubra agora